The main objective of this article is to analyze the new organization of labor of university teachers, seeking to investigate the potential relationship with the health status of these workers. It is based on the assumption that job instability in public universities has had repercussions on the health of higher education teachers. A qualitative exploratory study was conducted by means of bibliographic research in indexed databases. As a method of analysis, thematic analysis was used, focusing on four empirical categories, namely: job instability in the teaching profession; intensification of labor; aspects of the organization of teaching work in universities; and data on the health of university teachers. It was revealed in the literature that the use of strong organizational pressures prevails in the university scenario and consequently the intensification of labor is prevalent, with emphasis on the issue of increasing the demand for academic productivity. It was also observed that the topic of excess workload of teachers is recurrent and the concept of availability of less leisure time prevails. In addition, the need for organized collective resistance was confirmed in order to modify the job instability of teaching work.
Este estudo, um dos produtos do Curso de Especialização em Saúde do Trabalhador, ano 2002, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH) da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Fiocruz, teve como objetivo investigar a atuação do movimento sindical na luta pela saúde no trabalho como estratégia de fortalecimento da organização e da unificação dos trabalhadores. Analisou-se a trajetória do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação - Sepe/RJ, de 1997 a 2002, e sua relação com a pesquisa-formação que investiga as condições de saúde e trabalho na escola pública, desenvolvida através de um grupo interinstitucional e multiprofissional envolvendo a Fundação Oswaldo Cruz, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e a Universidade Federal da Paraíba, em parceria com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) e o Sindicato de Trabalhadores da Educação do Município de João Pessoa (Sintem-PB). O estudo permite compreender que se trata de um movimento, antes de tudo, de resistência diferenciada, de renovação política de organização dos trabalhadores, podendo representar, ainda, um meio dinamizador da participação dos "trabalhadores de base", opondo-se ao cenário de fragilização sindical diante da crise do capitalismo no contexto neoliberal.
ResumoO presente artigo analisa as relações entre saúde e trabalho dos agentes de combate às endemias (ACEs) da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), lotados no município de Nova Iguaçu-RJ, que foram reintegrados ao quadro da administração pública após terem sido dispensados. Os objetivos principais deste estudo foram compreender a história da luta destes trabalhadores por reconhecimento social e justiça, cujo desfecho foi a readmissão ao trabalho, bem como conhecer os efeitos adversos na saúde em razão das condições da atividade de combate a endemias. Adotou-se como base metodológica os estudos participativos e, complementarmente, o enfoque da educação popular, realizando grupos de discussão com os trabalhadores. Trata-se, por conseguinte, de uma pesquisa de cunho pedagógico, na qual o diálogo é a relação fundamental. Dos temas identificados nos grupos de discussão obteve-se um repertório de problemas e questões que evidenciaram as más condições de trabalho e a desregulamentação de políticas de saúde voltada para os trabalhadores. Os próprios trabalhadores reconhecem a precarização de seu trabalho, conferindo grande responsabilidade à interferência da política. Referiram-se ainda a um período de incertezas, sofrido pela indefinição de responsabilidades entre os níveis de governo, durante o período de descentralização político-administrativa, e seus efeitos negativos na saúde. Mencionaram o possível aspecto de toxicidade dos inseticidas e os seus riscos de contaminação. Foram sinalizadas sugestões que podem ser adotadas, de modo a propiciar melhores condições de trabalho e de saúde. Palavras-chave: Agente de Combate a Endemias; Saúde do Trabalhador; Saúde do Servidor Público.
Resumo Objetivo: analisar a abordagem metodológica “Oficinas em saúde do trabalhador” e seus resultados acerca das relações entre trabalho docente e saúde em universidade pública. Métodos: pesquisa social de caráter qualitativo e de natureza pedagógica e participativa. “Oficinas em saúde do trabalhador” são espaços onde trabalhadores e pesquisadores discutem temas de trabalho relacionados à saúde, pautados em investigação participativa e pedagogia freireana e em fundamentos do campo da Saúde do Trabalhador, principalmente o modelo operário de conhecimento e a teoria de Gramsci. Foram realizadas quatro reuniões com oito docentes pertencentes ao mesmo instituto de uma universidade federal localizada no estado do Rio de Janeiro. Resultados: no plano epistemológico, analisaram-se importantes temas acerca do trabalho e da saúde docentes, sendo eles: precarização da infraestrutura universitária e as condições de trabalho docente; relações coletivas e conflitos; sentidos e ambivalência do trabalho docente; queixas de saúde e intensificação do trabalho. Conclusão: este estudo possibilitou o desenvolvimento de abordagem metodológica de caráter dialógico e participativo. Embora o estudo esteja circunscrito a um pequeno grupo, o método propiciou identificar e analisar importantes aspectos do trabalho e da saúde docente que constatam transformações no trabalho em universidade, apontando para a necessidade de estudos de maior alcance.
Este artigo tem como objetivo principal apresentar e analisar o instrumento de pesquisa designado como “cadernetas de saúde e trabalho”, com foco na produção de conhecimento sobre o trabalho de docentes de universidade pública. Trata-se de uma técnica de investigação de caráter qualitativo e participativo, adequada ao aprofundamento do estudo das relações entre a saúde e o trabalho, reavendo os locais de trabalho como lugares privilegiados de observações para o exercício de uma efetiva ação de defesa da saúde e a experiência do trabalho como matéria principal de análise. A qualidade especial das cadernetas como técnica de investigação refere-se ao papel protagonista atribuído ao trabalhador no processo de pesquisa, autor do diário e coparticipante do estudo. Participaram oito docentes pertencentes ao mesmo instituto de uma universidade federal de ensino superior (IFES), localizada no Rio de Janeiro, Brasil. Quanto à análise dos materiais empíricos, procedentes das anotações das cadernetas e de encontro com os trabalhadores, adotou-se a técnica de análise temática, chegando-se a quatro categorias principais de discussão, a saber: o tempo de trabalho e as múltiplas atividades de trabalho do professor; precarização das condições de trabalho em universidades; saúde docente entre limites e cadernetas sob o olhar dos seus autores. No que concerne aos resultados, sobressaiu o tema alusivo à sobrecarga de trabalho e pressão do tempo para cumprimento de metas. Ao fim, considerou-se que as cadernetas de saúde e trabalho mostraram-se como ferramenta de pesquisa com potencial para se gerar conhecimento em perspectiva coletiva.
Resumo Este ensaio busca contribuir para a construção de uma modalidade participativa e dialógica de vigilância em saúde para os locais de trabalho, notadamente para o serviço público federal. Nele desenvolve-se uma reflexão com base na revisão da literatura especializada e foco na legislação e na política em vigor no país. Constata-se que as conquistas histó-ricas realizadas no âmbito dos movimentos sociais de trabalhadores propiciam a produção de novas relações entre o Estado e a sociedade, favorecendo o aparecimento de espaços participativos nas instituições públicas. Além disso, evidencia-se a necessidade capital da organização de comissões de saúde do trabalhador por locais de trabalho como forma elementar de implantação da política de vigilância em saúde nos ambientes laborais. Por fim, sob a égide do campo da educação crítica, apresentam-se alguns preceitos do aporte teórico da pedagogia freiriana para que sirvam de base à criação de espaços de fala e escuta no trabalho. Defende-se a ideia de que o diálogo e a participação são os fundamentos educativos de uma perspectiva democrática de vigilância em saúde do trabalhador. Palavras-chave participação social; vigilância em saúde do trabalhador; serviço público federal; educação dialógica. Abstract This essay seeks to contribute to the construction of a participatory and dialogical mode of health surveillance for the workplace, notably for the federal public service. A reflection is made in it based on a review of the literature and a focus on the legislation and on the policy in force in the country. The authors find that the historical achievements made in the scope of labor social movements favor the production of new relations between the state and society, favoring the emergence of participatory spaces in public institutions. In addition, it highlights the capital need for organizing occupational health commissions per workplace as an elementary way to implement the health surveillance policy in the work environments. Finally, under the aegis of the critical education field, it presents a few precepts of the theoretical contribution made by Freire's pedagogy to serve as a base for the creation of spaces for discussion at the workplace. The authors defend the idea that dialog and participation are the educational foundations of a democratic perspective of occupational health surveillance. PARTICIPAÇÃO SOCIAL, VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR E SERVIÇO PÚBLICO
Resumo O objetivo do presente estudo foi problematizar aspectos do trabalho docente do ensino superior em relação a gênero, políticas de avaliação e saúde. Para tal, realizou-se uma pesquisa social de caráter qualitativo sob a vertente dos estudos participativos e do enfoque do feminismo materialista. A análise do material foi efetuada por meio da análise de conteúdo, na modalidade temática, e identificados quatro temas principais: conflitos entre trabalho docente e trabalho doméstico; trabalho docente, maternidade e culpa; políticas de avaliação do trabalho docente e relações de gênero; divisão sexual do trabalho e docência. Percebeu-se o quanto as demandas da esfera produtiva têm extrapolado o tempo da jornada de trabalho para a esfera reprodutiva e a vida privada das professoras, comprometendo a luta e a defesa pela saúde que podem levar a processos de sofrimento e adoecimento. O tema da divisão sexual do trabalho em universidades públicas desponta como importante questão que evidencia sobrecarga de trabalho e mal estar psíquico, especialmente em um momento em que o trabalho docente se torna crescentemente competitivo. Concluiu-se pela imperativa necessidade de investimentos em políticas públicas que garantam igualdade de gênero no trabalho do ensino superior.
Neste artigo, analisamos o movimento de um grupo de Ação Solidária denominado Associação Brasileira de Expostos ao Amianto do Rio de Janeiro (ABREA/RJ). Privilegiamos a fala e o ponto de vista dos próprios trabalhadores sobre o movimento, com base no enfoque dos estudos qualitativos e da investigação participativa. Sob a égide do método da educação popular, realizamos reuniões de grupo pautadas na colaboração entre trabalhadores e pesquisadores, o que se mostrou uma estratégia pedagógica facilitadora da reconstrução dos vínculos de solidariedade e da promoção da saúde. Desenvolvemos o argumento de que as práticas de educação em saúde, relativas ao mundo do trabalho, exigem socialização das informações e do conhecimento científico, aliadas a uma ação política integrada que potencialize transformações a favor de uma cidadania plena no trabalho. Outrossim, sustentamos o caráter imprescindível de alguns elementos para a concretização, a contento, de uma práxis educativa em saúde dos trabalhadores, a saber: participação, diálogo, solidariedade e aliança entre trabalhadores e pesquisadores. Por fim, enfatizamos o valor das redes - nas esferas nacional e internacional - de apoio aos trabalhadores no fortalecimento do movimento de banimento do amianto, como também o fato de o próprio trabalho ser um importante ativador da organização de luta pela saúde.
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