A ressecção do esôfago sem toracotomia vem sendo utilizada com maior freqüência, nos últimos anos, para as afecções benignas, sobretudo no megaesôfago avançado. A vantagem dessa via de acesso é a de evitar o comprometimento da dinâmica pulmonar, mas, entretanto, podendo haver abertura da pleura, com o conseqüente hemopneumotórax, além da potencial agressão a outros órgãos mediastinais com morbidade pós-operatória muitas vezes expressiva. Por sua vez, no megaesôfago avançado, a esofagite de estase predispõe à instalação de carcinoma. Com base nessas considerações, foi proposta, previamente em animais e cadáver humano, a retirada da mucosa-submucosa do esôfago, mediante sua invaginação completa, sem toracotomia. Os resultados satisfatórios estimularam a continuação nessa linha de pesquisa, iniciando-se a experiência na área clínica. Assim, o presente trabalho teve por objetivo demonstrar o resultado do pós-operatório imediato, a técnica de retirada da mucosa do esôfago pelo descolamento submucoso, conservando a túnica muscular intacta no mediastino. O procedimento foi realizado pela via cervicoabdominal em 60 pacientes portadores de megaesôfago graus III ou IV. Efetuou-se a reconstrução do trânsito grastrintestinal transpondo o estômago pelo mediastino posterior, por dentro da túnica muscular esofágica ou pela via retroesternal. O estudo permitiu concluir: 1) a ressecção da mucosa pelo plano submucoso, mediante a invaginação, mostrou ser de execução simples e viável em 98,4% dos casos; 2) ausência de sangramento, no intra ou no pós-operatório imediato, cuja origem fosse do leito da túnica muscular esofágica remanescente ao nível mediastinal; 3) baixa incidência de complicações pleuropulmonares - 5,0%.
RESUMO: Objetivo: Avaliar as complicações da anastomose esofagogástrica cervical com sutura mecânica. Método: Foram estudados 30 pacientes com megaesôfago de grupo III/IV submetidos à esofagectomia transmediastinal, com idade variável de 31 a 68 anos. A reconstrução do trânsito foi realizada pela transposição gástrica e com anastomose na região cervical, realizada com o aparelho DHC 25/29 mm. Resultado: Quatro pacientes (13,3%) apresentaram complicações clínicas, produzidas por pneumonia, mas com boa evolução com tratamento clínico. Outros quatro pacientes (13,3%) apresentaram deiscência da anastomose esôfago-gástrica cervical, que foi tratada conservadoramente com boa evolução. Três desses pacientes e um outro sem fístula evoluíram com estenose da anastomose cervical tratados com sucesso com dilatações endoscópicas. Conclusões: Os resultados deste estudo demonstraram que a sutura mecânica é adequada por apresentar índices de complicações razoáveis. Entretanto, torna-se necessária a realização de estudo comparativo com a técnica manual (Rev. Col. Bras. Cir. 2005; 32(3): 143-146 INTRODUÇÃOEntre as cirurgias realizadas no tubo digestivo, as efetuadas no esôfago se revestem de especial interesse, devido à maior freqüência de complicações, notadamente referentes às deiscências de anastomoses. Estas quando ocorrem nos primeiros três a cinco dias de pós-operatório e no esôfago cervical, podem contaminar o mediastino levando a infecção de intensa gravidade. Quando a deiscência ocorre após esse período, a organização cicatricial que se instala impede a mediastinite [1][2][3][4] . Outro problema relacionado à deiscência é que, uma vez instalada, dificulta ou impede a realimentação do paciente, o que implica na adição de recursos, como a nutrição enteral ou parenteral. Levando-se em conta a freqüência de desnutrição entre os pacientes com afecções esofágicas, pode se inferir quão problemática é essa situação. Além disso, as deiscências anastomóticas prolongam a permanência e os custos hospitalares, o sofrimento dos doentes e ainda guardam relação com o surgimento de estenoses que constituem outro óbice que acompanha a cirurgia do esôfago.O advento da sutura mecânica reduziu o risco de fístulas fazendo com que alguns autores preconizassem este tipo de sutura também no esôfago cervical, já que este segmento do tubo digestivo é o que apresenta maior incidência de deiscência anastomótica [5][6][7][8][9][10][11][12][13]
Background:This study aims to present the most important considerations when it comes to patients features, clinical presentation, localization, and morphology of the aneurysm and the treatments outcomes of the fusiform aneurysms.Methods:We performed a literature review using PubMed. The search was limited to the studies published in English, from 2003 to 2017.Results:The studies analyzed that showed data about the patient features, clinical presentation, the aneurysm localization, morphology, and pathogenesis didn't present much divergence. The surgical and the endovascular approach showed similar treatments outcomes. The reconstructive techniques seem to be safer than the deconstructive. The flow diversion is a technique that showed great results.Conclusion:Most of the patients are men, younger than 50 years old, pediatric patients are the most affected. Surgical procedures still have an important place in this field. Reconstructive and deconstructive techniques are both effective; the reconstructive techniques are possibly safer than deconstructive techniques. The most important feature of an aneurysm to predict a bad prognose is to determine if the aneurysm is ruptured. The reconstructive EVT accompanied by dual antiplatelet after and before the procedure showed the best results to treat the basilar fusiform aneurysms. Deconstructive treatment including posterior inferior cerebellar artery occlusion should be considered.
OBJETIVO: Avaliar as complicações da anastomose esofagogástrica cervical com sutura mecânica e manual. MÉTODOS: Foram estudados 30 pacientes com megaesôfago do grau III/IV submetidos a esofagectomia transmediastinal, com idade variável de 31 a 68 anos. A reconstrução do trânsito foi realizada pela transposição gástrica e com anastomose na região cervical, sendo os pacientes divididos em dois grupos: A) 15 pacientes - Sutura mecânica com o aparelho DHC 29 mm e B) 15 pacientes - Sutura manual em dois planos. RESULTADOS: Cinco pacientes (16,6%) apresentaram complicações clínicas conseqüentes à pneumonia com boa evolução clínica, sendo três pacientes do Grupo B e dois do A, sem significância estatística. Seis pacientes (20%) apresentavam deiscência da anastomose esofagogástrica cervical, sendo um (6,6%) do Grupo A e cinco (33,3%) do Grupo B, não sendo significante a diferença entre os grupos. Os cinco pacientes do Grupo B que apresentaram fístula da anastomose esofagogástrica cervical e três do Grupo A, um com fístula da anastomose e outros dois sem esta complicação, evoluíram com estenose da anastomose, sendo tratado com sucesso com dilatações endoscópicas. A avaliação estatística não evidenciou significância dessas complicações em relação aos grupos (A - 20%; B - 33,3%). Nenhum paciente evoluiu a óbito. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo demonstraram que a sutura mecânica é adequada por apresentar menor índice de deiscência da anastomose que a manual, mas sem significância, e com índice de estenose semelhante.
OBJETIVO: Estudar retrospectivamente, por meio de uma avaliação tardia, a técnica de mucosectomia esofágica em pacientes com megaesôfago avançado. MÉTODO: Foram estudados 50 pacientes portadores de megaesôfago avançado submetidos à mucosectomia esofágica com conservação da túnica muscular no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1997. Em todos os pacientes foi realizada avaliação tardia entre 6 e 15 anos de pós-operatório. A idade variou de 30 a 69 anos, com média de 53,5 anos, com predominância do sexo masculino em 32 pacientes (64%). Em todos os doentes, o estudo se fez em relação à avaliação clínica no que concerne à qualidade da deglutição, à presença ou não de regurgitação, a alterações no hábito intestinal, à evolução ponderal, à satisfação com a cirurgia e ao retorno à atividade normal. Também foi realizada a avaliação morfológica e funcional pelo estudo radiológico contrastado, pela endoscopia digestiva alta e pela tomografia computadorizada de tórax. Na avaliação clínica, morfológica e funcional foi realizada uma avaliação global representada pela somatória dos valores numéricos decorrentes da análise de cada um dos parâmetros, sendo o resultado final considerado bom, ótimo e regular e mau de acordo com o total dos pontos obtidos. RESULTADOS: Na avaliação clínica global, 44 pacientes (88%) apresentaram classificação entre ótima e boa, e o restante regular para mau. Na avaliação radiológica global, ótima e boa estiveram presentes em 47 pacientes (94%) e regular e mau no restante. Na avaliação endoscópica global, 45 pacientes (90%) obtiveram resultados ótimos para bons, e o restante regular para mau. Em relação à tomografia computadorizada de tórax, a avaliação global foi realizada em 31 pacientes sendo considerada ótima e boa em todos os pacientes. CONCLUSÃO: A avaliação tardia do pós-operatório evidenciou que a maioria dos pacientes apresentou avaliação boa e ótima, tanto na avaliação clínica como na morfológica e funcional.
headings -Esophagectomy. Esophageal ahalasia.abstRact -Background -The best option for the treatment of patients with achalasia and recurrent symptoms after previous treatment, has always been very controversial. In literature review, there is no surgical technique considered the best to deal with this condition. The idea to use a more selective treatment with transmediastinal esophagectomy without thoracotomy in patients with advanced megaesophagus in relapsed cases after prior cardiomyotomy can be considered. Aim -To evaluate the results of transmediastinal esophagectomy in recurrent megaesophagus regarding local and systemic complications. Methods -Thrity two patients were treated with recurrent symptoms after previous surgery to achalasia and indication for esophagectomy with gastric transmediastinal transposition through the posterior mediastinum for grade IV megaesophagus. They were 25 men (78.1%) and seven women (21.9%), aged from 34 to 72 years. All underwent previous myotomy varying from five to 39 years to the day of transmediastinal esophagectomy. Results -Some patients had complications. Among these, eight had pulmonary infection (25.0%) resulting in good outcome to the specific clinical treatment; two died due to hemodynamic effect caused by injury to the azygos vein and the other due to trachea injury; nine (28.1% ) had cervical esophagogastric anastomotic dehiscence doing well with conservative treatment. Of the 21 patients in whom monitoring was carried out in the long term -six months to 14 years -, 17 reported good swallowing solids and pastes, four (19.0%) had gastroesophageal reflux with clinical improvement with specific medical treatment. Conclusions -Transmediastinal esophagectomy, although providing adequate swallowing in most cases, is a procedure of high morbidity. This technique should not be recommended as first treatment option for relapsed megaesophagus.Resumo -Racional -A melhor opção para o tratamento dos pacientes com megaesôfago e recidiva de sintomas após tratamento prévio sempre foi muito controversa. Em resultados de trabalhos analisados, não há seleção da técnica cirúrgica mais adequada para a doença. Assim, surge a ideia de se realizar um estudo mais seletivo com esofagectomia transmediastinal sem toracotomia em pacientes com megaesôfago avançado recidivado após cardiomiotomia prévia. Objetivo -Avaliar os resultados da esofagectomia transmediastinal no megaesôfago recidivado quanto às complicações sistêmicas e locais. Método -Trinta e dois pacientes foram atendidos todos com recidiva de sintomas após operação prévia e indicação para esofagectomia transmediastinal com transposição gástrica pelo mediastino posterior por apresentarem megaesôfago grau IV.
INTRODUÇÃOA neoplasia de esôfago é doença muito comum em regiões com populações de baixa renda e naquelas habituadas à ingestão de álcool e abuso de tabaco 15,19 . Quase sempre o diagnóstico dessa afecção é tardio, pois a disfagia -principal sintoma da neoplasia de esôfago -, ocorre somente quando mais de 2/3 da luz esofágica esta preenchida por lesão tumoral. O diagnóstico retardado, perda de peso excessiva consequente à disfagia e associação de doenças cardiopulmonares decorrente do abuso de tabaco, tornam o portador dessa neoplasia paciente de difícil controle clínico, tendo o médico que o assiste poucas possibilidades terapêuticas. Este fato é muito comum, uma vez que em vários centros de tratamento da neoplasia esofágica, principalmente no mundo ocidental, apenas cerca de 20-30% dos pacientes conseguem realizar tratamento cirúrgico radical 15,17,18 .Dessa forma, muitas vezes o tratamento para essa afecção torna-se paliativo, sendo que o ideal seriam procedimentos que restaurassem satisfatoriamente a deglutição, sem a necessidade de novas internações hospitalares, com menores índices de complicações e que proporcionassem qualidade de vida mais adequada9. Assim, com o evoluir da técnica cirúrgica, passou-se procurar alternativas que atingissem essas finalidades, sendo o tubo gástrico isoperistáltico de grande curvatura um dos métodos de eleição 18,20 .Entretanto, o grande óbice deste procedimento é a deiscência da anastomose do tubo gástrico com o esôfago cervical, retardando a deglutição normal e, consequentemente, comprometendo em demasia a qualidade de vida do paciente que já se apresenta com condições nutricionais bem comprometidas devido ao caráter avançado da doença 7,9,18 . Estudo anterior em 53 pacientes com câncer de esôfago irressecável no qual estes autores utilizaram tubo gástrico isoperistaltico paliativo, a anastomose esofagogástrica cervical foi confeccionada com sutura manual, com deiscência anastomótica em 29,5%, o que comprometeu muito a qualidade de vida destes pacientes, impedindo que eles pudessem deglutir por via oral em média por um mês 4 .Com o advento da sutura mecânica, divulgada a partir da década de 60, tornou-se possível desenvolver nos dias atuais
BACKGROUND: Enteral nutritional therapy (ENT) is the best route for the nutrition of critically ill patients with improved impact on the clinical treatment of such patients. OBJECTIVE: To investigate the energy and protein supply of ENT in critically ill in-patients of an Intensive Care Unit (ICU). METHODS: Prospective longitudinal study conducted with 82 critically ill in-patients of an ICU, receiving ENT. Anthropometric variables, laboratory tests (albumin, CRP, CRP/albumin ratio), NUTRIC-score and Nutritional Risk Screening (NRS-2002), energy and protein goals, and the inadequacies and complications of ENT were assessed. Statistical analysis was performed using the Chi-square or Fischer tests and the Wilcoxon test. RESULTS: A total of 48.78% patients were at high nutritional risk based on NUTRIC score. In the CRP/albumin ratio, 85.37% patients presented with a high risk of complications. There was a statistically significant difference (P<0.0001) for all comparisons made between the target, prescription and ENT infusion, and 72% of the quantities prescribed for both calories and proteins was infused. It was observed that the difference between the prescription and the infusion was 14.63% (±10.81) for calories and 14.21% (±10.5) for proteins, with statistically significant difference (P<0.0001). In the relationship between prescription and infusion of calories and proteins, the only significant association was that of patients at high risk of CRP/albumin ratio, of which almost 94% received less than 80% of the energy and protein volume prescribed (P=0.0111). CONCLUSION: The administration of ENT in severely ill patients does not meet their actual energy and protein needs. The high occurrence of infusion inadequacies, compared to prescription and to the goals set can generate a negative nutritional balance.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.