ResumoA realização do presente estudo teve como objetivo principal investigar a organização estrutural do campo semântico conceitual da emoção em crianças em uma perspectiva êmica. Participaram desta pesquisa 247 crianças de escola pública e particular, com idades entre sete e 12 anos. Foram aplicadas as técnicas de associação livre de palavras (emoção) e duas perguntas (freqüência das emoções e o que sabiam sobre emoção). Essa ultima questão apontou que a maioria das crianças respondia relacionando emoções a sentimento, a coisas que sentem no coração. Elas também traziam exemplos de acontecimentos positivos e negativos, citavam emoções específicas, principalmente as classificadas como primária, pelos teóricos da área. Na questão relativa à freqüência destas emoções em sua vida as crianças apontaram alegria, felicidade e tristeza como as emoções mais vivenciadas no seu dia a dia. Na associação livre, as emoções primárias apareceram de forma predominante, destacando-se em primeiro lugar a alegria, seguida da tristeza, felicidade, raiva, medo e amor respectivamente. Emoções mais elaboradas, consideradas secundárias, também foram encontradas como saudade, ódio, paz, ansiedade, etc. Para verificar a organização estrutural do campo semântico conceitual, as categorias produzidas através da associação livre foram analisadas também por meio da Análise da Estrutura de Similaridade (SSA). Em seguida, para verificar a relação entre a estrutura decorrente do campo semântico encontrado e as variáveis idade, sexo, e tipo de escola, os dados foram analisados através do método das "variáveis externas como pontos". Regressões múltiplas foram também computadas. Foi encontrado que o tipo de escola e, sobretudo, a idade desempenharam um papel relevante em influenciar de forma significativa a organização estrutural do campo semântico conceitual das emoções, que apresentou uma estrutura ordenada de tipo modular. Palavras-chave: Emoção; Sentimentos; Conceito; Representações sociais. AbstractThe main aim of this study was to investigate the structural organization of the semantic concept of emotion in children based on an emic perspective. A free word association (emotion) and two questions (frequency of emotions and what they knew about emotions) was applied to a sample of 247 children aged 7-12 from public and private schools in Brazil. The question concerning what they knew about emotions indicated that most children link emotions to feelings, things their heart feels. Participants also gave examples of positive and negative experiences, specifying certain emotions, mainly emotions classified as primary by researchers in this field. Regarding the question about the frequency of those emotions in their lives, they pointed out joy, happiness and sadness as being the emotions frequently experienced on their daily lives. On the free word association primary emotions predominated being joy the most frequent one, followed by sadness, happiness, anger, fear and love. We also encountered more elaborate emotions (secondary emotions) such as ...
RESUMO O trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa longitudinal em crianças falantes de língua portuguesa, investigando a relação entre consciência fonológica e a aprendizagem da leitura. A consciência fonológica foi medida por meio de tarefas que envolviam a fusão e a segmentação silábica e fonêmica que foram aplicadas na pré-escola e no final do primeiro ano de alfabetização. Análises de regressão linear múltipla controlando a idade e a inteligência (verbal e não verbal) foram realizadas e apenas os escores na tarefa de fusão silábica aplicada no final do primeiro ano de alfabetização predisseram os escores em um teste de leitura aplicado no mesmo período. Porém análises não paramétricas indicaram que ambas as tarefas de fusão (fonêmica e silábica) aplicadas na pré-escola predisseram a leitura um ano depois. Esses resultados foram discutidos considerando-se a natureza das tarefas de consciência fonológica empregadas e o seu papel em relação ao aprendizado da leitura.
ResumoO objetivo da presente pesquisa é investigar quando concepções religioso-metafísicas e secular-biológicas surgem no desenvolvimento do conceito de morte. Foram entrevistadas noventa e duas crianças com idades entre 6-8 e 10-12 anos, estudantes de escolas públicas e privadas localizadas na cidade do Recife, Brasil. Foram apresentadas duas narrativas aos participantes descrevendo a morte de uma avó ou avô, para em seguida solicitar que julgassem se certos processos corporais e mentais deixavam ou não de funcionar após a morte. Os resultados indicam que crianças de ambos os grupos de idade apresentaram uma forte visão secular-biológica da morte. As crianças também fizeram distinções entre corpo e mente, emitindo justificativas de cunho secular-biológico para funções corporais e justificativas de cunho religiosometafísico para funções mentais. Palavras-chave: Conceito de morte; Secular-biológico; Religioso-metafísico. AbstractThe objective of the present project lies on investigating when religious/metaphysical and secular/biological conceptions emerge in the development of a concept of death. A total of 92 children of 6-8 and 10-12 years old, from public and private schools, all from the city of Recife in Brazil were interviewed. Participants were presented to two narratives depicting the death of a grandparent and were further asked to judge if certain bodily and metal functioning cease or not after death. Findings indicate that children from both group ages hold an overall strong secular-biological view of death. In addition, children made distinctions between body and mind, giving secular/biological explanations to body functioning and religious/metaphysical ones to mental functioning. Keywords: Concept of death; Secular-biological; Religious-metaphysical.O Conceito de Morte é uma representação, imagem ou idéia acerca do que vem a ser esse fenômeno. O desenvolvimento de tal conceito pode suscitar diversas interpretações por pessoas em diferentes contextos, fase de vida, cultura dominante ou religião. Em uma perspectiva secular-biológica, a morte é concebida como um ponto terminal, quando a máquina corporal para de trabalhar. Ao adotar este ponto de vista, acredita-se que a vida de qualquer pessoa acaba irreversivelmente e completamente com o advento da morte (Brent, Speece, Lin, Dong, & Yang, 1996; Harris & Gimenez, 2005). A segunda perspectiva exemplifica uma visão comum a inúmeras religiões no mundo, em que a morte é considerada uma metamorfose -o começo de outro tipo de vida que não obedece somente a processos biológicos. Neste ponto de vista, ela é vista como uma transição, não como um fim (Astuti & Harris, 2008;Bering, 2006; Harris & Gimenez, 2005). Este trabalho pretende conhecer como crianças conceituam a morte, e até que ponto elas consideram estas duas alternativas como compatíveis ou não.Partindo-se de uma visão teórica alicerçada em pressupostos do desenvolvimento cognitivo postulados pela teoria da teoria 1 , acredita-se que crianças ao explorar o mundo, são como pequenos cientistas, capazes d...
Literature investigating people’s concepts of supernatural agency (such as ghosts and deities) points to an intuitive theory of mind underlying such ideas, however, recent studies suggest that intuitive ideas over vital energy could also be involved. The present paper focuses on examining the culture and development of people’s conceptions on vital energy. A search was made using the keyword vital energy targeting literature from Anthropology, Psychology and Cognitive Science. A literature review over this topic was made yielding reflections over the development of vital energy concepts. Results suggest that an intuitive biology, grounded on ideas of biological energy (vital energy), may underlie an understanding of soul, spirit, and supernatural energy. Future empirical studies should target the development of vital energy intuitive theories with different age ranges and cultures.
Resumo Existe uma controvérsia na literatura relativa ao desenvolvimento da representação da desigualdade econômica. A questão levantada por estas investigações é: Os atributos do conhecimento desta noção de desigualdade econômica são coletivos ou individuais? Uma investigação foi planejada com uma amostra de 85 participantes de origem sócio-econômica diferenciada: 30 adolescentes oriundos de famílias de NSE médio e 55 adolescentes oriundos de famílias de NSE baixo (30 morando com os pais e 25 morando na rua). Foram utilizados desenhos de pessoas representando ocupações que os participantes deviam ordenar em função de remuneração, atribuir salário e avaliar a satisfação. Os resultados apontam para a existência de uma relação entre pertencer a um determinado grupo sócio-cultural e aspectos cognitivos da forma de representação das desigualdades econômicas em nossa sociedade. De fato, as recompensas de salários associados com ocupações em diferentes posições na estratificação, são representadas diferentemente em função do nível sócio-econômico e experiência sociocultural do participante. Assim, é possível considerar que a estrutura do sistema de atividades sobre-individuais na qual a criança está inserida desempenha um papel crucial no desenvolvimento de formas específicas de representação da desigualdade social. Estes resultados e suas implicações para a compreensão do processo de socialização são discutidos.
O nível de escolaridade dos pais interfere na permanência dos filhos na escola? Does parental education level interferes with the permanence of children in school?
Neste trabalho, exploramos uma série de hipóteses específicas com o objetivo de entender a transmissão intergeracional de status social e educacional. A perspectiva geral proposta aqui é que este fenômeno resulta de um processo de socialização que é simultaneamente cognitivo e social. Crianças de NSE baixo e médio constroem mundos consensuais diferentes que dão às crianças de NSE médio razões para aprender e às crianças de classe baixa razões para não aprender na escola. As diferenças que antecipamos encontrar não estão nas crenças gerais sobre o valor da educação, mas nas suas representações específicas de estratificação social e educacional, sua identidade neste mundo social e os tipos de conhecimentos nos quais se considere valga a pena investir, em função da identidade.
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