ResumoEste trabalho objetiva conhecer as representações sobre segurança alimentar e nutricional dos membros do Conselho de Alimentação Escolar de um município do oeste catarinense. O conceito de segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. O Programa Nacional de Alimentação Escolar é uma das mais importantes estratégias adotadas pelo Governo Federal com vistas à melhoria das condições de segurança alimentar e nutricional da população escolar. Os Conselhos de Alimentação Escolar são estruturas flexíveis de gestão dessa política pública, pela via do controle social. Este se trata de um estudo transversal qualitativo, que adota o referencial teórico-metodológico da análise de conteúdo e da teoria das representações sociais. São entrevistados todos os membros do conselho municipal de alimentação escolar (n=14). As falas são agrupadas em categorias, sendo as mais citadas: higiene (n=12), qualidade nutricional (n=8), aceitabilidade (n=4) e acesso regular (n=3). As categorias sustentabilidade e direito à alimentação não são citadas. A configuração do conselho sugere pouca representatividade. Os resultados indicam a necessidade de qualificação dos conselhos no sentido da construção de uma participação social comprometida e de uma compreensão ampliada sobre segurança alimentar e nutricional, de forma a contribuir para o exercício de um controle social
Este estudo teve o objetivo de conhecer a autopercepção de saúde e o perfilde idosos de um município de pequeno porte no sul do Brasil, com vistas a identificarfatores de risco que indicam vulnerabilidades nessa população. Foi realizado um estudotransversal de caráter descritivo com 60 idosos. Utilizou-se um questionário composto porquestões de identificação e a pergunta: “Em comparação com outras pessoas da sua idade,como considera seu próprio estado de saúde?” Também foi aplicada a Escala Brasileira deInsegurança Alimentar. Os resultados demonstraram que 76,67% eram do sexo feminino,apenas 23,33% viviam sozinhos, 95% possuíam ensino fundamental incompleto e 85%viviam com a renda proveniente da aposentadoria. A autopercepção de saúde é consideradaboa e muito boa por 60%. A prevalência de segurança alimentar e nutricional é de81,7%. Os resultados permitiram observar que a maior parte dos idosos dispõe de recursosindividuais, sociais e programáticos para o enfrentamento da vulnerabilidade. Porém, umaparcela se apresenta mais vulnerável, o que indica a necessidade de intervenções sociais nãoapenas para aumentar a longevidade, mas para melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Introdução: Feiras livres são espaços onde podem ser encontrados produtos orgânicos. A feira contribui na alimentação saudável para a população, uma vez que essas pessoas vão à feira em busca de alimentos de melhor qualidade. As feiras livres são caracterizadas pela presença dos produtores e pela venda de produtos não processados ou minimamente processados, oriundos do campo. Objetivo: descrever o perfil e as preferências alimentares dos consumidores que adquirem produtos em feiras livres na cidade de Chapecó (SC). Métodos: Caracteriza-se como estudo transversal, de caráter descritivo com abordagem quantitativa. Foram abordadas 100 pessoas, maiores de 18 anos, de forma aleatória, que realizaram compras nas feiras da cidade no período entre fevereiro e abril de 2019. A análise do perfil utilizou perguntas relacionadas ao sexo, idade, escolaridade, moradia, renda, composição familiar, abastecimento de água, os motivos que as levam frequentar as feiras, produtos mais consumidos e preferências alimentares. Resultados: Mulheres acima de 45 anos foram as mais frequentes na amostra. O ensino médio completo, moradia própria, renda entre dois a cinco salários mínimos, composição familiar de apenas duas pessoas e água tratada em casa caracterizaram o perfil. Conclusão: Os consumidores de produtos das feiras livres de Chapecó são na maioria mulheres, com mais de 45 anos, com ensino médio completo, moradia própria e que buscam, principalmente, produtos orgânicos, dentre eles, as verduras e alimentos não industrializados. Recomenda-se o estímulo e o incentivo à população e aos agricultores para fomentar o mercado de produtos orgânicos na região.
Resumo O projeto político-pedagógico surge como um instrumento dinamizador das mudanças desejadas e necessárias para a formação de profissionais de saúde, em articulação com a organização do sistema de saúde e visando à integralidade da assistência e à superação da fragmentação característica do paradigma biomédico. O objetivo deste estudo foi lançar um olhar sobre a formação em um curso de nutrição com base nas representações discentes sobre as potencialidades e fragilidades do projeto político-pedagógico instituinte, em diálogo com o projeto instituído. Realizaram-se grupos focais com 46 estudantes. Os dados assim coletados foram tratados por análise de conteúdo, e sua interpretação subsidiada pelo projeto político--pedagógico instituído do curso. Formação e atuação docentes, disciplinas articuladoras, metodologia do trabalho de conclusão, contato precoce com a prática e realização de seminários pedagógicos emergiram como potencialidades do processo de formação. A reduzida presença de docentes nutricionistas nas fases iniciais e a falta de contextualização de algumas disciplinas foram as fragilidades apontadas. Concluiu-se, das potencialidades e fragilidades indicadas, que avanços importantes têm sido conquistados na direção do perfil desejado para o egresso. Resta como desafio buscar um processo de formação docente que possa produzir um novo salto qualitativo de aproximação entre instituído e instituinte. Palavras-chave formação em saúde; diretrizes curriculares nacionais; educação superior. AbstractThe political-pedagogical project emerges as a dynamic instrument of the changes that are desired and necessary to the training of health professionals, together with the organization of the health system and aiming at comprehensive care and at overcoming the fragmentation that is characteristic of the biomedical paradigm. This study aimed to analyze the training provided in a course on nutrition based on the students' representations about the strengths and weaknesses of the political-pedagogical project being instituted, in dialog with the one already instituted. There were focus groups with 46 students. The data collected were treated by means of content analysis, and the interpretation was subsidized by the political-pedagogical project that had already been constituted for the course. The professors' training and performance, the coordinating disciplines, the course completion project methodology, early contact with the practice, and the conducting of educational seminars emerged as the potentialities of the training process. The small number of professors trained in nutrition in the early stages of the course and the lack of contextualization of a few of the subjects were seen as weaknesses. Based on the strengths and weaknesses pointed out, it was concluded that significant progress has been made towards the desired profile for the graduates. Pursuing a teacher training process that can produce a new qualitative leap to draw the instituted and instituting closer together remains a challenge.
A agricultura familiar é constituída por pequenos e médios produtores, que possuem características específicas na sua organização, como a utilização de mão-de-obra familiar e a diversificação dos produtos cultivados. A racionalidade camponesa está voltada a atender demandas da família e não, de imediato, as necessidades do mercado. Esta agricultura busca restabelecer as relações harmônicas entre o homem e o meio natural em que vive, minimizando o impacto das atividades agrícolas no ambiente, e ampliando os benefícios da agricultura para além do espaço rural. Foram realizadas entrevistas com treze agricultores familiares em um município do oeste do estado de Santa Catarina, a fim de conhecer sua percepção sobre ambiente e alimentação saudável, bem como suas práticas na produção de alimentos. Os agricultores familiares estão engajados em consumir alimentos produzidos na propriedade e livres de agrotóxicos. Têm a percepção de que a alimentação saudável é o consumo de uma variedade de alimentos produzidos com manejo orgânico. Os agricultores têm grande preocupação com a contaminação do meio ambiente, haja vista suas práticas tanto na produção de alimentos como no cuidado com a preservação das fontes de água e o destino dos resíduos.
Re su mo A incorporação da perspectiva dos direitos e da cidadania às políticas públicas de alimentação e nutrição passa pela prática social dos atores envolvidos com a concretização dessas políticas. O objetivo do estudo foi compreender percepções e práticas de nutricionistas sobre o direito humano à alimentação adequada no âmbito de sua atuação profissional no Programa Nacional de Alimentação Escolar. O estudo, desenvolvido em 2014, foi qualitativo, e a coleta de dados, realizada por grupo focal. Participaram 11 nutricionistas de municípios da Mesorregião Oeste Catarinense. As falas foram gravadas, transcritas e analisadas segundo a técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados indicaram que as participantes tinham percepção abrangente sobre o direito humano à alimentação adequada, em diferentes dimensões e relações com os aspectos inerentes a ela. As nutricionistas destacaram a importância e o desafio da atuação intersetorial, articulada à comunidade. Contudo, pareceu haver limitação ao trabalho em equipe e à interlocução com as famílias, possivelmente por fragilidade de suporte teórico-metodológico e político para intervenção nesse campo. As percepções abrangentes das nutricionistas, mas pouco fundamentadas teórica e politicamente sobre o direito humano à alimentação adequada, evidenciaram o desafio a se enfrentar na formação profissional, tanto na graduação como na educação permanente. Pa la vras-cha ve alimentação escolar; ação intersetorial; direitos humanos; educação superior; políticas públicas. Abs tractIncorporating the perspective of rights and citizenship to public policies on food and nutrition goes through the social practice of the players involved in the implementation of these policies. The aim of the study was to understand the nutritionists' perceptions and practices on the human right to adequate food in the context of their professional activities in the National Program for School Feeding. The study was qualitative, developed in 2014, and data were collected by means of a focus group. Eleven nutritionists from municipalities located in the West Santa Catarina Mesoregion (Brazil) participated. The statements were recorded, transcribed, and analyzed according to the thematic content analysis technique. The results showed that the participants had a comprehensive perception of the human right to adequate food, in different dimensions and relations with the aspects related to it. The nutritionists emphasized the importance and the challenge of intersectoral action linked to the community. However, there appeared to be a limitation in teamwork and in dialog with the families, possibly due to fragile theoretical-methodological and political support for intervention in this field. The nutritionists' comprehensive perceptions on the human right to adequate food, although poorly substantiated from the theoretical and political viewpoint, showed the challenge to be faced in vocational training, both in undergraduate and in permanent education.
Introdução: Alimentação saudável deve estar de acordo com as necessidades alimentares levando em consideração a cultura, raça, gênero, etnia, condição financeira e os aspectos de qualidade, variedade, equilíbrio e moderação.Objetivos: Conhecer as percepções sobre ambiente e alimentação saudável de estudantes universitários, bem como conhecer suas práticas alimentares.Método: Este é um estudo observacional prospectivo desenvolvido em uma universidade de Santa Catarina envolvendo estudantes de cursos de graduação da Área de Ciências da Saúde. Dos 1816 estudantes matriculados em 2014/1, foram sorteados 10%, de ambos os sexos, incluindo estudantes de todos os cursos.Resultados: Participaram da pesquisa 175 estudantes, sendo 81,14% (n=142) do sexo feminino. A idade variou entre 18 e 30 anos. Mais da metade dos estudantes, 58% (n=101), não possue renda, porém recebe ajuda financeira dos pais, sendo que 61% (n=106) dos estudantes realizam suas refeições em casa e 58% (n=101) preparam sua própria refeição. 47% (n=83) levam em média de 15 a 30 minutos para se alimentar e 51% (n=90) classificam como calmo o ambiente onde fazem as refeições com família/amigos. Ainda, 89% (n=156) consideram o almoço como refeição principal consumindo arroz, feijão, carne e salada. No jantar, 62% (n=108) optam por lanches e refeições mais leves e 5% (n=10) não jantam.Conclusão: A compreensão sobre ambiente e alimentação saudável demonstrou que os estudantes deferem especial importância por um ambiente limpo e agradável, fator que foi destacado como fundamental para uma boa alimentação.
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