The aim of this study was to analyze the psychodynamics of three mother-infant pairs with reflux diagnosis and two with colic diagnosis and their possible relation to the referred psychosomatic disorders. Qualitative exploratory study in which the sample was composed after signing the informed consent form. Instruments: semi-directed interview, seven boards of the Thematic Apperception Test and Naturalistic Observation. Content analysis of the interviews and TAT boards was performed and the way the mother perceived the productions of the baby was considered from naturalistic observation. These analyses supported psychodynamic interpretations of the functioning of the dyads studied. As main results, the reflux group highlights the need for maternal support and the presence of maternal ambivalence. In mother-infant pairs with colic, there is anxiety regarding their own ability to care for their child. In both groups, there is environmental influence on the way mothers feel about sufficiently good mothering.
Resumo O presente artigo problematiza aspectos afetivos inerentes à relação materno-filial que podem estar associados ao surgimento e estabelecimento de sintomas psicossomáticos de refluxo gastroesofágico no bebê de até 1 ano de idade. Para tanto, apresenta-se estudo de caso de uma díade mãe-bebê auxiliado por entrevista semiestruturada, aplicação das pranchas 1, 2 e 7MF do teste de apercepção temática e observação naturalista. Cada instrumento foi analisado qualitativamente e teve seus resultados integrados e articulados à teoria psicanalítica. Os principais resultados apontaram certa fragilidade egóica e necessidade de apoio social por parte da mãe, compatíveis com o período do puerpério. São discutidas possíveis maneiras de funcionamento do psiquismo materno, por exemplo, quando sobrecarregado com afetos ansiosos, há sobredeterminação de sintomas psicofuncionais no bebê, os quais, por sua vez, causam efeitos no modo como a mãe se posiciona no exercício da maternagem suficientemente boa, marcando um interjogo relacional.
Dificuldades costumam estar associadas a sofrimento, mas podem também ser mote para reflexão e cuidado. Nesse artigo trabalhamos alguns desdobramentos da pesquisa desenvolvida ao longo de seis anos em um hospital universitário do norte do país, mais especificamente aqueles que surgiram a partir das intervenções clínicas no serviço que acolhe crianças com autismo, síndromes neurológicas graves, problemas de aprendizagem, hiperatividade, dentre outros diagnósticos. Como analistas no hospital, orientadas pelo método clínico, partimos dos pressupostos freudo-lacanianos que sustentam a suspensão diagnóstica, até que se tenha apreendido, para além das causas orgânicas, as tramas simbólicas imbricadas com o sintoma da criança. Como instrumento de trabalho utilizamos a escuta dos pais e da criança, a transferência e a relação terapêutica como eixos centrais para o tratamento, pois acreditamos que o diagnóstico apressado pode precipitar prescrições medicamentosas cujos efeitos seriam prejudiciais para o desenvolvimento infantil. Problematizamos as dificuldades no trabalho clínico nas instituições as quais, muitas vezes, funcionam na contramão da aposta na saúde psíquica com suas particularidades. Foi possível constatar que há possibilidade de sensibilizar a equipe para a importância de acolher o que é da ordem da experiência, dando alguma possibilidade de amarração para o sujeito do inconsciente. Para tanto, devemos efetivamente sustentar junto à equipe, a possibilidade de emergência do sujeito, este que é dividido e que porta um saber que ele desconhece. Aposta importante, não apenas para o tratamento da criança e seus pais, mas também para o trabalho multidisciplinar, no qual seguimos no exercício (im)possível da intertextualidade.
A clínica fonoaudiológica tem recebido crescente demanda de atendimento para crianças por volta de 24 meses que ainda não falam. Compreendendo que a não emergência da fala pode estar associada a entraves psíquicos, o uso do instrumento APEGI pelo fonoaudiólogo, quando “algo não vai bem”, pode auxiliá-lo a recolher material clínico que justifique o encaminhamento psicanalítico, que por sua vez potencializa os resultados fonoaudiológicos. Apresentaremos fragmentos de um caso em que a terapia fonoaudiológica avançava com dificuldades, no qual a leitura da criança, a partir dos indicadores de referência oferecidos pelo APEGI, apontaram falhas no eixo presença/reconhecimento do sujeito (fala e posição na linguagem), evidenciando a interface e os mútuos benefícios da práxis que funciona a partir de uma articulação discursiva entre Fonoaudiologia e Psicanálise.
Tradicionalmente, atrasos na aquisição e no desenvolvimento da linguagem são motivos comuns para justificar a busca pelo trabalho de um fonoaudiólogo. Por outro lado, a busca pelo psicanalista costuma ser tardia, devido ao desconhecimento/dificuldade dos pais em reconhecerem possíveis entraves na constituição subjetiva de seus filhos. Diante da importância do olhar interdisciplinar para a realização do diagnóstico diferencial e tratamento integral das dificuldades de fala e linguagem, este trabalho visa a incrementar o debate acerca do caráter intersubjetivo da linguagem, esperando contribuir para a des-patologização das manifestações de particularidades subjetivas na primeira infância.
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