Objetivou-se investigar o que alunos da etapa final da educação básica sabem sobre transgênicos e quais suas opiniões sobre as aplicações e implicações desta biotecnologia. A investigação foi realizada por meio de questionários aplicados a cem alunos do 3º ano do Ensino Médio de três escolas estaduais da região Noroeste do Paraná. Para analisar quanti e qualitativamente os dados, foram agrupadas as respostas que expressam o entendimento dos alunos sobre a questão. A análise indicou que todos os alunos já haviam ouvido falar sobre transgênicos, seja por meio de notícias divulgadas pela mídia ou situações de ensino. Observou-se que a mídia exerceu grande influência no modo como os alunos responderam às questões, em especial em suas opiniões sobre as vantagens e desvantagens dos transgênicos. Este estudo revela que o modo como o ensino é organizado e desenvolvido muitas vezes pouco contribui para que o aluno desenvolva uma compreensão que se difere daquela adquirida em situações não escolares.
Neste trabalho são analisadas situações de ensino e aprendizagem em busca de evidências da relação entre o desenvolvimento do pensamento dos estudantes e a forma pela qual o conhecimento é organizado e ensinado na escola. As análises estão fundamentadas em discussões de autores da Teoria Histórico-Cultural acerca dos conceitos cotidianos e científicos, bem como sobre a relação entre pensamento e linguagem. Os dados empíricos foram obtidos durante a realização de um projeto com alunos da quarta série do ensino fundamental de uma escola pública do município de Maringá, no qual foi desenvolvido o tema alimentos, no que se refere à produção e conservação, envolvendo também aspectos da industrialização e da tecnologia. No decorrer do projeto, perseguimos a aprendizagem conceitual, tendo como fundamento que a mediação docente deve concorrer para que os conhecimentos prévios sejam transformados em científicos. Nos episódios de ensino analisados neste trabalho, observamos o movimento do pensamento dos estudantes, desencadeado por situações-problema que lhes permitiram transitar entre o conceito espontâneo e o científico.
RESUMOEste artigo tem como objetivo discutir a apropriação da linguagem escrita, especificamente no que se refere à ortografia, como uma aprendizagem conceitual. O trabalho se orienta pelo referencial de autores da Teoria Histórico-Cultural, sobretudo os estudos sistematizados por Leontiev (1983) no texto "Questões psicológicas da teoria da consciência", no qual analisa processos psíquicos, como atenção e percepção, necessários à apropriação de conceitos em atividades de ensino. Com a realização da pesquisa, foi possível explicitar a conscientização dos conceitos pelos estudantes como um dos aspectos que podem contribuir para a compreensão e o encaminhamento didático-metodológicos do ensino do conteúdo da linguagem escrita, nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. Palavras-chave: escrita, ortografia, aprendizagem, ensino fundamental.
Fundamentando-se na Teoria Crítica da Sociedade, analisa-se como o discurso em prol da formação para a autonomia se consubstancia em propostas de prática pedagógica para os anos iniciais do ensino fundamental. Foram analisados cinco livros para o 5º ano do ensino fundamental, de diferentes áreas. Observou-se que, para formar sujeitos autônomos, contraditoriamente, as propostas diluem a autoridade do professor e a obrigatoriedade da transmissão do conhecimento; visando a formar para a convivência pacífica, priorizam-se trabalhos em grupos; para formar cidadãos participativos, os alunos devem propor soluções para problemas da comunidade. Tais propostas concorrem para a falsa autonomia e a falsa criticidade, expressão da pseudoformação a que todos estão submetidos na sociedade atual.
Resumo O Livro didático público de Educação Física do Estado do Paraná (LDP-EF) é a primeira sistematização didática de conteúdos da Educação Física para a educação básica assumida pelo poder público. Norteado pela abordagem crítico-superadora, vertente marxista da Educação Física, esse material didático opõe-se ao esvaziamento de conteúdos observado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o que remete à reflexão sobre o potencial formativo do LDP-EF. O objetivo deste artigo é analisar, à luz do materialismo histórico-dialético, como e em que medida os conteúdos sistematizados no LDP-EF contribuem com a formação dos alunos. Para tanto, busca retomar o processo histórico de constituição da Educação Física e o papel assumido por essa disciplina em decorrência da reestruturação da produção. Foram analisados, ainda, documentos oficiais que influenciaram o LDP-EF, como o Relatório Delors, os PCN e as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação Física. Os resultados revelam que, apesar de se opor aos PCN, o LDP-EF guarda assemelhas com as orientações criticadas: realça a solidariedade e a cooperação formais e propõe atividades que prescindem do conhecimento sistematizado relacionado à cultura corporal. Em outros momentos, porém, relaciona os conteúdos específicos da Educação Física à totalidade social, abrindo possibilidades de compreensão e de transformação da realidade. Palavras-chave: livro didático, formação, Educação Física.
RESUMO:A formação inicial e continuada de professores foi instituída como política educacional com a Lei n.º 11.502, de julho de 2007; a criação da Rede Federal de ensino faz parte das ações propostas para a oferta dessa formação. Este artigo tem como objetivo refletir sobre a formação inicial de professores proposta pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). Analisam-se Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) de Licenciatura em Química e em Física do IFPR, mediante conceitos da Teoria Crítica da Sociedade. Observam-se nesses projetos ambiguidades que perpassam a perspectiva de formação humana no contexto da sociedade industrial desenvolvida, remetendo à compreensão dos limites da formação para a autonomia em um contexto heterônomo.
PALAVRAS-CHAVE:Formação de professores. Instituto Federal do Paraná. Teoria crítica da sociedade. Políticas públicas.
RESUMEN:La formación inicial y continua de profesores ha sido instituida como política educacional con la Ley n.º 11.
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