(2002), fortemente influenciada pelas pesquisas desenvolvidas pelo grupo MOW, bem como por psiquiatras da linha existencialista, como Viktor Frankl, para quem as ações das pessoas precisam ter sentido. A análise dos sentidos do trabalho não é uma questão unânime e, por este motivo, é necessário colocar os limites deste trabalho. A abordagem de Morin (2002) é uma vertente possível para explorar a questão dos sentidos, já que outras abordagens teórico-metodológicas também buscam sentidos atribuídos pelas pessoas às suas ações, como por exemplo, a abordagem construcionista de Spink (1999) e também de Weick (2000). Essa mesma diversidade de abordagens é encontrada quando se trata da perspectiva sociológica dos sentidos do trabalho, como mostra, por exemplo, Antunes (1995Antunes ( , 1999. Além disso, é necessário destacar que um dos objetivos desta pesquisa foi de buscar dados qualitativos -que precisam ser ampliados -para a construção de um questionário, à semelhança dos utilizados por Morin (2002) no Canadá.Para este estudo, foram entrevistados quinze alunos do curso de especialização em administração de uma instituição de ensino superior na cidade de São Paulo. O conteúdo das entrevistas foi analisado e os temas recorrentes encontrados foram classificados de acordo com três dimensões: individual, organizacional e social. Os resultados preliminares desta pesquisa indicam que, para a amostra pesquisada, o trabalho é essencial na vida das pessoas já que ele garante a sobrevivência. Além disso, é necessário destacar que um dos objetivos desta pesquisa foi buscar dados qualitativos que permitam, no futuro, a construção de questionários a partir de referências da realidade do país, à semelhança do procedimento qualitativo e quantitativo
RESUMOO crescimento da produção acadêmica em Administração no Brasil desde 1980 tem incentivado a publicação recente de muitos balanços críticos, como os realizados pelas áreas de Organizações, Marketing, Administração da Informação e Administração Pública. O presente artigo faz um balanço da produção em Recursos Humanos na década de 1990, publicada nos principais periódicos científicos brasileiros (RAUSP, RAP, RAE e RAC) e no Enanpad. O artigo levanta e analisa temática, base epistemológica, orientação metodológica e demografia de autoria de todos os 127 artigos publicados nos periódicos e os 290 veiculados no Enanpad no período. Os resultados indicam que, embora a produção da área tenha aumentado significativamente em volume, o perfil acadêmico de RH no Brasil é preocupante: seu escopo temático é contestado pelo recente crescimento e autonomia do campo de comportamento organizacional; sua base epistemológica é eminentemente funcionalista; a base metodológica é frágil, predominando estudos de caso tipicamente ilustrativos de teoria consolidada (ou seja, sem maior pretensão de indução ou criação de teoria); e a diversidade de origem é baixa: mais de 65% da produção vem de apenas 7 programas de pós-graduação. RAP, RAE and RAC -and presented PALAVRAS-CHAVE Produção acadêmica em RH, balanço crítico, epistemologia, metodologia, temática em RH, autores em RH. KEY WORDS Academic production in HR, critical meta-study, epistemology, methodology, themes in HR, authors in HR. Maria José Tonelli FGV-EAESP Miguel P. Caldas FGV-EAESP Beatriz Maria Braga Lacombe FGV-EAESP e FEA-USP Tatiana Tinoco FGV-EAESP ABSTRACT The growth in academic research in Business Administration in Brazil since 1980 has been recently investigated and questioned in several meta-studies, as can be found in the areas of Organization Theory, Marketing, Information Technology and Public Administration. Following this trend, this paper evaluates the academic production in Human Resources area in de the 90s. Representative academic research was considered to be the articles published in the most important brazilian journals -RAUSP,
A gestão de recursos humanos tem passado por grandes transformações nestes últimos anos, em função da necessidade das empresas de incrementar a sua capacidade competitiva para enfrentar a concorrência dos mercados globalizados. O objetivo deste trabalho é comparar alguns resultados obtidos a partir de pesquisa realizada junto a 100 empresas da região da Grande São Paulo, bem como as idéias de 14 especialistas (acadêmicos e consultores), de diferentes regiões do país, sobre o que define e quais são as funções da área de recursos humanos, com as tendências e os conceitos apontados na literatura nacional e internacional sobre o tema. O principal interesse do trabalho é verificar se ainda há grande distância entre o discurso e a prática. As empresas pesquisadas foram classificadas em três grandes grupos: (1) aquelas que ainda mantêm uma abordagem mais operacional; (2) aquelas que já adotam uma abordagem estratégica; e (3) aquelas que se aproximam mais de uma abordagem competitiva. O estudo mostra ainda que há grande diversidade no pensamento dos especialistas, o que contribui, na nossa opinião, para a heterogeneidade encontrada nas práticas de gestão de recursos humanos entre as empresas nacionais.Palavras-chaves: modelos de gestão de pessoas; administração estratégica de recursos humanos; administração de recursos humanos para a vantagem competitiva. A A A A ABSTRACT BSTRACT BSTRACT BSTRACT BSTRACTThe globalization of markets has put enterprises under a lot of pressure to increase their competitiveness and human resource management has been greatly impacted by such changes. The main objective of this paper is to compare some of the results obtained in a research project conducted with 100 enterprises in the Great São Paulo area, Brazil, as well as the ideas voiced by 14 experts (academics and consultants) from all over the country, about what defines and which are the main functions of the human resources area, with the concepts and trends most discussed in the national and international literature. The main interest of this work is to verify the existence of a gap between discourse and practice. The research data suggest the formation of three groups of enterprises: (1) those who still maintain an operational approach to the human resources area; (2) those that adopt a strategic approach and (3) those who get closer to the management for competitiveness approach. The study also shows great diversity among the experts thinking, which enhances even further, in our opinion, the found heterogeneity of the human resources practices.Key words: people management models; strategic human resource management; human resource management for competitive advantage.
Doi: alcance.v24n1.p4-21RESUMO O envelhecimento é um dos fenômenos mais significativos do século XXI. Apesar dos dados demográficos enfatizarem a relevância do envelhecimento em nosso país, a literatura acadêmica ainda não aborda o tópico de forma abrangente. Assim, este estudo investiga quais as percepções de gestores de Recursos Humanos de empresas instaladas no Brasil a respeito dos profissionais com mais de 50 anos e quais são as práticas de gestão de idade adotadas por suas empresas. Os dados foram coletados junto a 138 gestores de RH por meio do preenchimento de questionário on-line e analisados estatisticamente. Os resultados permitiram identificar que, apesar do rápido envelhecimento populacional brasileiro, as empresas estudadas não estão preparadas para o envelhecimento da força de trabalho. As práticas de gestão da idade se mostram pouco adotadas pelas empresas estudadas, ainda que a percepção dos gestores acerca dos profissionais mais velhos seja relativamente positiva. O artigo contribui para a área de RH na medida em que apresenta a discussão sobre as percepções de gestores e práticas de gestão de idade, tópicos que, embora abordados internacionalmente, ainda não tinham sido explorados na literatura acadêmica nacional. O estudo pretende despertar o interesse de profissionais da área para uma maior reflexão sobre as condições de trabalho de profissionais mais velhos.Palavras-chave: Envelhecimento. Práticas de Gestão. Percepção. ABSTRACTAging is one of the most significant phenomena of the twenty-first century. Although the demographic data emphasize the importance of aging in our country, the academic literature still has not addressed the topic in a comprehensive way. This study investigates the perceptions of Human Resources managers of companies in Brazil, concerning professionals aged over 50 years, and the age management practices adopted by their companies. Data were collected from 138 HR managers who were asked to fill out online questionnaire. Their responses were then statistically analyzed. The results showed that despite the rapid aging of the Brazilian population, the companies studied are not prepared for an aging workforce. Age management practices have been little adopted by the companies studied, although managers' perceptions of older professionals are relatively positive. This article contributes to the area of HR by presenting a discussion of managers' perceptions age management practices. These are topics that, although addressed internationally, have not yet been explored by Disponível em: www.univali.br/periodicos
A Gestão de Recursos Humanos (GRH), como campo prático da Administração de Empresas e como área de ensino e pesquisa, desenvolveu-se vigorosamente no Brasil. Este ensaio crítico tem como objetivo apresentar uma análise histórica dessa evolução nos últimos 60 anos. Para isso, caracterizamos e analisamos dois períodos : 1950-1980, o qual denominamos colonização; e 1980-2010, o qual denominamos neocolonização. Para cada período, apresentamos o contexto político e econômico, as mudanças ocorridas na GRH e o discurso correspondente.Nossa análise adota a perspectiva do pós-colonialismo, uma corrente de pesquisa ascendente em Estudos Organizacionais, e introduz e utiliza a perspectiva do tropicalismo, uma abordagem genuinamente local, derivada dos movimentos culturais dos anos 1960. Nós argumentamos que a GRH desenvolveu-se no Brasil a partir de um movimento de colonização oriundo do estrangeiro. Tal movimento, envolvendo colonizadores e colonizados, compreendeu assimetrias em termos de poder, porém incluiu também interdependências e recriações.RESUMO PALAVRAS-CHAVE Gestão de recursos humanos, gestão de pessoas, pós-colonialismo, tropicalismo, ideologia do management, cultura do management. ARTIGO CONVIDADOAbstract Human resource management, as a practical field of business administration and as a teaching and research area, has developed vigorously in Brazil. The objective of this critical essay is to present an historical analysis of this evolution over the last 60 years. To do so we characterize and analyze two periods: 1950-1980, which we call colonization; and 1980-2010, which we call neo-colonization. For each period we present the political and economic context, the changes that occurred in human resource management and the corresponding discourse. Our analysis adopts the perspective of post-colonialism, a rising tide in research in organizational studies, and introduces and uses the perspective of tropicalism, a genuinely local approach, which is derived from the cultural movements of the 1960s. We argue that human resource management developed in Brazil from a colonization movement that came from abroad. This movement, which involved both colonizers and colonized, comprised asymmetries in terms of power, but also included interdependence and re-creations. : 1950-1980, el cual denominamos de colonización; y 1980-2010, al
A lógica das modernas práticas de gestão ultrapassou a esfera econômica e disseminou-se como modelo de conduta para outras esferas da vida social, em um processo denominado management ou cultura do management, intensamente difundido após a Segunda Guerra Mundial. Ao se expandir para países em desenvolvimento, argumentamos que esse processo trouxe, entre outros valores, modelos de sucesso que se propagaram a partir da mídia de negócios. A mídia, entendida como comunicação de massa, possibilita a mercantilização e a circulação de formas simbólicas. Nesse contexto, este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de caráter construcionista que analisa os repertórios utilizados pela principal revista de negócios do Brasil, a Exame, para falar do sucesso, desde sua criação, em 1971, até 1998, ano em que surgiu a Você S/A, publicação emblemática para o fenômeno aqui discutido. Ao todo, foram consultadas 634 edições de Exame, a partir das quais selecionamos 58 matérias e 595 editorais que foram, então, submetidos à análise de repertórios. Ao evidenciar o modelo de executivo e homem de negócios bem-sucedido, os resultados mostram, ao longo de três décadas, o processo de difusão de um sentido de sucesso em sintonia com a lógica da economia de mercado e com os valores da excelência e do empreendedorismo como características necessárias ao indivíduo, no mundo corporativo. Em conjunto com outras pesquisas brasileiras, este artigo evidencia o processo de difusão dos valores do management no país.
Resumo ste ensaio discute os sentidos do tempo na sociedade contemporânea. Para isso, introduz, em primeiro lugar, uma breve História da construção social do tempo linear e da disseminação do tempo do relógio na sociedade ocidental. A absorção do tempo do relógio durou um longo período de aproximadamente três séculos, tempo este que é hoje percebido como absolutamente natural. O tempo do relógio organizou instituições e a vida social, especialmente nas sociedades industrializadas. Na segunda parte, argumentamos que, assim como o relógio nas sociedades industriais, o computador é o símbolo do tempo nas sociedades contemporâneas. O tempo do computador não é linear, mas simultâneo, instantâneo. Diferentemente do tempo linear do relógio, o tempo do computador é múltiplo, flexível, mas também fonte de opressão e ansiedade. Perguntamos, finalmente, o que vai acontecer com as pessoas, com as instituições e com a vida social, quando as pessoas corporificarem o tempo múltiplo do computador.1 Algumas idéias sobre os sentidos da velocidade apresentadas neste texto já foram exploradas em trabalho apresentado no ENEO 2002, e publicadas com o seguinte título: "Produção de sentidos: tempo e velocidade nas organizações", (TONELLI, 2003), onde são apresentados os resultados de uma pesquisa sobre os sentidos atribuídos à velocidade e a aceleração, por pessoas de diferentes níveis hierárquicos, em diferentes organizações. Agradecemos o apoio para a pesquisa do GV-Pesquisa, da FGV-EAESP e, especialmente, Alaíde Sipahi Dantas, como assistente de pesquisa. * Profª EAESP/FGV E T o&s -v.15 -n.45 -Abril/Junho -2008
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