O objetivo deste estudo consiste em analisar os discursos referentes ao caso de racismo ocorrido na partida de futebol entre a Asociación Civil Real Atlético Garcilaso (Peru) e Cruzeiro Esporte Clube (Brasil), o qual vitimou Paulo Cesar Tinga, atleta do clube brasileiro. Para tanto foi necessário um levantamento de fontes, encontradas em sites de periódicos esportivos disponíveis na internet, cujas análises foram pautadas nos preceitos teóricos da Análise do Discurso. Notou-se a partir do cruzamento de tais discursos que as penas aplicadas aos infratores são demasiadas brandas, possibilitando que este tipo de conduta seja recorrente no campo futebolístico.
RESUMOO futebol tem sido historicamente pouco praticado por meninas em escolas e espaços de lazer na infância. Apesar disso, sempre existiram meninas que cruzaram as "fronteiras de gênero" -entendidas como as linhas tênues que dividem os comportamentos ditos adequados e culturalmente estabelecidos aos sexos -e passaram a conviver com meninos na prática do futebol. No intuito de entender como se deu esse processo na vivência de algumas atletas, foram formuladas as seguintes perguntas norteadoras: de que forma narram as suas memórias sobre a infância no futebol, mulheres que seguiram caminhos profissionais em tal esporte? Como os meninos as tratavam a partir do momento em que elas manifestavam interesse pela prática? No anseio de respondê-las, utilizou-se a metodologia de História Oral. Alguns aspectos encontrados nas narrativas das atletas revelam que nenhuma das trajetórias esteve livre das tentativas de impedimento ou restrições à prática de futebol, seja por meio do desencorajamento de familiares, ofensas ou a exclusão inicial do convívio masculino. Entretanto, as entrevistas permitiram aferir que interdições às meninas não se dão necessariamente ou exclusivamente por seu sexo, mas sim pela diferença de habilidade técnica apresentada em relação à maioria dos meninos. Palavras-chave: Memórias. Mulheres. Futebol. Fronteiras de gênero.
ABSTRACTFootball has historically been little practiced by girls in schools and leisure spaces in childhood. Nevertheless, there were always girls who crossed the "gender borders" -understood as the thin lines that divide said appropriate behaviors established to the sexes -and went to share the practice of soccer with boys. In order to understand how this process took place in the experience of some athletes, the following guiding questions were formulated: how narrate their memories of childhood in football, women who followed career paths in this sport? How the boys treated them from the moment they manifested interest in practice? In the desire to answer them, it was used oral history methodology. Some aspects found in the narratives of athletes reveal that none of the trajectories was free of attempts to impediment or restrictions on the practice of football, either by discouraging family, offenses or the initial exclusion of male conviviality. However, the interviews allowed measure that bans to the girls are not necessarily or exclusively by their sex, but by the technical skill difference presented in relation to most boys. Keywords: Memories. Women. Football. Gender borders.
IntroduçãoPercebe-se que histórica e culturalmente são fixados papéis que devem ser ocupados e comportamentos que devem ser seguidos por homens e mulheres no convívio social. Em grande parte das famílias e das instituições de ensino, os enquadramentos aos papéis delimitados tendem a ser ensinados e encorajados desde a infância, existindo atividades adequadas para cada sexo 1,2 . No intuito de elucidar estas divisões e diferenças e suas consequências e implicações, convenciona-se que seja aplicado o con...
Ao discutirmos os artigos baseados nessa metodologia e publicados em revistas científicas próprias da Educação Física, observamos que as formas empregadas para se analisar as fontes orais se constituíam de maneira diferenciada em relação ao que nos acostumamos a encontrar em textos de outras áreas, principalmente no que tange o tratamento conceitual de memória e identidade. A fim de entender essas diferenças para além de uma breve constatação inicial, estabelecemos a seguinte pergunta norteadora: de que forma a metodologia de História Oral vem sendo utilizada nos artigos científicos publicados em revistas da área 21 (Educação Física) no Brasil? Concluímos que o modo de fazer pesquisas em História Oral na Educação Física guarda suas particularidades e essas devem impactar na nossa própria produção.
O presente estudo foi construído a partir de observação direta, realizada entre fevereiro de 2019 e março de 2020, em uma escola de balé na cidade de Curitiba, vinculada a um dos mais reconhecidos teatros do Brasil. Seu objetivo foi dissertar sobre as performatividades de gênero dos indivíduos no balé e sobre as formas de institucionalização dos papéis masculinos e femininos no que tange a oposição binária e romântica nesse contexto. Buscou-se, também, delinear os comportamentos dos rapazes em relação às moças em ambiente historicamente dominado por elas. Percebeu-se que o balé se mostra como uma eficiente ferramenta para a produção da feminilidade clássica e que as diferenciações de gênero são enfatizadas nesse contexto. Entretanto, os rapazes e homens atuam tanto a partir dessa performatividade heteronormativa exigida de um bailarino quanto a partir de suas próprias representações identitárias “desviantes” e não hegemônicas, em momentos menos formais.
REsumoÉ notável que o ambiente do futebol foi historicamente dominado pela presença masculina, o que reflete na produção artística/literária sobre o tema. Sabendo de antemão que há um grande número de cronistas homens escrevendo diariamente sobre esporte, e especialmente sobre futebol, e constatando que, em contraste a isso, são raros os textos dessa temática escritos por mulheres, objetivou-se no presente artigo apresentar reflexões sobre como o número reduzido de literatas, que escreveram sobre futebol, o conceberam, possibilitando também refletir sobre o domínio masculino perpetuado nessa esfera. A metodologia utilizada foi de estudos literários, focada na análise de crônicas esportivas, nesse caso, especificamente, das escritoras Lya Luft, Raquel de queiroz e Clarice Lispector, portanto, buscou-se fazer uma relação entre literatura e história. Concluiu-se que, nos raros textos futebolísticos produzidos por essas mulheres, quando estas não se desculparam por estar escrevendo sobre tal temática, procuraram se afastar de avaliações técnicas ou táticas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.