Resumo Este estudo tem como objetivos estimar a prevalência de Experiências Adversas na Infância (EAI), investigar o seu perfil de coocorrência e sua distribuição de acordo com características individuais, familiares, socioeconômicas e escolares de adolescentes de escolas públicas e privadas de uma Região Administrativa do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo seccional com 681 indivíduos, selecionados através de amostragem aleatória complexa. As EAI foram identificadas através do questionário QUESI e perguntas diretas. Estimou-se as prevalências e a correlação entre pares das EAI e o perfil de coocorrência das EAI. Os resultados revelaram que abuso e negligência emocionais e dissolução da família biparental foram as adversidades mais comuns. Setenta por cento da amostra sofreu pelo menos uma EAI e 9%, quatro ou mais. Cerca de 20% vivenciou abuso e negligência e 9% a coocorrência de abuso, negligência e ausência de pelo menos um genitor durante a infância. Os subgrupos mais vulneráveis foram: meninas, filhos de mães adolescentes, os que não moravam com ambos os pais, os de escola pública e os de baixa renda. As altas prevalências e o perfil de coocorrência das adversidades sugerem que as políticas voltadas à prevenção e ao acolhimento de vítimas sejam abrangentes e multissetoriais.

OBJECTIVES: To assess the prevalence of burnout, anxiety and depression symptoms, and posttraumatic stress disorder (PTSD) in PICU workers in Brazil during the first peak of the COVID-19 pandemic. To compare the results of subgroups stratified by age, gender, professional category, health system, and previous mental health disorders. DESIGN: Multicenter, cross-sectional study using an electronic survey. SETTING: Twenty-nine public and private Brazilian PICUs. SUBJECTS: Multidisciplinary PICU workers. INTERVENTIONS: None. MEASUREMENTS AND MAIN RESULTS: Self-reported questionnaires were used to measure burnout (Maslach Burnout Inventory), anxiety and depression (Hospital Anxiety and Depression Scale), and PTSD (Posttraumatic Stress Disorder Checklist for Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition [PCL-5]) in 1,084 respondents. Subjects were mainly young (37.1 ± 8.4 yr old) and females (85%), with a median workload of 50 hours per week. The prevalence of anxiety and depression was 33% and 19%, respectively, whereas PTSD was 13%. The overall median burnout scores were high in the emotional exhaustion and personal accomplishment dimensions (16 [interquartile range (IQR), 8–24] and 40 [IQR, 33–44], respectively) whereas low in the depersonalization one (2 [IQR, 0–5]), suggesting a profile of overextended professionals, with a burnout prevalence of 24%. Professionals reporting prior mental health disorders had higher prevalence of burnout (30% vs 22%; p = 0.02), anxiety (51% vs 29%; p < 0.001), and depression symptoms (32.5% vs 15%; p < 0.001), with superior PCL-5 scores for PTSD ( p < 0.001). Public hospital workers presented more burnout (29% vs 18.6%, p < 0.001) and more PTSD levels (14.8% vs 10%, p = 0.03). Younger professionals were also more burned out ( p < 0.05 in all three dimensions). CONCLUSIONS: The prevalence of mental health disorders in Brazilian PICU workers during the first 2020 peak of COVID-19 was as high as those described in adult ICU workers. Some subgroups, particularly those reporting previous mental disorders and younger professionals, should receive special attention to prevent future crises.

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Community violence (CV) is a global public health problem due to its high frequency and severe consequences. Although CV is one of the leading causes of death among adolescents, little is known about the everyday CV situations that do not lead to death. This study aimed to estimate the frequency of exposure to and involvement in CV situations among adolescent students from public and private schools in the city of Rio de Janeiro, Brazil. This was a cross-sectional study of 693 individuals in their second year of high school selected through stratified multistage random sampling. Information about their exposure to and involvement in CV was collected through a self-completed multidimensional questionnaire in the classrooms. For approximately 30% of the adolescents, someone close to them had been murdered, and 40% had already seen the corpse of a victim of homicide. Seventeen percent reported having been directly involved in CV situations. Approximately 38%, 13%, and 25% had been victims of robberies, interpersonal aggression, and death threats to either themselves or their relatives, respectively. Many of these situations occurred more than once. In general, CV was more frequently reported by boys and by those who did not live with both parents. Adolescents from higher economic classes experienced more interpersonal aggression and felt a greater need to carry a gun. Those who belonged to the lower economic classes and studied in public schools were more exposed to lethal violence than other students. The results call attention to the very high percentage of adolescent students that are involved in CV situations as well as to the differences in violence rates among population subgroups. Such findings should be considered when planning CV prevention and management actions in schools and other socialization spaces for adolescents.

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Uma explosão de vulnerabilidadesA população de jovens vivendo com HIV/Aids (JVHA) normalmente já enfrenta muitos desafios no convívio com a infecção pelo HIV. O estigma da doença, seja ela adquirida de forma vertical (da mãe para o bebê) ou de forma horizontal, muitas vezes gera a necessidade de manejo de um segredo nos grupos sociais de pertença, somada às dificuldades próprias à terapia antirretroviral (TARV) como os efeitos colaterais das medicações, implicando uma readequação da rotina, de estudo e/ou trabalho, mudança de hábitos alimentares e de sono, cuidados com o corpo e com a sexualidade, entre outros. Esses fatores podem ser agravados pela sinergia da condição sorológica com determinados marcadores sociais da diferença, impactando a adesão ao tratamento e promovendo quadros de adoecimento psíquico (CUNHA, 2011).

Objetivo: analisar o perfil da violência contra a pessoa idosa e o grau de completitude das fichas de notificação do evento em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Métodos: estudo descritivo, utilizando como fonte de dados as fichas de notificação de violência obtidas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, 2011-2020; a análise da completitude realizou-se segundo critérios propostos pelo Ministério da Saúde. Resultados: dos 486 casos registrados, o tipo de violência mais notificada foi a violência física (48,1%), seguida das violências psicológica (22,2%) e autoprovocada (21,4%); os campos com maior grau de incompletitude corresponderam à escolaridade da vítima (32,8%) e à violência de repetição (41,5%). Conclusão: apesar do aumento das notificações no período, predominantemente de violência física, alguns campos importantes das fichas persistem com baixa completitude, o que reforça a importância do treinamento dos profissionais visando melhorar o processo de notificação e a qualidade dos dados.