Magali Mendes de MenezesCentro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, RS Não é difícil percebermos que o feminino historicamente assumiu diferentes sentidos (na maioria das vezes pejorativos) como fragilidade, sensibilidade, noite, passividade, silêncio... e tantos outros. O que se mostrava como protótipo do humano não deveria então conter esses atributos, que foram vistos como inferiores e, por isso, desprezíveis. Mas Lévinas 1 irá se utilizar justamente dessas características para mostrar que o que se apresentou (através da história) como inferior é constitutivo do sentido último do humano. O sujeito que desfalece não é mais o sujeito heróico da história, vencedor de batalhas, mas um sujeito que se fragiliza e se sensibiliza com e pelo Outro; em outros termos, que se torna feminino. O Eu viril (como tantas vezes é descrito por Lévinas) perde seu poder de tudo poder, torna-se vulnerável. Não para agora novamente se fixar em uma nova imagem, numa tentativa de continuar aprisionado ao jogo circular das identidades, o feminino, no entanto, faz surgir uma multiplicidade no sujeito que o torna nômade, pois o feminino é equívoco, ambigüidade, aporia. Não há mais como continuar centrado em si mesmo, a multiplicidade não pode mais ser reduzida ao "um", e é esse o sentido do "Outro-no-Mesmo". Lévinas sobre isso comenta:1 No ano de 2006 comemora-se o centenário de Emmanuel Lévinas, filósofo que nasceu na Lituânia, mas viveu uma grande parte de sua vida em Estraburgo, França. Ele foi influenciado pela literatura russa, por textos talmú-dicos e por pensadores como Husserl e Heidegger.
RESUMOO artigo apresenta resultados de pesquisa em práticas de educação não escolar. Inicialmente delineia uma breve revisão sobre práticas socioeducativas, enquanto conceito e intervenção. Por meio de entrevistas individuais e da formação de grupos de discussão com educadores atuantes em projetos socioeducativos, buscou-se uma reflexão sobre suas práticas, levando em consideração as seguintes categorias de análise: formação, trabalho e sua natureza, conceito de socioeducativo, estraté-gias pedagógicas. A pesquisa então demonstra alguns resultados preliminares da investigação "Práticas de educação não escolar de sujeitos que atuam em projetos socioeducativos", entre eles, um traçado do perfil do educador e as principais categorias que advêm das análises das entrevistas. A análise, mesmo que parcial, evidencia quem são esses sujeitos e como eles se produzem, além de oportunizar um conjunto de reflexões sobre práticas de educação que são contextualizadas numa dada realidade e produtoras de novas sensibilidades.PALAVRAS-CHAVE práticas socioeducativas; formação; educadores.
BrasilCitación: Menezes, M. M., Bergamaschi, M. A., e Pereira, M. D. S. (2015). Um olhar sobre o olhar indígena e suas escol(h)as. Archivos Analíticos de Políticas Educativas, 23 (97), http://dx.doi.org/10.14507/epaa.v23.2044 Este artículo forma parte del número especial Etnografía y sociolingüística de la interacción editado por Ana Inés Heras y Virginia Unamuno.Resumen: La mirada que surge como posibilidad de encuentro. Este ensayo poético, presenta imágenes creadas en el espacio de la Universidad, a partir de encuentros de formación realizados entre indígenas Kaingang y Guarany, y los no indígenas participantes del proyecto "Rede de Saberes Indígenas na Escola". El objetivo de este proyecto, es promover y afirmar las opciones de los actores indígenas en la conducción de las políticas públicas en el campo de la educación. La interculturalidad, como un proyecto ético-político y epistémico, es reflejada en las imágenes que presentan diversos momentos de estos encuentros. Las miradas revelan dudas, desconfianzas, pero al mismo tiempo, complicidad. Aparecen otras formas de comunicación: músicas, dibujos, historias, risas, el silencio. Todo habla en una lengua que no siempre necesita traducirse. En el encuentro también existe el desencuentro: son los espacios donde los indígenas hablan en su propia lengua,
Reflete sobre as inquietações do contexto contemporâneo, o esvaziamento das grandes narrativas e a fragilidade das utopias que ancoram as lutas e os movimentos sociais, para pensar o sentido da resistência. A análise é conduzida pela noção de cultura popular como campo que reflete as contradições do nosso tempo. Podemos ainda falar em cultura popular? Certamente, pois, diante da morte das utopias, mas também de sujeitos concretos e dos sonhos que são sua existência, é necessário pensar o popular como tradutor de um movimento criativo de resistência que ressignifica a vida.
O objetivo deste texto é apresentar o movimento que vai de Totalité et Infini à Autrement qu’être au-delà de l’essence, ou seja, da diferença vista como separação absoluta entre Eu e o Outro para uma diferença que atravessa a própria Subjetividade, uma diferença que passa a compor o tecido mesmo desta Subjetividade e, por sua vez, o tecido mesmo do próprio texto. O dizer não se apresenta aqui como um movimento verbal, mas é passividade extrema de exposição ao Outro. Podemos dizer que o Outro é anterior a mim, é ele que me chama a existência, não sendo então signo verbal, nem modalidade de conhecimento. Seu sentido está no fato de expor uma subjetividade ferida, desde sua origem pelo outro. O estrangeiro não é mais o Outro, mas sua condição de estrangeiro pertence a subjetividade, fazendo com que o sujeito deixe de ser contemporâneo de si mesmo. PALAVRAS-CHAVE – Subjetividade. Diferença. Alteridade. Corpo. Dizer. Linguagem.
Este artigo objetiva a discussão teórico-conceitual acerca da ideia de identidade no contexto do Turismo de Base Comunitária [TBC]. Nesse sentido, sugere uma interpretação que considera as transformações na dinâmica identitária como parte do patrimônio de um lugar. O TBC é uma alternativa ao turismo convencional e tem como marca o protagonismo da comunidade na gestão das atividades de turismo. Os modos de vida e suas formas identitárias se ressignificam a cada encontro com o outro na relação entre visitantes e visitados e está presente nos elementos que constituem a atratividade local. Reconhecer a constante reconstrução das identidades é fundamental na análise de potencialidade para o desenvolvimento dessa modalidade de turismo. Pretendemos que este trabalho seja um estímulo ao debate sobre processos de desenvolvimento de TBC e análises sobre identidades.
Este trabalho é fruto de pesquisa a nível de Doutorado em Educação que tem como objetivo traçar diálogos possíveis entre o pensamento de José Carlos Mariátegui (1895-1930), intelectual peruano, e as lutas indígenas no Brasil contemporâneo, a fim de contribuir para a elaboração de um projeto histórico e de um pensamento latino-americano descolonizador e anticapitalista, a partir da realidade onde nossos pés pisam. Diante do contexto de genocídio e epistemicídio dos povos indígenas no Brasil, buscamos apresentar as resistências indígenas em defesa de seus territórios como movimentos políticos e pedagógicos, contra-hegemônicos à violência capitalista-colonial, afirmando, ainda, com Mariátegui, que a esperança indígena é profundamente revolucionária.
A Ação Saberes Indígenas na Escola produz movimentos importantes na direção da escola indígena sonhada. O presente texto narra a intensidade, as contradições, alegrias e dores da relação entre agentes da universidade e das comunidades Kaingang e Guarani que participam deste programa. A reflexão, de autoria de um professor formador Kaingang e de duas professoras não indígenas coordenadoras institucionais da Ação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, permeou também as vivências aqui relatadas e suas contribuições para compreender os sentidos da interculturalidade nos diálogos, no trabalho nas escolas indígenas, nas comunidades e na universidade. O debate sobre a afirmação/recuperação das línguas, a elaboração dos materiais didáticos, as reflexões sobre a escola indígena e a organização das lutas por meio do espaço desta Ação reverberam em aprendizagens aqui narradas, como memória e (re)existência da caminhada intercultural.
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