Prevalência e coocorrência de Experiências Adversas na Infância: um inquérito de base escolar no município do Rio de Janeiro

Abstract

Resumo Este estudo tem como objetivos estimar a prevalência de Experiências Adversas na Infância (EAI), investigar o seu perfil de coocorrência e sua distribuição de acordo com características individuais, familiares, socioeconômicas e escolares de adolescentes de escolas públicas e privadas de uma Região Administrativa do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo seccional com 681 indivíduos, selecionados através de amostragem aleatória complexa. As EAI foram identificadas através do questionário QUESI e perguntas diretas. Estimou-se as prevalências e a correlação entre pares das EAI e o perfil de coocorrência das EAI. Os resultados revelaram que abuso e negligência emocionais e dissolução da família biparental foram as adversidades mais comuns. Setenta por cento da amostra sofreu pelo menos uma EAI e 9%, quatro ou mais. Cerca de 20% vivenciou abuso e negligência e 9% a coocorrência de abuso, negligência e ausência de pelo menos um genitor durante a infância. Os subgrupos mais vulneráveis foram: meninas, filhos de mães adolescentes, os que não moravam com ambos os pais, os de escola pública e os de baixa renda. As altas prevalências e o perfil de coocorrência das adversidades sugerem que as políticas voltadas à prevenção e ao acolhimento de vítimas sejam abrangentes e multissetoriais.

Prevalence and factors associated with adverse early childhood experiences: a population-based study in Ceará, Brazil

“…It is worth noting that separations of couples usually involve periods of intense and prolonged stress, with emotional and financial repercussions on the family and the child itself. This finding is corroborated by a study that showed a trend towards an increase in the number of ACEs in environments where children did not live with both parents, favoring the experience of emotional neglect and physical abuse, in addition to compromising child development by reducing child protection, family income and emotional security 7 .…”

“…Older mothers, on the other hand, often do not even have the support of the child's own father. A study in the state of Rio de Janeiro showed that in cases where the mother had her child in the limit age groups (below 20 and above 35), physical neglect and abuse were more common 7 . Additionally, another study in a hospital in the state of Amazon, in turn, observed that younger mothers tend to exercise their parenting more continuously, showing greater availability in their daily lives, perhaps due to the inexistence of a formal job 23 .…”

“…Schooling as a determining factor for the occurrence of ACEs is related to parental care, which, due to poor argumentative ability, has difficulty resolving family conflicts and may even resort to violent acts 7 .…”

“…Previous studies in Brazil, especially in the South and Southeast states, reveal the occurrence of at least one ACE, range from 53.6 to 85% [6][7][8] . In the Southern states study, it was reported a 7% of physical abuse, 1.4% of sexual abuse and 20% of emotional neglect 8 .…”

Estudos Multidisciplinares Sobre Saúde Da Criança E Do Adolescente

“…A fim de se entender os impactos no desenvolvimento infantil causados pela violência, é importante conhecer as mais diversas formas em que ela ocorre. A leitura realizada evidenciou o fato de a violência em questão ainda ser um tema estranho para boa parte dos brasileiros, os Além dessas definições, a revisão de Stochero (2019) traz outra forma de se classificar as Experiências Adversas na Infância (EAI) ao apresentar os conceitos de experiências de ameaça ou de privação. Experiência de ameaça são aquelas que representam riscos à integridade física das vítimas, enquanto as de privação consistem na ausência de estímulos ambientais esperados, tais como cuidado e afeto dos genitores.…”