RESUMO Objetivo Este estudo investigou o engajamento de adolescentes brasileiros em comportamentos de risco (uso de substâncias, comportamento sexual de risco, comportamento antissocial e comportamento suicida), buscando identificar os fatores de risco e proteção pessoais e contextuais mais associados com esses comportamentos. Métodos Participaram 1.332 adolescentes de 12 a 19 anos (M = 15,68; DP = 1,60), de ambos os sexos. Resultados O engajamento em comportamentos de risco variou em função da idade e do sexo, e o uso de substâncias foi o tipo de comportamento de risco mais prevalente entre os que foram investigados. Os fatores significativamente associados à adoção desses comportamentos foram violência intra- e extrafamiliar, ter amigos próximos ou familiares que usam drogas, eventos estressores e elevado nível de autoeficácia; enquanto os fatores que se mostraram protetores foram elevado nível de autoestima, expectativas positivas quanto ao futuro e percepção de positividade nas relações com família, escola, religião e comunidade. Conclusão O estudo permitiu identificar algumas características da manifestação de comportamentos de risco na adolescência, com destaque para a prevalência mais alta do uso de substâncias e a coocorrência de diferentes tipos de comportamentos de risco. Dentre os fatores de risco mais associados com o engajamento em comportamentos de risco, destacaram-se a presença de eventos estressores ao longo da vida e a proximidade com amigos que usam drogas. A partir disso, sugere-se investir na minimização de fatores de risco e na potencialização de fatores protetivos para a promoção do desenvolvimento saudável durante a adolescência.
A relação entre a prática de atos infracionais por adolescentes e a existência de fragilidade nas composições familiares tem sido um foco privilegiado de estudos que buscam compreender o fenômeno da chamada "delinquência juvenil". Esse estudo buscou, através de um estudo de casos múltiplos, compreender como aspectos da dinâmica familiar vivenciada por jovens em situação de conflito com a lei interferem em seu processo de desenvolvimento psíquico e podem estar associados à prática de atos infracionais. Identificou-se a presença de diferentes formas de violência nas trajetórias de vida dos adolescentes, assim como fragilidades nas relações familiares desde momentos precoces do desenvolvimento dos jovens. Discute-se a importância da inclusão da família em intervenções com esta população, visando tanto a prevenção de reincidência, como o tratamento destes casos.
RESUMOEste trabalho apresenta as primeiras análises dos resultados da pesquisa intitulada "adolescentes privados de liberdade: quem são, de onde vêm e para onde vão?", que teve como objetivo construir o perfil dos adolescentes que cumpriram medida socioeducativa de internação no Centro de atendimento Socioeducativo Regional de Santa Maria durante o período de 1998 a 2007. as análises foram feitas através do programa Statistical Package for Social Sciences (Versão 14.0), e as características analisadas foram as seguintes: idade de ingresso, etnia, escolaridade e motivo do ingresso. Relacionamos esses resultados com a literatura sobre a situação social e psicológica em que se encontram os adolescentes autores de atos infracionais, constituindo-se como uma contribuição à construção de conhecimentos acerca dessa temática.Palavras-chave: adolescente em conflito com a lei; medida socioeducativa; privação de liberdade. ABSTRACTThis study presents the first analyzes of the data about the research entitled "Adolescents deprived of freedom: who are they, where do they come from and where do they go to?", which aimed to build up the profile of adolescents who have attended Socio-Educational Regional Care Center from Santa Maria, in the period of 1998 to 2007. the analyses were done by using the Statistical Package for Social Sciences (Version 14.0) Program. the variables analyzed were admission age, race/colour, educational records and reason for admission. We related these results with the literature on social and psychological situation of the adolescents who committed the infractional acts as a contribution to construct a body of knowledge on this subject.Keywords: adolescent in conflict with the law; socio-educational term; freedom privation. a violência constitui-se hoje como um dos mais graves problemas de ordem social. Uma especificidade desse problema diz respeito à associação entre juventude e criminalidade, onde os jovens figuram tanto como vítimas quanto como autores da violência. Em que pese o fato da vitimização ser estatisticamente maior, a autoria de atos infracionais continua chamando muito mais atenção da mídia e da comunidade em geral. Segundo Oliveira (2001), por exemplo, no Rio Grande do Sul há quase o dobro de crianças e adolescentes vítimas de violência do que jovens autores de atos infracionais.São os adolescentes os principais responsáveis pelo grave problema da violência urbana? O Estatuto da Criança e do adolescente (ECa) é realmente muito brando na condenação de adolescentes em conflito com a lei? As medidas socioeducativas são eficazes? A redução da maioridade penal é necessária?Eis algumas das questões que atualmente têm sido formuladas pela mídia e pela sociedade em geral com relação aos adolescentes que cometem atos infracionais. Essas questões nos remetem aos mitos descritos por Volpi (1997) que, em conjunto, descrevem o imaginário social relativo ao adolescente em conflito com a lei: o mito do hiperdimensionamento, que consiste em considerar que os atos infracionais cometidos por adolescent...
O uso de drogas na adolescência é um problema complexo e multifatorial que sofre influência de aspectos individuais, familiares, do grupo de pares e contextuais. A família tem sido um aspecto destacado na literatura, tanto pela importância em oferecer condições para um desenvolvimento saudável na adolescência quanto pela necessidade de participar de intervenções visando à superação de dificuldades. Este trabalho apresenta uma revisão sistemática de estudos que investigaram as relações entre o uso de drogas na adolescência e aspectos familiares. Foram consultadas duas bases de dados – Scielo e Redalyc– com as palavras de busca adolescência, drogadição e família. Foram selecionados 22 artigos, que foram analisados através de distribuições de frequência e análise de conteúdo. Os resultados indicaram que a família tem sido considerada como fator de risco ou de proteção para o uso de drogas na adolescência, conforme o modo como desempenha seu papel. Aspectos como o diálogo, o monitoramento familiar e o uso de drogas por amigos ou familiares são aspectos destacados na literatura. Em conclusão, salienta-se a importância da participação da família em intervenções de prevenção ou enfrentamento ao uso de drogas na adolescência.
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada.
A adoção de riscos é um comportamento complexo e multifatorial, relacionado ao processo de desenvolvimento do adolescente. Com o objetivo de analisar o conhecimento sobre comportamentos de risco na adolescência, realizou-se uma revisão sistemática de estudos nacionais e internacionais. A busca foi realizada nas bases de dados Scielo, LILACS, PsycINFO e ScienceDirect (ELSEVIER), utilizando as palavras-chave comportamento de risco/risk taking e adolescência/adolescence. O uso de drogas, álcool e cigarro, comportamentos sexuais de risco e conduta antissocial foram os temas mais investigados nos estudos. Foi possível identificar a epidemiologia dos comportamentos de risco e os fatores de risco e proteção nas dimensões pessoais, interpessoais e contextuais. Futuros estudos devem considerar diversos comportamentos de risco simultaneamente, assim como fatores pessoais, interpessoais e contextuais envolvidos.
<p>Este estudo investigou o engajamento em comportamentos de risco e fatores associados em adolescentes que vivem em diferentes contextos. Participaram 945 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 11 e 19 anos. Adolescentes que vivem com suas famílias adotam menos comportamentos de risco e contam com um ambiente mais favorável ao desenvolvimento. Adolescentes acolhidos institucionalmente vivenciaram mais violência intrafamiliar, percebem mais negativamente a relação com a família, apresentam autoestima mais baixa e mais comportamento suicida, adolescentes que estavam cumprindo medida socioeducativa vivenciaram mais eventos estressores e apresentaram mais comportamento antissocial, uso de substâncias e comportamento sexual de risco. É necessário valorizar a convivência familiar e fortalecer instituições de atendimento.</p>
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.