Este trabalho aborda o conceito de delírio e sua função na estrutura psicótica. A psicanálise considera o delírio, por um lado, fenômeno elementar e, por outro, tentativa de cura, portador de uma verdade. O presente trabalho objetiva abordar a estruturação delirante, assim como a função da mesma para o sujeito paranoico, no sentido de situar a direção de tratamento na clínica da paranoia. A partir de um caso clínico e embasando-se nos conceitos da psicanálise, discute-se a função do mesmo para o sujeito. Leva-se em conta a invenção do sujeito para além do delírio, a partir de uma estabilização que, entretanto, não acontece sem ele.
Este trabalho visa analisar as questões que surgiram no cotidiano de serviços de atenção psicossocial, evidenciando a importância do manejo da relação entre técnicos, usuários e familiares na efetivação da clínica oferecida. A partir de exemplos clínicos e utilizando o conceito de transferência como contribuição da clínica psicanalítica à clínica ampliada, propõe-se a inclusão do sujeito do inconsciente como fundamental ao processo de Reforma Psiquiátrica, já que este sujeito, que difere do cidadão de direitos, é radicalmente responsável por sua posição.
Valendo-se do conceito de "servidão voluntária", elaborado por Etienne De La Boétie no séc. XVI, o artigo pretende realizar uma reflexão sobre a subjetividade hoje. Este conceito - e os paradoxos que implica - revelou-se bastante profícuo e atual para pensar o movimento vivo de alienação e separação do sujeito, em particular na sociedade brasileira que acaba de completar quinhentos anos.
Discute-se a prática psicanalítica com sujeitos que apresentam fenômenos psicossomáticos, por meio de duas experiências de análise: a primeira, realizada em uma clínica-escola, e a outra em uma instituição médica de reabilitação motora. Os casos apresentados permitiram refletir sobre as possibilidades de reposicionamento do sujeito na relação com o seu próprio corpo, pois evidenciam a passagem de uma posição subjetiva - marcada pela aderência ao diagnóstico médico - a outra posição, por meio da formação de um sintoma no sentido analítico, no qual o sujeito pode se reconhecer.
Em 1930, Freud afirmou que o laço social é a principal fonte de sofrimento para os homens. Vivemos hoje sob o domínio das redes sociais, da comunicação imediata que dispensa a presença do outro. Quais os efeitos disso no laço social? O advento da internet, ao prometer o acesso irrestrito ao outro, sem o ônus de sua presença, coloca em questão a proximidade e a imagem do outro, o que toca em um dos conceitos mais caros à psicanálise: o estranho (Unheimlich). Abordamos estas referências a partir de Freud e Lacan, dialogando com autores da Filosofia e da Sociologia. Em seu artigo intitulado A Coisa, Heidegger introduz uma discussão de ordem ética. A partir da ideia de que "a proximidade não é pouca distância" ele se pergunta: "O que é esta igualdade em que tudo não fica nem distante nem próximo, como se fosse sem distância?" Quando examinamos a noção de proximidade, a noção de corpo-imagem se impõe. Segundo Baudrillard, o sujeito é induzido a tratar seu corpo como capital e como fetiche, estabelecendo-se uma equivalência mágica entre comprar e sentir-se bem. O que tem a psicanálise a dizer sobre isto? Em 1972, Lacan formalizou o discurso capitalista, que foraclui o laço social e induz a práticas perversas que visam obturar a castração, prometendo um gozo sem limite e fora dos domínios da ética.
ResumoComemorando dez anos de funcionamento, o Programa de Pós-graduação aqui analisado justifica e se pergunta, através das penas de sua primeira e de sua atual coordenadora, como e até que ponto vem atingindo um dos objetivos declarados em sua Deliberação e que o diferenciaria: associar, na medida do possível, as questões-objeto de pesquisa no campo da psicanálise com problemas socialmente relevantes, fazendo com que a produção e o avanço obtidos através das atividades de pesquisa retornem ao corpo social concreto interessado nessas questões. Verifica-o analisando as dissertações produzidas, assim como parte de sua produção. Palavras-chave: Psicanálise na universidade, Psicanálise e saúde mental, Pesquisa em psicanálise, Política, Ética.
AbstractCommemorating its ten years, the Program for post-graduates which is here analysed, justifies and questions through the writing of both its first and its present directors, in what extent have we been attending to one of its objectives for which it is said distinguished: as much as possible, to connect the research object-questions in the field of psychoanalysis with relevant social problems, in order to provide the concrete social body with the results and improvements obtained through research activities. Said improvements are verified through dissertations as well as other bibliographic productions.
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