Resumo:Esse texto refere-se a uma investigação e extensão acadêmica interdisciplinar que vem sendo coordenada pelas autoras no Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) da cidade de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, e que visa problematizar os processos pedagógicos, éticos e estéticos com adolescentes em regime de privação de liberdade. Este estudo origina-se no campo das Ciências Sociais e busca dialogar com a Arte e a Educação, na tentativa de compreender a realidade da proteção especial a adolescentes no país. A proposta metodológica adotada abarca o universo das histórias de vida. Nossa intenção é captar as narrativas que visibilizam as histórias de vida dos jovens, a partir da organização e da gravação de encontros coletivos com os adolescentes abrigados. Nossa intervenção aposta nas Oficinas de Criação Coletiva como desencadeadoras de uma nova ética de dignificação da vida, onde as produções deflagram o contexto do grupo, a nível de expressão, visto que as oficinas podem constituir um “texto” impregnado de significações e de sentidos que não podem ser desprezados enquanto fonte de dados.
O ensino da arte nas escolas enfrenta uma provocação instigante, para o professor, a saber: como trabalhar as questões e as imagens do cotidiano. A Cultura Visual pode, no campo da arte, apontar para uma aproximação entre a vida, com seus paradoxos, o cotidiano, com seus hibridismos, e a escola, com seus desafios. No encaminhamento de uma reflexão para as possibilidades deste ensino, trazemos a contribuição de autores como Merleau-Ponty, Nicolas Bourriaud, Michel Maffesoli, e ainda, Edgar Morin, que baliza a necessidade de um pensamento complexo para pensar uma realidade complexa, de entrecruzamento de fronteiras, hibridismos, incertezas e contradições que, por isto mesmo, permite diálogos fecundos entre a Arte, a Educação e a Cultura.
Resumo: Versamos sobre um projeto de extensão que busca qualificar processos pedagógicos no fazer docente, oportunizando espaços de crescimento, criação, prazer, auto e heteropercepção de contextos físicos, sociais, sensíveis e artísticos, além de redefinir concepções pedagógicas, cognitivas e existenciais. Ao fruir e interagir com processos de arte, essa, na dimensão constitutiva do humano, passa de área de conhecimento a evento configurador de sentidos e, nessa perspectiva, proporciona transformações, reavaliação de escolhas, abertura a novas possibilidades e olhares. O real não se deixa apreender, é inseparável da existência e, ao se aproximar da (des)ordem, dionisíaca, na forma da criação, desnaturaliza o olhar, bagunça referências, predispondo à abertura ao mundo. A (des)ordem, criadora, integra e confere um lugar às coisas, e sua ética garante um princípio vital dinâmico que anima o social, assegurando o retorno de uma ordem nova, atravessada pela metamorfose. O processo, dialógico, tenta garantir a diversidade, a pluralidade, um ressignificar do ensinar/aprender. É desenvolvido por docentes e alunos de uma universidade federal com 75 educandas de 6 a 12 anos em situação de vulnerabilidade social e se estrutura em três momentos interligados: um processo formativo, uma oficina e uma avaliação com expressões variadas dos participantes e memórias dos acontecidos. Como resultado, temos observado uma compreensão alargada da teoria, da prática, da criação, da Arte e uma formação mais qualificada, atravessada pela sensibilidade. A imersão na Arte em seus processos, materiais, ações, eventos, etc. tem permitido transfigurar atos, fatos, realidades, posturas, a partir de dados do sensível e do inteligível, constituindo uma Metamorfose Pedagógica. Essa, autorreferente, proporciona a emergência de um espírito criador, crítico, 9Educação, estética e metamorfoses pedagógicasEducación, estética y metamorfosis pedagógicas
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