O artigo discute modos de funcionamento institucional das Delegacias da Mulher e dos Juizados Especiais Criminais no atendimento aos casos de violência doméstica, antes da Lei Maria da Penha, tomando como contraponto a apresentação de uma experiência desenvolvida em uma DEAM do Estado de Sergipe, na qual se implantou, por dois anos, em caráter experimental, um Núcleo de Mediação de Conflitos. O trabalho discute a função social da Polícia e da Justiça, para além da repressão à criminalidade, problematizando, por um lado, os limites das ações penais e, por outro, a aplicação do instrumento jurídico de mediação de conflitos em espaços policiais, voltada ao enfrentamento da violência contra a mulher. Por fim, faz algumas considerações sobre a nova legislação brasileira para o atendimento a mulheres em situação de violência doméstica.
82 significado de estar no mundo. Para Pereira (1997), o movimento de busca do "religioso" pode ser, também, uma tentativa de tentar entender, intervir e controlar o presente e o futuro.A religião expressa uma busca de vinculação da pessoa ao divino. A palavra religião vem do latim: religio, formada pelo prefixo re (outra vez, de novo) e o verbo ligare (ligar, unir, vincular). Para Alves (1979), a religião é um fenômeno social que se organiza em função de símbolos sagrados. Gaarder Resumo: O sistema de saúde precário tem levado grande parte da população à procura de formas alternativas para o restabelecimento do seu bem-estar. Buscamos entender como se dá a construção das noções de saúde e doença a partir de uma visão religiosa do mundo e quais as influências dessa concepção na relação dos pacientes com a Medicina ou com a busca de poderes sobrenaturais. Participando de seis cultos de uma igreja neopentecostal, observamos e realizamos entrevistas semi-estruturadas com três fiéis e um pastor. Percebemos que o discurso da igreja fornece sentido, orienta e ajuda as pessoas a resolverem e contornarem suas aflições cotidianas. O "diabo" torna-se a causa principal de todos os males. Assim, a doença passa a ser uma ação demoníaca e a cura requer o exorcismo do fiel. Destaca-se que os rituais de cura da igreja e a consulta médica são atos quase excludentes. Palavras-Chave: Religião, saúde, cura milagrosa.Abstract: The precarious health system has taken great part of the population to search alternative forms for the re-establishment of his/her well-being. We sought to understand the way he/she feels the construction of the notions of health and disease starting from a religious vision of the world and with the influences of this conception in the patients' relationship with Medicine or with the search for supernatural powers. Participating in six cults of a neopentecostal church, we observed and accomplished semi-structured interviews with three followers and a shepherd. We noticed that the speech of the church supplies sense, guides and helps the people to solve problems and outline their daily afflictions. The "devil" becomes the main cause of all evils. Thus the disease becomes a demoniac action and the cure requests the exorcism of the faithful. It stands out that the rituals of cure in the church and the medical consultation are almost excluding actions.
RESUMO Esta pesquisa é de inspiração etnográfica, qualitativa, baseada nos princípios da pesquisa-intervenção e trabalhou com narrativas de vida de três mulheres que vivem da e ou na rua, com o objetivo conhecer seus modos de vida, táticas de sobrevivência e as práticas de resistência frente às diárias violações de direitos. Discute-se como cada uma das narrativas revelam as diversas formas de violação e exclusão, mas também as formas de resistência, operadas em reinvenções do cotidiano, da cidade, da vida. As formas de resistência, além de nos dizerem de outros modos de vida possíveis frente às dificuldades e violências cotidianas, através da arte, do trabalho, da solidariedade e da militância, nos fazem ver a maquinaria do poder operando na vida social em suas perversões na produção de vidas descartáveis.
Este artigo aborda a problemática da intersetorialidade no campo da saúde mental no Brasil, analisando suas práticas na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Natal, no Rio Grande do Norte. A partir das ideias de Deleuze e Guattari e tomando como campo de análise as pesquisas realizadas pelas autoras nas duas cidades, pensamos a estratégia da intersetorialidade como um rizoma, como uma rede que se autoengendra por agenciamentos com os mais variados elementos da realidade, permitindo ao mesmo tempo rastrear as reproduções e os deslocamentos inventivos que se libertam das estruturas cristalizadas presentes da ação intersetorial. Concluímos que, embora em regiões distintas, com territórios singulares, a intersetorialidade ainda encontra os seguintes desafios: falta de articulação entre sistemas e serviços, precariedade de comunicação entre as equipes, sensação de sobrecarga de trabalho dos profissionais, risco de psicologização dos casos e falta de avaliação das ações em conjunto após os encaminhamentos.
O artigo descreve e analisa modos de vida de pessoas que vivem nas ruas, tomando como referência etnográfica duas histórias registradas em Fortaleza e Lisboa, das quais nos aproximamos fazendo uso da observação participante e da observação itinerante. As narrativas sobre a vida no mundo da rua apontam a multiplicidade, a diversidade e a provisoriedade como marcas sobre as quais se assentam a vida de nômades urbanos contemporâneos. As muitas maneiras de viver o cotidiano, observadas neste estudo, apontam a reinvenção de si e do mundo da rua através da criação de novos territórios materiais e existenciais. Reinvenção que ultrapassa a fronteira exclusiva da carência e imagem da vitimização ou da culpabilização como polos em torno dos quais se assentam as representações sobre pessoas em situação de rua e sem abrigo, nas duas cidades pesquisadas.
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