É com muita alegria que agradeço pelo honroso convite da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição pela qual eu tenho muito apreço, mas poucas oportunidades para demonstrá-lo.
The University of São Paulo Twin Panel (Painel USP de Gêmeos), based at the Institute of Psychology of the University of São Paulo, started formally in 2017. Our registry is new, but in only two years of formal existence, it comprises a volunteer sample of 4826 registered individuals (98% twins and 2% higher-order multiples), recruited at the University of São Paulo and by social media campaigns. Our main aim is to conduct and promote research with twins on psychological processes and behavior. The University of São Paulo is the largest higher education and research institution in South America, and the Painel USP de Gêmeos has great potential for fostering research on twin-related issues from a psychological perspective in Brazil and South America.
Objetivou-se avaliar a Qualidade de Vida Profissional por meio da análise de Satisfação por Compaixão, Burnout e Estresse Traumático Secundário em profissionais da saúde que atuam em Unidades de Terapia Intensiva, bem como verificar os fatores de risco para a ocorrência de Burnout e Estresse Traumático Secundário. O método adotado foi o estudo Survey em quatro UTIs de hospital universitário terciário da cidade de São Paulo. Foram utilizadas fichas de dados sociodemográficos e o instrumento ProQOL-BR. Verificou-se associação estatisticamente significativa entre Estresse Traumático Secundário e sexo (p = 0,03), e entre Satisfação por Compaixão, Burnout e Estresse Traumático Secundário (p < 0,01; p = 0,002). Constatou-se, ademais, que existe desequilíbrio da qualidade de vida profissional dos participantes, e que os fatores de risco para Burnout e Estresse Traumático Secundário não estão relacionados com a área de atuação profissional, idade, escolaridade, estado civil ou renda. Palavras-chave: saúde do trabalhador; unidades de terapia intensiva; fadiga por compaixão; profissionais da saúde.
O suicídio amoroso: uma proposição metapsicológica ResumoA escuta de orientação psicanalítica àquele que relata uma tentativa de suicídio e a remete à ruptura de um relacionamento amoroso permite uma reflexão de cunho metapsicológico que sustente que a quebra do vínculo amoroso é recusada de tal forma que a precipitação suicida nisso se insira, a fim de manter algo que não pode ser perdido. Tomando a melancolia como paradigma para o suicídio, aponta-se uma recusa a partir da manutenção do amor. A assertiva freudiana de que o eu consente com a própria morte quando identificado ao objeto é passível de articulação com as proposições de Lacan acerca de objeto de amor e o que transcende seus atributos. Acentuaremos como objeto a aquilo que está sob o invólucro amoroso e como este perfila, de forma fulgurante, na tentativa de suicídio.Palavras-chave: Suicídio. Psicanálise. Amor. Melancolia. AbstractThe psychoanalytical orientation listening to the one who reports a suicide attempt and refers it to a love relationship breaking up, allows a reflection of a metapsychological nature which supports that the rupture of a love bond is refused at such a level that the suicide precipitation has its inspirations in order to keep something that cannot be lost. Having melancholy as a paradigm to the suicide, it points to a refusal based on the maintenance of love. Freud's assertive that the ego consents with its own death when identified to the object is liable of articulation with Lacan's propositions about the object of love and to which transcends its own attributes. It will be stressed as object "a" the one which is underneath the loving involucre and how it profiles in an effulgent way to the suicide attempt.
Este editorial expressa nossas reflexões sobre o suicídio e a morte do narrador na literatura acadêmica contemporânea, a qual, conforme compreendemos, relaciona-se com outra fatalidade ainda mais grave: as ocorrências atuais de suicídio de jovens. Essa trágica "solução" tem ocupado lugar de destaque na mídia desde a estreia da série americana 13 Reasons Why (2017), dirigida por Brian Yorkey, inspirada no livro homônimo de Jay Asher, e da ampla e controversa divulgação do suposto jogo online Baleia azul, seguidas pelo crescente interesse por ambos. Nosso objetivo é discutir sobre uma possível relação entre o suicídio que se consuma como resultado da morte em vida, desvelando a continuidade funesta entre a fatal autoimposição de um término à vida e a fatídica vida imposta àqueles que estão impedidos de experimentá-la como sujeitos, e o suicídio do narrador na literatura acadêmica que paradoxalmente expressa a submissão do autor às exigências irracionais da maquinaria produtiva que o anula e, com isso, retira o encanto da narrativa.Se a declarada frustração de Nietzsche (1887/1998), que tão bem conheceu a decadência, em relação à expectativa de que suas obras pudessem ser objetos da leitura como arte já fora há muito uma crítica tenaz ao "homem moderno", incapaz de ruminar o conteúdo de sua leitura, a empobrecida experiência intelectual propiciada pela forma padrão adotada pelo modo atual de divulgação científica, o relato de pesquisa sem reflexão teórica, parece supor uma regressão ainda maior do leitor, de modo que à morte do narrador equivale a anulação do trabalho interpretativo do leitor. Se o suicídio de jovens provoca angústia imediata e sugere rápido entendimento de que a vida foi tragada por suas contradições objetivas, o fenômeno paralelo que ora enfatizamos, o suicídio do narrador, parece não promover igual compreensão.A asseveração de Nietzsche pode ser pensada à luz da crítica que Walter Benjamin (1936/1994) fez à cultura já explicitamente em decadência algumas décadas depois: "Por mais familiar que seja seu nome, o narrador não está de fato presente entre nós, em sua atualidade viva" (p. 197). Esse arguto crítico da cultura, que diante do fatídico cerceamento de sua vida pelas forças nazistas, que implicava também a aniquilação da vida de milhões de seus iguais, pôs fim à própria vida, pôde revelar que a vida ceifada pelo suicídio é a mesma vida já mortificada pelo predomínio das instâncias opressivas que anulam a possibilidade de compartilhar experiências, tal como foi possível por meio da narração. Em uma de suas mais célebres formulações, Benjamin pôde registrar para uma posteridade que ainda não conhece o além do homem "moderno", rejeitado por Nietzsche, a relação entre o declínio do narrador e a experiência da catástrofe objetiva representada pela guerra, cujo terror se generalizou para as estáveis instituições do mundo administrado:Com a guerra mundial tornou-se manifesto um processo que continua até hoje. No final da guerra, observou-se que os combatentes voltavam mudos do campo de batalha não ...
Este trabalho discute o lugar da psicanálise nas instituições de saúde. Psicanálise e medicina partem de concepções de corpo, sintoma e cura radicalmente diferentes, configurando discursos e práticas clínicas necessariamente distintas. Mas, justamente por isso, a interlocução é possível e necessária. Para a maior parte dos sujeitos, a entrada no hospital constitui um momento de confronto com o real da fragilidade da condição humana e a angústia mobilizada pode gerar a demanda pela intervenção do analista. Ao psicanalista cabe a tarefa de "tocar o sujeito no doente", levando-o a se implicar com seu sintoma e seu tratamento, da melhor
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