Ao percebermos a potência dos usos dos filmes e da produção audiovisual como dispositivos fomentadores de conversas, catalisadores de ideias, sensações, sentimentos, fomos tecendo ‘conhecimentosignificações’ e pudemos agregar outros valores para a pesquisa, como a ludicidade, a criatividade e o compartilhamento.Trazer o tema ‘migração’, por meio de filmes, questão urgente nos tempos atuais, nos aproxima desses acontecimentos com sensibilidade, incorporando-os às nossas realidades, já que compreendemos esses processos migratórios como as relações vividas por cada um de nós e pelos nossos familiares, seja vindo de outros países, vindo de outros estados, cidades, bairros, diferentes territórios, guetos, facções, culturas, sentimentos. Essas sensações podem nos aproximar de realidades criadas nas diferentes redes educativas que formamos e que nos formam. Ao tratar de migração ou refúgio com Cineconversas, metodologia desenvolvida no grupo de pesquisa, lidamos com artefatos e componentes curriculares, criamos um caminho de aproximação entre limites e fronteiras a que estamos submetidos o tempo todo como migrantes ou estrangeiros em diferentes situações da vida cotidiana.
O artigo resulta, na perspectiva dos estudos com os cotidianos, de conversas entre quatro pesquisadoras que, a partir do filme O pagador de promessas (1962), apresentam questões acerca de polifonia cultural, fabulações curriculantes, “potência do falso”, intolerância religiosa, entre outras. As autoras dialogam com as “cineconversas” e os personagens conceituais como elementos da metodologia de pesquisa utilizada para a formação de professores. Como questões sociais se transformam em questões curriculares? De que maneira o uso do cinema na educação possibilita a criação de novas redes educativas, a partir das redes que formamos e nas quais somos formados? Autores como Nietzsche, Deleuze, Certeau, Maturana, Candeau, Alves, Stam, Guéron, para destacar alguns, fundamentam este texto.
O presente ensaio nos remete às origens de nosso país e a força de uma nação que foi dizimada e invisibilizada por centenas de anos. Cremos que as redes educativas são um dos meios de grande potência para nos fazer ‘sentirfazerpensar’ os modos de vida dos povos originários em constante alinhamento à natureza, porque, como eles afirmam: - “Nós não cuidamos da natureza, somos a natureza”. Daremos ênfase ao movimento Ecce femina, pensando na força da mãe Terra, nos rizomas de Deleuze e Guatarri, que eclodem mundos de criações educativas. Em busca de diálogo com os personagens conceituais (DELEUZE, 1992; ALVES, 2012), especialmente com a compreensão dos usos que os praticantes ‘sentemfazempensam’ com os múltiplos artefatos, com a noção de acontecimento e com a ideia de virtualidade, decidimos evidenciar o movimento ecce femina. Dessa forma, com autores como Alves, Deleuze, Guattari, Foucault, Biesta, Guajajara e outros, estabelecemos uma conversa, através da metodologia de pesquisa assumida por nós, para compreender os movimentos nas redes educativas em suas variadas facetas e conversar acerca deles, nos processos formativos e curriculares dos ‘sentiresfazerespensares’ que atravessam e criam os cotidianos.
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