A infertilidade tem sido considerada um problema de saúde pública e condição enfrentada por diversas pessoas no mundo. A presente revisão teve como objetivo investigar os fatores: estilo de vida, modelos de masculinidades e atenção à saúde sexual e reprodutiva de homens com infertilidade. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa de 24 artigos científicos revisados por pares. Os resultados foram organizados a partir de três categorias de análise: interferências de fatores genéticos, ambientais e estilo de vida na infertilidade em homens; impactos do modelo de masculinidade hegemônica em homens inférteis; problemas enfrentados na atenção à saúde sexual e reprodutiva de homens. Tais resultados indicam o quanto a infertilidade em homens ainda é compreendida por uma visão biologicista e médica, atravessada por mitos e estereótipos. As masculinidades interferem nas representações sociais sobre a infertilidade em homens, a qual primeiramente é vista como ligada às mulheres e não aos homens. Os serviços de saúde ainda possuem barreiras no que se refere ao atendimento no campo da saúde sexual e reprodutiva de homens, particularmente porque os homens ainda apresentam resistência para cuidar de sua saúde preventivamente.
As visitas domiciliárias são uma estratégia de cuidado conectada à política de assistência social e elas fazem parte das ações desenvolvidas pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS). Este artigo pretende analisar, a partir da Teoria das Representações Sociais (TRS), como os/as usuários/as de um CRAS têm compreendido as visitas realizadas em suas casas pelos/as profissionais dessa unidade. Observação das visitas domiciliárias, anotadas em diário de campo e discussão em grupo (roda de conversa) foram utilizadas para a construção das informações. A partir das representações sobre a prática das visitas domiciliárias foi possível refletir sobre como ela tem sido desenvolvida e o que ela significa às famílias e à sociedade. Os/as participantes partilharam representações sobre a visita domiciliária, demonstrando que ela está associada a antinomias como bom/ruim, segurança/insegurança e liberdade/opressão. Foram debatidas, pelos/as participantes, questões relacionadas à dialogicidade, ao controle, à punição e a uma possível vocação para desempenhar determinadas funções. Conclui-se que, para além de roteiros e protocolos, é essencial embasar o cuidado e construir intervenções em uma comunicação ética dialógica.
A pesquisa foca nos ritos de iniciação dos(as) calouros(as) nas universidades (trote) brasileiras, com o intuito de compreender as origens históricas do trote e seus significados, tornar evidente as violências de gênero e identificar as intervenções propostas para prevenir e tratar as consequências psicológicas dos/as sobreviventes. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada por meio da busca por artigos publicados em revistas brasileiras revisadas por pares. Ficou saliente que a recepção das(os) calouras(os) é sustentada e engendrada por inequidades de gênero. Conclui-se que há necessidade de envolvimento da comunidade em reflexões éticas e na criação de políticas sobre o trote.
This report aims to present the activities developed in an extension project with adolescents. Four workshops were held with students from a high school institution integrated with vocational education. The workshops provided the participants with reflections about aspects of their identities, as well as their perspectives on the future. In addition, the project promoted experiences and reflections for the extensionists about the practice in Psychology and the acquired knowledge.
INTRODUÇÃO: Neste estudo, tivemos como objetivo conhecer as experiências, as concepções de violência e as práticas de cuidado de profissionais da Psicologia diante de casos de violência sexual na universidade. Além disso, analisamos as ações realizadas pela universidade no que se refere ao enfrentamento da violência contra as mulheres neste espaço. MÉTODO: Com base em um delineamento qualitativo, foram utilizadas como técnicas de construção das informações entrevistas semiestruturadas, notas de diário de campo e a técnica de Associação Livre de Palavras. RESULTADOS: Para a discussão dos resultados, privilegiamos as visões da Psicologia Social Crítica e dos estudos feministas. O conjunto de dados foi organizado e interpretado segundo a análise temática. A violência tem se apresentado de diversas formas dentro do ambiente universitário, sendo as estudantes as mais vulneráveis. Os profissionais da Psicologia apresentam dificuldades perante os casos a serem atendidos, uma vez que não há um posicionamento institucional que norteie a atuação em um contexto de ensino superior. CONCLUSÃO: Concluímos que as universidades devem criar políticas públicas específicas para atender violências contra as mulheres e a violência de gênero deve ser uma questão central e transversal nos currículos. É fundamental criar espaços de cuidado a quem sofre violência neste contexto, como grupos de psicoterapia feminista e rodas de conversas regulares.
A pandemia do COVID-19 tem causado muitas mortes no mundo todo. Medidas de saúde pública foram tomadas para controlar a propagação do vírus causador da doença, dentre elas o distanciamento social. Observa-se que esta medida pode impactar na violência contra as mulheres e, igualmente, favorecer o terrorismo íntimo, acirrando medos já existentes e coibindo seus direitos sexuais e reprodutivos. Considerando este contexto, o objetivo deste artigo é tecer reflexões acerca das intersecções entre violência contra as mulheres, as relações de gênero e a ferramenta de distanciamento social em tempos de pandemia da COVID-19, tratando particularmente do terrorismo íntimo. Foi realizado um estudo exploratório e descritivo por meio de um levantamento de documentos de domínio público. O feminismo relacional crítico, particularmente as ideias de Carole Pateman no que se refere à dicotomia público\privado, e a teoria das representações sociais serviram de base para as reflexões desenvolvidas. Conclui-se que para prevenir e coibir a violência, é necessário que se articule com a população modos de descontruir as representações sobre masculinidades, sobre o que é tornar-se mulher, sobre o que é violência e terrorismo e, acima de tudo, romper com a dicotomia entre a esfera pública e a esfera privada.
Tivemos como objetivo compreender como a mídia online constrói sentidos acerca da violência sexual contra as mulheres, identificando possíveis estratégias ideológicas que podem estar reforçando a cultura do estupro. Empregando a Hermenêutica de Profundidade, analisamos reportagens de um jornal da região sul do Brasil envolvendo estupros de mulheres adultas.PALAVRAS-CHAVE: Mídia. Estupro. Ideologia. Representações sociais.
Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS ad). Objetivou-se compreender os efeitos da relação entre o CAPS ad e o Judiciário no cuidado em saúde mental. Além disso, o estudo buscou conhecer as principais demandas que chegam a um CAPS ad, a partir do Judiciário, e compreender as especificidades do cuidado em saúde mental, quando este é produzido na interface entre o Judiciário e o CAPS ad. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, utilizando como instrumentos de coleta de dados diário de campo e entrevistas semiestruturadas com trabalhadores de um CAPS ad. Para tanto, a interpretação dos dados foi realizada a partir da análise de conteúdo. Os resultados demonstram que a principal demanda que chega até o CAPS ad, por meio do Judiciário, é para avaliação psiquiátrica para pedido de internação compulsória. Sendo que tal internação não tem sido utilizada apenas quando todos os recursos extra-hospitalares se tornam ineficientes. Diante disso, é preciso que todas as instituições envolvidas estejam articuladas, no que se refere ao cuidado de pessoas que fazem uso de drogas. Conclui-se que esta pesquisa contribui na compreensão da interface entre um CAPS ad e Judiciário no cuidado em saúde mental de pessoas com problemas decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
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