O conceito de vulnerabilidade social vem sendo utilizado em estudos de várias áreas, entre elas, a Psicologia, assumindo diversas conotações. Diante disso, este estudo teve como objetivo investigar o conceito de vulnerabilidade social empregado nas publicações da área da Psicologia no Brasil. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática da literatura nacional acerca do tema, obtendo-se 21 artigos publicados entre os anos de 2005 a 2013. Os resultados encontrados sugerem que a temática da vulnerabilidade social representa um objeto de pesquisa recente e de crescente interesse na produção científica nacional em Psicologia. Esses resultados permitem ainda concluir que existem diferentes definições para o conceito de vulnerabilidade social, já que não se encontrou uma única definição para o termo. No entanto essa temática tem aparecido em diversos estudos nos últimos anos, o que demonstra a sua relevância e importância no âmbito científico e social.
Objetivou-se, neste estudo, analisar o perfil de homens autores de violência doméstica, a fim de contribuir com estratégias de enfrentamento e de prevenção. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de base documental realizada a partir de fichas de atendimento do núcleo pesquisado que se encontra localizado em uma capital da região nordeste do Brasil, reconhecida pelos seus altos índices de violência contra a mulher. Foram analisadas as fichas de 241 homens, abarcando o período de setembro de 2012 a setembro de 2017. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Os principais resultados corroboram com estudos encontrados na literatura, indicando que, em sua maioria, os homens possuíam vínculo com a agredida, pertenciam a estratos mais pauperizados e praticaram violência física. Além disso, os resultados apontam que o perfil encontrado remete à uma classe estruturalmente criminalizável, demonstrando a seletividade criminal existente em nossa sociedade, a qual incide sobre o estado das relações de poder entre as classes sociais. Os resultados também apontaram aspectos relacionados à culpabilização/responsabilização da mulher pela violência sofrida.
A reinserção familiar após um período de acolhimento institucional constitui-se em um desafio tanto para a equipe que acolhe quanto para a família. Após a lei 12.010/2009, que determinou tempo de permanência máximo de dois anos, as equipes técnicas passaram a focar na provisoriedade da medida de proteção e planejar a reinserção familiar. Esse estudo objetivou conhecer os procedimentos e desafios de psicólogas da equipe técnica frente ao planejamento e acompanhamento da reinserção de crianças e adolescentes na família de origem. Participaram três psicólogas de acolhimentos institucionais de três cidades do Brasil: Santa Maria/RS, Brasília/DF e Natal/RN. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a partir de um roteiro. Os dados foram analisados qualitativamente e categorizados com o auxílio da análise de conteúdo. Entre os resultados, destaca-se que as profissionais seguem procedimentos para a preparação da reinserção, como o estabelecimento de visitas, encaminhamento da família para rede de proteção e saúde e avaliação periódica das condições da família. Entre os desafios, encontraram-se fatores de risco enraizados, dificuldades econômicas, entre outros. Aperfeiçoamentos são discutidos para maximizar o sucesso da reinserção familiar.
Este trabalho objetivou relatar a experiência de oficinas de prevenção à violência realizadas com mães e responsáveis dos alunos matriculados em séries iniciais de duas escolas de um município do Rio Grande do Sul, no ano de 2013 e 2014. As oficinas tiveram o intuito de possibilitar um espaço de diálogo sobre a violência contra crianças e adolescentes a fim de preveni-la. As participantes relataram vivência de violência física em suas histórias de vida e no seu cotidiano, não possuindo recursos diferentes da punição física no disciplinamento. Foi relatada a presença do abuso do álcool nas famílias e o desconhecimento das leis de proteção à população infanto-juvenil. Os encontros se constituíram em um momento reflexivo sobre a violência e os danos da mesma no desenvolvimento dos sujeitos. Espaços como esse devem ser fomentados visando ao cumprimento do papel social da escola e da universidade como coadjuvantes na prevenção à violência.
Este estudo advém de um programa de cooperação acadêmica (Procad) entre diferentes universidades brasileiras, que investigou a atuação da psicologia em instituições de acolhimento de diferentes regiões do país, descrevendo a prática do psicólogo e a sua atuação. Os resultados encontrados indicam que a atuação do psicólogo tem se centrado no atendimento individual e em grupo, no fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, no treinamento e capacitação de funcionários e na articulação com o Sistema de Garantia de Direitos.
No momento em que escrevo este editorial, o Brasil (e o mundo) atravessam um doloroso ressurgimento da Covid-19. Não refeitos dos seus múltiplos impactos negativos -especialmente em termos de saúde mental -, somos novamente chama-
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.