Discute-se a prática psicanalítica com sujeitos que apresentam fenômenos psicossomáticos, por meio de duas experiências de análise: a primeira, realizada em uma clínica-escola, e a outra em uma instituição médica de reabilitação motora. Os casos apresentados permitiram refletir sobre as possibilidades de reposicionamento do sujeito na relação com o seu próprio corpo, pois evidenciam a passagem de uma posição subjetiva - marcada pela aderência ao diagnóstico médico - a outra posição, por meio da formação de um sintoma no sentido analítico, no qual o sujeito pode se reconhecer.
Resumo 1212Artigo IntroduçãoPensar a constituição do sujeito nos preceitos da psicanálise lacaniana implica retomar um percurso singular, entretanto universal, a ser atravessado, e que envolve um processo relacionado com a inscrição no simbólico, a instauração dos circuitos pulsionais, a articulação ao campo do Outro e a assunção de um lugar no discurso. O autismo, por esse ângulo, aponta para uma questão
Resumo: Este artigo tem como objetivo discutir a noção de verdade para a psicanálise em sua interface com o direito, para o qual a verdade é buscada nos fatos através de investigação; a psicanálise, por seu turno, busca desvelar a verdade nos ditos do sujeito. Tomaremos o filme A caça (Jagten), pois sua trama é tecida a partir da busca de comprovação de um fato supostamente ocorrido e baseado na fala de uma criança, tomada inicialmente como verdade. Assim, interrogamos a prática do Depoimento Sem Dano, que consiste em um inquérito feito com crianças, visando estabelecer a verdade dos fatos.
RESUMO Este artigo reflete uma preocupação clínica relativa à operação analítica junto aos fenômenos psicossomáticos. Fazendo-se um estudo das concepções lacanianas sobre o fenômeno psicossomático, nos detivemos nas proposições sobre a escrita, tomando-a na dimensão da escrita no corpo, a qual é uma dimensão distinta do registro do significante, para discutir a possibilidade de uma leitura nas entrelinhas da letra, na direção do tratamento. A relação entre letra e significante é destacada para pensar a passagem do gozo ao inconsciente, ou seja, do real ao simbólico, no manejo possível do gozo, segundo a lógica da quantificação, esperando que uma escrita do gozo possa operar. A ideia de que a escrita do corpo pressupõe efeito de sujeito, isto possibilita pensar o corpo marcado por cicatrizes, cuja operação é a leitura.
Trata-se de um recorte da dissertação de mestrado “Corpo, feminino e subjetivação: uma análise a partir de sujeitos com lúpus eritematoso sistêmico”. Objetiva sustentar a presença da psicanálise desde os primórdios dos estudos sobre psicossomática, através de um percurso histórico sobre o tema, delineando a origem deste campo de saber, bem como as principais elaborações teórico-conceituais resultantes da interlocução entre a medicina e a psicanálise. Considerando a influência de Freud para a inauguração do campo de saber denominado “psicossomático”, destacam-se principalmente as produções de Groddeck, Ferenczi, Alexander e Marty.
Psychotherapeutic practice in hospitals in Brazil started in the 1950s even before the profession of psychologist in the country was formalized, and has been building a fairly rich history because it is differentiated according to the development of the practice over the decades as a function of the various clinical methods associated with it, as a consequence of the policies and/or different theoretical orientations that have underpinned it. Twenty years after this practice began, during the 1970s, the field of mental health was configured as a major center of absorption of psychologists in an attempt to change the prevailing medical model. It is at that time that we can first see the formation of multidisciplinary teams linked to psychotherapy treatments. When we examine the relationship between the advancement of the practice and its theoretical foundations, in a field where political orientations toward the practice carried no less weight, we realize that this entire movement has led to important developments in the history of psychology in general. In order to specify what clinical practice in hospitals has contributed to psychology in general, it is necessary to follow its guidelines over the decades, where we can confirm that a certain prevalence of psychoanalysis has been and is being established. To the extent that it is characterized as a discourse directed at the subject, it is fundamental that it allows for situating the work in the hospital in an exchange with the medical field in such a way that each field may sustain its own particularities, respect their differences, and contribute, each in their own way, toward the advancement of clinical work. From the 1950s through today, clinical practice highlights a concern with asserting subjectivity in hospitals where the contributions of some psychoanalytical developments to different forms of psychotherapy have not been lacking. S. Alberti et al.
Pretendemos discutir o estatuto do corpo no discurso capitalista e seu atravessamento quanto ao lugar do psicanalista na instituição hospitalar. Para tanto, propomos um estudo teórico baseado em Freud e Lacan. Apresentamos, primeiramente, a noção de corpo para a psicanálise, ressaltando que ele não se restringe à materialidade orgânica e ao aspecto anátomo-fisiológico, tal como passou a conceber o discurso biomédico moderno, predominante no hospital. Neste contexto, abordamos os atravessamentos discursivos em relação ao lugar do psicanalista, principalmente no que concerne ao discurso capitalista, à luz da teoria dos discursos de Lacan (1969-1970/1992).
A inserção do discurso psicanalítico nas instituições públicas de saúde gera alguns impasses técnicos e éticos ao confrontar a singularidade do “cada um”, buscada pela psicanálise com a assistência à saúde regida por políticas públicas de atenção e de cuidados aplicados “para todos” os usuários de determinadas categorias. Isso tem levado muitos psicanalistas a se questionarem sobre pontos importantes dessa experiência, como o lugar do sujeito nos serviços de saúde, cuja emergência fica subsumida pelo discurso do mestre, que estrutura os laços institucionais. Como manter a especificidade da práxis psicanalítica no contexto institucional, em que laços são estruturados pelo discurso do mestre? Como se dão os encontros e desencontros entre os discursos do mestre e do psicanalista? A Psicanálise, consoante a orientação freudo-lacaniana, responde a esses problemas levando em consideração a particularidade do discurso do psicanalista e o tratamento do sujeito do inconsciente a partir daquilo que Lacan chamou de Psicanálise aplicada à terapêutica, o que torna possível a inserção da Psicanálise na instituição.
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