Esse artigo analisa a trajetória recente da política penitenciária em São Paulo, o estado brasileiro com o maior número de pessoas encarceradas. A partir de uma abordagem qualitativa, realizou-se pesquisa analisando os diferentes contextos e indicativos das políticas públicas utilizadas, ressaltando as dificuldades existentes para sua institucionalização. Os levantamentos revelam que a expansão do sistema é marcada por um endurecimento dos regimes de aplicação da pena, encerrando um breve período de humanização nos anos 1980. O recrudescimento das ações da "sociedade dos cativos", a disseminação de controles mais rígidos, como o Regime Disciplinar Diferenciado, o embate político e midiático reforçaram um ciclo vicioso voltado para o aumento da repressão. Conclui-se que foram mantidas as características paradoxais do sistema prisional, em que de um lado a sociedade assume a custódia de seus agressores e a defesa de sua dignidade humana como obrigação moral, enquanto falha na perspectiva de garantia de suas necessidades básicas. Assim, o equilíbrio entre as estratégias de expansão do sistema carcerário e outras ações de respeito aos direitos dos presos somente terá efetividade com a firme adoção de processos de inclusão social dos encarcerados.Pa l a v r a s -c h a v e : prisão; sociedade dos cativos; política penitenciária. Ruta reciente de la política penitenciaria en Brasil: el caso de São PauloEn este artículo se analiza la trayectoria reciente de la política penitenciaria en São Paulo, el estado brasileño con el mayor número de personas encarceladas. A partir de un enfoque cualitativo se realizó investigación mediante el análisis de los diferentes contextos y indicativos de la política pública que se utiliza, destacando las dificultades para su institucionalización. Los estudios revelan que la expansión Artigo recebido em 11 nov. 2011 e aceito em 16 maio 2013.
O cenário macroeconômico no Brasil tem apontado para melhorias no mercado de trabalho e indicadores de emprego e renda, contexto que deveria favorecer a ação sindical. O que se observa, entretanto, é a manutenção de parâmetros tradicionais nas relações de trabalho. Este artigo objetiva analisar, sob a distinta ótica dos sindicatos, em que medida a implantação dos sistemas de gestão de competências tem sido objeto de ação sindical, tendo em vista sua adoção por boa parte das grandes organizações, e o fato de esta ser considerada uma ferramenta moderna de gestão empresarial e de pessoas. A abordagem metodológica privilegiou o enfoque qualitativo, utilizando pesquisa documental e de campo. As etapas de pesquisa constaram de: (a) levantamento bibliográfico; (b) consulta a bases de dados relacionais; (c) realização de painel de especialistas; e (d) grupo de foco. Os resultados apontam que a gestão de competências é um termo ausente nas negociações coletivas e desconhecido pelos sindicatos, reduzindo-se a ações de identificação e combate ao assédio moral e a metas abusivas, pauta central de reivindicações. Na mesma medida, o Estado não assume seu papel como agente indutor da melhoria das competências, e as organizações mantêm sua ação imperativa sobre os trabalhadores.
RESUMO O artigo tem por objetivo analisar, sob a perspectiva da teoria institucional, o processo de implantação de compras públicas sustentáveis pelo Governo do Estado de Minas Gerais, um dos pioneiros nesse processo no Brasil. Realizou-se pesquisa qualitativa por meio de estudo de caso único, utilizando-se de análise documental e entrevistas semi-estruturadas. Pôde-se compreender o papel de diferentes atores que se caracterizaram como forças institucionais no campo organizacional da difusão de compras públicas sustentáveis. A análise demonstra a preponderância de mecanismos de natureza coercitiva, além de circunstâncias ligadas aos “mitos e cerimônias” na difusão de compras públicas sustentáveis no governo em Minas Gerais.
(SARSUR, 2010). Como parte do resultado da melhor estruturação da educação corporativa, a qualificação da mão de obra traz no seu bojo os processos de certificação profissional. Neste contexto, o sistema financeiro brasileiro revela instituições mais efetivas na intermediação financeira e na geração de resultados, lastreadas em ações de educação corporativa e políticas de gestão de pessoas. O presente artigo delineia esta perspectiva analisando o movimento de certificação de trabalhadores bancários no Brasil, sob a égide de atores distintos como o órgão regulador; os bancos e suas universidades corporativas; as certificadoras; os sindicatos e os bancários. Verificaram-se por meio de pesquisa qualitativa de cunho descritivo, utilizando-se como instrumentos de coleta de dados a análise documental, entrevistas e grupo de foco, as políticas de gestão de pessoas sob o escopo da educação corporativa e o processo de certificação bancária sob a perspectiva destes atores. Os principais achados indicam que o Banco Central do Brasil normatiza o mercado, os bancos induzem ao processo de certificação bancária como mecanismo de ampliação de
PurposeThe purpose of this work is to comparatively study human resources management (HRM) areas in Brazil, at the national level, analyzing how companies considered labor market and labor relations aspects when building their strategies and when configuring people management models in place in the country (2014–2019), based on local conditions.Design/methodology/approachThe subject was approached through qualitative analysis, encompassing document survey, systematic literature review, specialists' panel discussions, eight focus groups (43 human resources [HR] managers), interviews (16 union members), applying institutional approach to people management.FindingsIn regards to labor market and unions, HR areas faced different conditions across Brazilian regions. They have dealt with those influences on their strategic and quotidian decisions in an unstructured fashion. HR areas remain constructed as traditional, adjuvant and far from strategic level. In the institutionalization process – normative isomorphism – a professional HR jargon use was identified. HR areas usually act in collective bargaining, resorting to specialized professionals or consulting companies. During the economic crisis, HR professionals' attitude had a reactive nature, responding to organizations leadership, with little dedication to the emerging context.Practical implicationsThis work enables important players like HR managers, union members and specialists in public policies to interpret the institutionalization phenomena of practices related to management, labor market and labor relations in the country.Social implicationsUnderstanding the effects of the relations among state, companies and unions allows the different power vectors, acting upon the institutionalization process of people management areas in the Brazilian case, to be outlined.Originality/valueThis study applies the institutional approach to understand the economic and social heterogeneity affecting organizations in Brazil. It enhances the knowledge on HRM areas scope and their articulation toward labor market and relations.
This article reports results of qualitative research that examines how the literature available of human resource management (HRM) addresses the new characteristics of employment in Brazil in the 2000-2015 period; with an aging population, a reduction in the share of young people and increased educational level of the workforce, a drop in the number of non-employed, higher income for workers and a high rate of turnover. In employment relations, the trade unions obtained real raises above inflation and strikes have returned. Through a panel of specialists and literature on human resources management in Brazil, the study reveals a distance between the subjects of labor market, employment relations and HRM. Two hypotheses could explain these findings: (H1) labor relation and labor market issues are of little value to HRM; and (H2) HRM and employment relations are treated as different professional areas and fields of knowledge, and are poorly integrated in organizations.Keywords: human resources management, HRM, labor market, employment relations. ResumoO artigo traz resultados de pesquisa qualitativa que analisa como a temática da gestão de recursos humanos (HRM) considera as novas características do trabalho no Brasil no período 2000-2015; com o envelhecimento populacional, redução da proporção de jovens e aumento da escolaridade na força de trabalho, queda na taxa de desocupação, melhoria do rendimento dos trabalhadores e elevada rotatividade. Nas relações de trabalho, os sindicatos conquistaram aumentos reais e as greves retornaram. Por meio de painel de especialistas e levantamento bibliográfico sobre gestão de pessoas no Brasil o estudo revela uma distância das temáticas do mercado de trabalho; relações de trabalho e HRM. Duas suposições poderiam explicar esses achados: (H1) as questões referentes às relações de trabalho e ao mercado de trabalho são pouco valorizadas pela HRM; e (H2) HRM e relações de trabalho são tratadas como áreas profissionais e de conhecimento separadas e pouco integradas nas organizações.Palavras-chave: gestão de recursos humanos, GRH, mercado de trabalho, relações de trabalho.
Este artigo objetiva compreender como a inovação é percebida no setor público sob a ótica dos servidores públicos que trabalham com inovações. A concepção de inovação assumida aqui ultrapassa o vínculo da tecnologia, tendo destaque as inovações organizacionais que representam melhorias no gerenciamento da coisa pública e culminam na atribuição de valor pela população. A partir de pesquisa qualitativa e descritiva, foram selecionados estudos de casos em organizações da Administração Pública federal e estadual que atuam com inovações enquanto sua atividade-fim e aqueles que inovam em suas áreas setoriais. A coleta de dados centrou-se em entrevistas semiestruturadas com 14 servidores públicos dos casos analisados, ocorridas entre 2018 e 2019. A análise abrangeu as percepções dos entrevistados sobre: i) o que são inovações; ii) inovações no cotidiano de trabalho; iii) tarefas para além do prescrito; e iv) o impacto das transições de gestão governamental nas dinâmicas de inovação. Os resultados apontaram que a percepção desses profissionais transpõe o comumente compreendido por inovação como mudança, ruptura, novo, criatividade. Os principais achados indicaram que as mudanças de gestão de governo repercutiram na inovação quanto à disponibilidade de recursos e ao suporte organizacional para a estratégia de inovação na Administração Pública. Contudo, a ausência de recursos não inibiu a busca por alternativas na esfera estadual que encontrou soluções inovadoras para seu contexto, logo a percepção por inovações seria relativa. Consequentemente, a inovação contribui para transformar a gestão pública ao atender as expectativas dos cidadãos por serviços públicos de qualidade e transparência nas ações governamentais.Palavras-chaves: Inovação no setor público. Inovação organizacional. Gestão governamental.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.