O ocultamento histórico dos povos indígenas e africanos na historiografia brasileira pode ser um dos motivos influenciadores para não reconhecer as contribuições que esses povos tiveram na construção do patrimônio nacional. Por esse motivo buscou-se mostrar a inteligência africana no desenvolvimento da atividade mineradora ocorrida no território mineiro nos setecentos. O presente artigo tem como objetivo compreender como o patrimônio industrial pode ajudar na preservação das estruturas remanescentes da mineração aurífera presentes na cidade de Ouro Preto (MG). A metodologia baseou-se na pesquisa bibliográfica e na realização de entrevistas semiestruturadas com figuras representativas encontradas naquela comunidade. Constatou-se que a narrativa afrocentrada alinhada ao patrimônio minerário da Serra de Ouro Preto permitiu interpretar o espaço vivido na cidade e, ainda, como o turismo pode ser um instrumento de preservação do patrimônio industrial.
La acogida humana y las prácticas de accesibilidad en la ciudad patrimonio de Ouro Preto The human host and the accessibility practices at Ouro Preto´s heritage city
Editor da Revista "Hospitality Review" e autor do livro "Em Busca da Hospitalidade: perspectivas para um mundo globalizado" cujas discussões tornaram-se primordiais para a formação do campo de estudo da hospitalidade no Brasil e na Europa. A sua área de atuação consiste na compreensão da hospitalidade enquanto eixo social, privado e comercial. A formação do pesquisador consiste em Relações Industriais (MA
Este estudo, baseado na teoria da dádiva de Mauss (2008), posiciona como determinadas sociedades trocavam entre si e com os que eram considerados forasteiros. A hospitalidade pode ser inserida nesse contexto, ao ser definida como diversas formas e interpretações do ato do acolhimento humano, na relação de trocas com o outro em diferentes tempos e espaços. O objetivo deste trabalho é refletir sobre as práticas de acolhimento no Brasil, no século XIX, especificamente em Minas Gerais, sob a perspectiva dos viajantes naturalistas estrangeiros. A metodologia utilizada consiste na análise de fontes primárias referentes aos relatos presentes na Literatura de Viagem. Os viajantes estrangeiros registraram, sob um olhar eurocêntrico e de forma paradoxal, o processo de afetividade e alteridade em espaços distintos da hospitalidade, tais como no domínio comercial (hospedarias), no ambiente doméstico (casas e fazendas) e nos espaços públicos (vilas e cidades). Conclui-se que a sociedade mineira oitocentista ofereceu dádivas simbólicas aos viajantes estrangeiros em um processo de trocas assimétricas entre anfitriões e hóspedes com relações de hospitalidade e hostilidade.
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