ResumoÉ argumento corrente na literatura sobre representação política de mulheres que sistemas mais proporcionais aumentam as chances de mulheres serem eleitas. O objetivo deste artigo é testar esta hipótese usando dados dos municípios brasileiros. Explorando uma regra estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2004 e 2008, que fixou o número de vereadores de cada município de acordo com o número de habitantes, utilizamos regressão descontínua (RD) para estimar o efeito causal de uma cadeira a mais na representação política de mulheres nas câmaras municipais. Nossos resultados mostram que este efeito é substantivo: onde havia uma cadeira adicional, quase 40% mais mulheres foram eleitas, e a probabilidade de um município eleger ao menos uma mulher aumentou em cerca de 20 pontos percentuais. Por outro lado, a explicação deste fenômeno contraria as hipóteses da literatura: especificamente, mostramos que uma cadeira a mais aumentou apenas o número de candidatos homens concorrendo, o que fragmentou suas votações e os deixou com desempenhos eleitorais piores. Deste modo, mesmo não tendo suas votações afetadas pelo número de cadeiras, mais mulheres acabaram eleitas.
O Brasil vem vivenciando um processo crescente de socialização da gestão da velhice e que tem se transformado em uma questão pública. Dentro desse processo tem-se o fenômeno também cada vez mais crescente da feminização da velhice. Neste artigo, discutimos como as demandas das mulheres idosas são construídas e representada nos espaços de participação social que fazem parte do processo decisório das políticas públicas que tem como público alvo as mulheres e as pessoas idosas. A partir da problemática a respeito de uma possível despolitização das mulheres idosas, a questão norteadora aqui é: “Como são representadas as mulheres idosas nas deliberações das conferências nacionais de Política para as Mulheres e de Direitos da Pessoa Idosa? A partir dos documentos analisados com o método de análise de conteúdo feminista qualitativo, foram evidenciados quatro eixos principais, com relação às mulheres idosas: demográfico, saúde, cuidado e interseccional.
A propagação de notícias falsas sobre o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2018, é aqui examinada conforme a concepção pragmática de verdade proposta por Charles Sanders Peirce (1839-1914). Por meio de coleta em redes sociais on-line, observou-se esforço coletivo para fixação de crenças concorrentes, conforme os métodos peirceanos de tenacidade e autoridade. O processo comunicacional analisado, caracterizado como ativismo transmídia, foi impulsionado pela mediação de hashtags que remetiam à polarização política e pelos posts atribuídos a celebridades. Conclui-se que a disputa pelo valor semiótico da verdade fomentou a expansão transmídia de conteúdos falsos e, paradoxalmente, de notícias verificadas.
RESUMONeste artigo, objetivamos apresentar um histórico-analítico da criminalização da violência contra as mulheres no Brasil, tendo como auge deste percurso a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006. Entre outros, mostramos como esse tipo de criminalização foi tomando contornos, por vezes não adequados ao que era preconizado internacionalmente e pelo que era demandado pelos movimentos feministas e de mulheres. Além disso, analisamos o papel da mobilização da sociedade civil organizada na publicização do problema, bem como da sua atuação pioneira na criação de serviços especializados de atendimento às mulheres em situação de violência. A nível estatal, apresentamos a criação das primeiras Delegacias de Atendimento às Mulheres e a incorporação das violências contra as mulheres na Lei 9.099/95, bem como as consequências que tais políticas acarretaram. Também foram examinadas algumas das políticas nacionais da Secretaria de Política para as Mulheres que dizem respeito especialmente ao enfrentamento das violências doméstica e familiar contra as mulheres.
Palavras
Este e-book possui textos nacionais e internacionais. Todos os direitos reservados. Partes desta obra podem ser utilizadas ou reproduzidas desde que sejam devidamente citadas e referenciadas. Cada autor é inteiramente responsável por seu(s) respectivo(s) texto(s), isentando a Amplamente Cursos e Formação Continuada de qualquer problema ou erro.
In the last few years, sociopolitical events have been marked by the presence of hashtags on social networks, creating a direct dialogue with street protests. This chapter aims to investigate how media activism movements appropriate hashtags to expand the narrative through social engagement. In this sense, hashtags appear as signic processes that perform a mediating function. They articulate common positioning that creates hybrid and transmedia storytelling using online and offline dynamics. From the theoretical-methodological support of semiotics by Charles Sanders Peirce and the principles of transmedia, this study analyzes the news production by the Brazilian media activism group Mídia Ninja [Ninja Media]. The results point to a transmedia journalism anchored to the social use of hashtags by the association of new signs to semiosis, generating provisional action habits from collateral experience.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.