RESUMO: O presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma síntese dos produtos acadêmicos que se acomodam no campo aquisição de segunda língua (ASL) e que tratam da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Para tanto, faz um recorte temporal dos anos de 2008 até 2018, sumariza o quantitativo de produções, e apresenta brevemente o conteúdo das obras que estão disponibilizadas em catálogos virtuais. Na parte que aborda a expressão quantitativa, organiza as produções levando em conta o ano e os gêneros acadêmicos, bem como a distribuição de temas que são debatidos no campo da ASL em estudos envolvendo a Libras. Constata, enfim, que em 2016 e em 2018 houve o maior número de publicações, e essas tratam sobre políticas linguísticas. Na seção seguinte, os trabalhos estão sintetizados e são apresentados em cinco principais categorias, a saber: políticas linguísticas, a prática pedagógica para o ensino de Libras como segunda língua (L2), a aprendizagem da Libras como L2, a presença da Libras no cenário da educação básica e o professor de Libras como L2.
RESUMO O ensino explícito, segundo Alves (2004), Gauthier (2014), Rodrigues e Preuss (2018) e outros, é uma eficiente possibilidade pedagógica para aquisição de elementos linguísticos da L2. Para Silva (2018), o desempenho na Língua Brasileira de Sinais (Libras) pode ser examinado a partir do uso do mapeamento espacial (ME), constituído por elementos da referenciação nominal, da produção morfossintática e da referenciação por meio do corpo. O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito do ensino explícito no desempenho em Libras como L2. A pesquisa-ação caracterizou-se pela intervenção com duas turmas de aprendizes de Libras de nível intermediário, sendo que em uma delas houve o ensino explícito do ME. Os participantes realizaram o pré- e o pós-teste, que consistiu na sinalização de uma narrativa. O relato apresentado reporta os dados de duas participantes de cada turma. Os resultados mostram que não houve efeito da instrução explícita no uso da referenciação nominal e por meio do corpo. Quanto à produção morfossintática não houve evidência suficiente para confirmar a melhora no desempenho. Em geral, não foi observado efeito do ensino explícito no desempenho em Libras como L2, o que pode ser parcialmente explicado pela falta de interação decorrente da modalidade virtual com que foi implantado.
This study aims to cross the data of self-assessment on fluency and accuracy of individuals with a degree in Brazilian Sign Language -Libras -with the theoretical approaches of these concepts. Therefore, we apply a semi-structured questionnaire to listeners 50 students are the university context. Our results show that this is a very multifaceted concept. This means that the same a individual can be considered as fluent or disfluente depending on the perspective adopted by those who evaluate, including himself. In addition, we analyze the self-evaluation with the background of the understanding that academics from a teacher training course and Libras translators need to relativize the general questions and advance specific concepts. About accuracy, our data point to the need listeners revisit the concept and to perfect the self-criticism on production.
Atualmente, a maioria dos trabalhos relacionados ao ensino de Libras para ouvintes ancora-se na perspectiva social para discutir questões de ordem teórico-metodológica. Este ensaio propõe uma reflexão a partir do viés cognitivo e, para tanto, apresenta princípios teóricos que estão calcados no conexionismo (Mota; Zimmer, 2005; Leite, 2008). Apresenta também princípios metodológicos que se respaldam no modelo computacional de aquisição de L2 de Ellis (1998) àqueles professores com pouca experiência em sala de aula. Nesse modelo, as questões metodológicas ancoram-se na concepção de instrução, sendo que essa pode ser baseada no input, na forma, na produção e no feedback. As instruções são ilustradas com recomendações didáticas encontradas na literatura especializada. Os argumentos apontam para uma visão integrativa entre fatores biológicos e experiência empírica, e para a indicação de que a instrução formal pode otimizá-los.
O presente trabalho tem o objetivo de relatar e avaliar as práticas extensionistas da área de Libras como segunda língua (L2), para ouvintes que são desenvolvidas no âmbito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para tanto, relata a articulação das várias ações extensionistas realizadas de 2016 a 2021 no Programa chamado Núcleo de Ensino de Libras (NEL) e as avalia a partir da perspectiva analítica proposta por Cristofoletti e Serafim (2020). Na parte do relato, apresenta os cursos, os eventos, os projetos e os produtos desenvolvidos pelo NEL e na parte da avaliação analisa quem faz, a quem se destina, a materialização, os objetivos e os impactos das atividades extensionistas. Conclui que as práticas extensionistas ocorrem de forma conjunta e combinada e que têm demonstrado resultados significativos que colaboram com o desenvolvimento da área.
Os meios digitais favorecem a comunicação e podem colaborar para os estudos da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como uma segunda língua (L2) para pessoas ouvintes. Este trabalho, de natureza bibliográfica, situa-se nesse contexto e tem o objetivo de apresentar o Sistema de Apoio aos Estudos da Libras como L2 (Saell) e demonstrar que esse site se caracteriza como um objeto de aprendizagem. Para tanto, descreve sua estrutura e seu funcionamento, provando que ele apresenta granularidade, reusabilidade, interoperabilidade, recuperabilidade, interatividade e autonomia (Gama, 2007; Leffa, 2006; Lebedeff, 2017). Conclusivamente, considera que o Saell vai ao encontro da atual tendência tecnológica em educação linguística; que, por sua organização, facilita a colaboração e o compartilhamento de relevantes conteúdos linguísticos e pedagógicos; e que, de forma original, inicia as contribuições aos repositórios de materiais didáticos e instrucionais em vídeo para aprendizes e professores que atuam com Libras como L2.
Os marcadores discursivos da Língua Brasileira de Sinais são mecanismos linguísticos utilizados na expressão sinalizada e podem ter função textual, interacional ou de acompanhamento discursivo. Com base em Risso e McNeill, estudamos esse fenômeno, utilizando os dados de uma narrativa contada por graduandos surdos (que têm a Libras como primeira língua) e ouvintes (para os quais Libras é segunda língua) do curso de licenciatura em Letras Libras. O objetivo deste trabalho é descrever os marcadores discursivos presentes na narrativa e analisar semelhanças e diferenças em relação à produção em primeira e segunda língua. Nossos resultados apontam para uso semelhante entre surdos e ouvintes, no caso de marcadores discursivos textuais e interacionais, mas no emprego de recursos mais refinados, como gestos de acompanhamento, o mecanismo está mais presente na narrativa contada por surdos.
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