O estudo de caso tem sido um terreno contestado na investigação em ciências sociais porque utiliza abordagens diferentes, às vezes opostas. É uma das mais utilizadas metodologias de investigação qualitativa em pesquisa educacional. Contudo, os metodólogos não fazem consenso sobre a concepção e a realização desse método, dificultando a sua plena evolução. Este autor concentra sua atenção nas obras de três deles, Robert Yin, Sharan Merriam e Robert Stake, buscando captar perspectivas divergentes, convergentes e complementares. Desse modo, busca contribuir com pesquisadores iniciantes no âmbito da educação, apresentando técnicas e estratégias para, assim, poderem combinar perspectivas e atingir propósitos de investigação
ResumoConsiderada ainda agente de socialização e mudança, a escola tem experimentado a violência. Neste trabalho, apresentam-se recomendações para eliminar ou amenizar o problema. Analisam-se resultados de estudos, por meio de pesquisa da literatura, focalizando-se o que dá certo em ações escolares para concretizar a adequada convivência. Algumas lógicas de ação são apresentadas: membros da escola se culpam mutuamente pelo fracasso escolar, silenciam a crítica construtiva e negligenciam a articulação entre informar formar. Conclui-se que a superação dessas lógicas pode contribuir para a solução da violência escolar. Assim, emergem possibilidades de ação por parte dos elaboradores e executores de currículos, educadores, gestores e formadores de mestres e professores. Além disso, conclui-se que, para superar a violência escolar, não dão certo os castigos corporais e as humilhações públicas, as rotulações e a intolerância; mas, dão certo, a escuta às vítimas, a aproximação entre pais e comunidade educativa, o fim da punição, o fim da culpabilização do outro. Palavras-chave: Convivência. Violência escolar. Lógicas de ação. Pedagogia. Diálogo. IntroduçãoUma escola se constitui no encontro entre três amplas esferas de atuação: a sala de aula, enquanto microssistema; o projeto curricular, como um mesossistema; a administração escolar, enquanto um exossistema e, finalmente, a sociedade/valores/ cultura global, como um macrossistema (PESCADOR; DOMÍNGUEZ, 2001). Efetivamente, ela se situa na encruzilhada da educação de casa com a educação do mundo. É um agente de socialização e mudança. Contudo, exerce esse papel em meio à violência, podendo-se traduzir tal cenário indesejado como "violência da escola, na escola e contra a escola". Dessa maneira, no jogo de mútuas influências com o lado de fora, a escola tem deixado de ser uma instituição tão somente invadida pelo problema da violência para transformar-se numa máquina de sua reprodução. Frequentemente convertida num verdadeiro laboratório de violências, a escola pode ser representada como o lugar da interação entre a "casa" e a "rua", dois espaços sociais básicos capazes de prover uma leitura sui generis da estrutura sociocultural brasileira (DAMATTA, 2004). A rua, local do trabalho, do Estado e das leis, da subcidadania (ser sujeito à lei), contrasta com a casa, local da tranquilidade do lar, das tradições de família, da supercidadania (ser dono das normas inscritas nos corações). Como a escola lida frequentemente com as diferenças sociais e culturais e, atualmente, muito em função do aumento de oportunidades de acesso à escolarização, ela recepciona subjetividades e objetividades. Constitui-se no elo pulsante entre leis que governam a rua, as instituições, o espaço público em geral, e os hábitos de casa, onde está o coração de seus membros. Caso ela não saiba lidar com essa condição de espaço interativo, forjam-se potenciais de violência escolar.No Brasil, enquanto representações da estrutura sociocultural, a "casa" e a "rua" parecem andar distantes uma da outra. Com re...
Resumo A expansão da educação superior, abrangendo estudantes mais diversos do ponto de vista sociocultural implica necessariamente a sua democratização? Esta pesquisa questiona a aparente neutralidade das instituições educacionais, indagando se esta reproduz as relações sociais e o poder dominante. Para isso, investigou-se a interação entre as experiências sociais de jovens estudantes e de professores universitários, buscando atualizar o conceito de pedagogia dialógica. Um estudo de casos múltiplos, envolvendo duas licenciaturas, evidenciou, dentre outros, a valorização da amizade, criatividade e respeito, bem como a preocupação de todos com o desinteresse de estudantes pelo curso. Elaborou-se uma hipótese, com três eixos fundamentais das interações sociais de estudantes e professores: as tendências de culpar o outro pelo insucesso educacional e de cultivar relações autoritárias, bem como a negação da capacidade crítica dos indivíduos.
<p style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"><span style="font-size: medium;">As mudanças da universidade têm resultado em angústias, não só de professores, mas também de estudantes, quanto ao desinteresse destes últimos pelas atividades educacionais, quando não pelos cursos. Angustiam-se também diante do constante monólogo nas salas de aula. Diante disto, indaga-se: quais aspectos da interação social revelam as vinculações entre a universidade que se obriga a renovar-se permanentemente no mundo atual e o desinteresse de estudantes pelo curso? Por que predomina a educação que prioriza aspectos informativos da educação, portanto, menos dialógica? Neste sentido, investiga-se a interação entre experiências sociais (DUBET, 1994, 1998, 2013) construídas por estudantes e professores, visando a compreender como concretizar, cada vez mais, a pedagogia dialógica (FREIRE, 2009, 2011). Utilizou-se uma abordagem qualitativo-exploratória, com estudo de casos múltiplos, envolvendo jovens estudantes de cursos de licenciaturas e professores. Estudantes valorizam amizade, criatividade e preocupam-se com o desinteresse de colegas pelo curso. Idealizam o professor que é líder e carismático. Para eles, há mais informação, menos formação, e d</span></span><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-size: medium;">ialogar não se reduz a lidar com conceitos. Já as </span></span><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"><span style="font-size: medium;">professoras valorizam o </span></span><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-size: medium;">respeito e sentem-se apoiadas pela instituição. Igualmente aos estudantes, preocupa-lhes o desinteresse pelo curso. Idealizam o docente que articula informação com formação e dialogar é por o mundo real dentro da sala de aula.</span></span></p>
Nos tempos atuais, a educação segue acolhendo crianças, adolescentes e jovens frequentemente sujeitos ao adestramento com vistas à obtenção de bom desempenho em testes padronizados. Vigora o processo educacional que pouco articula aspectos informativos e formativos da educação. Indaga-se: os processos educacionais desenvolvidos na universidade formam ou informam? Investigou-se, por meio de uma abordagem qualitativo exploratória, com grupos focais, a percepção de jovens estudantes a respeito da educação desenvolvida na universidade, visando a compreender como concretizar, cada vez mais, a pedagogia dialógica (FREIRE, 2009, 2011) e, assim, contribuir com a educação para direitos humanos. Segundo declararam, o curso superior oferece acesso a uma vida melhor, não significando isto só ganhar dinheiro, mas também situar cada vez mais o indivíduo nas relações sociais. Percebem priorização de aspectos informativos, em detrimento dos formativos. Para eles, torna-se necessário superar os limites dos conceitos aprendidos, para o que as aulas deveriam ser mais dinâmicas e capazes de facilitar, junto aos estudantes, a vinculação entre teoria e prática, o que, inclusive, contribuiria para a maior compreensão de direitos humanos. Palavras-chave: Educação superior. Direitos humanos. Formação de professores. Juventude. Pedagogia dialógica.ABSTRACTNowadays, education shelters children, adolescents and young people who often are subjected to dressage, aiming to obtain good performance on standardized tests. The educational process that does not articulate informative and formative aspects of education remains as the rule. Based on this, it is reasonable to ask: do educational processes developed at the university environment form or inform? Through a qualitative exploratory approach, with focus groups, it was investigated the perceptions of young students about the educational process developed within the university in order to understand how to reach a dialogical pedagogy (FREIRE, 2009, 2011) and thus contribute to a human rights oriented education. According to respondents, higher education leads to a better life, although it do not means only making money, but also reinforcing individuals' place in social relationships. For them, it is necessary to overcome the limits of the learnt concepts through more dynamic classes, able to provide the linkage between theory and practice, thus enhancing a wider understanding of rights humans.Keywords: Higher education. Human rights. Teacher education. Youth. Dialogic pedagogy.RESUMENHoy en día, la educación sigue aceptar los niños, los adolescentes y los jóvenes son a menudo objeto de la formación con el fin de obtener buenos resultados en los exámenes estandarizados. Forzar el proceso educativo que articule la información y la formación pequeños aspectos de la educación. Pide a sí mismo: los procesos educativos desarrollados en el formulario universidad o informe? Se investigó mediante un enfoque cualitativo y exploratorio con grupos focales, la percepción de los jóvenes estudiantes sobre la educación desarrollada en la universidad con el fin de entender cómo darse cuenta, cada vez más, la pedagogía dialógica (Freire, 2009, 2011) y así contribuir a la educación de los derechos humanos. Según los encuestados, el curso superior ofrece acceso a una vida mejor, lo que significa que no sólo ganar dinero, sino también colocar cada vez más al individuo en las relaciones sociales. Darse cuenta de priorización de aspectos informativos, a expensas de la formación. Para ellos, es necesario superar los límites de los conceptos aprendidos, por lo que las clases deben ser más dinámico y capaz de facilitar, con los estudiantes, el vínculo entre la teoría y la práctica, que incluso contribuir a una mejor comprensión de los derechos humanos.Palabras clave: Educación Superior. Derechos humanos. La formación del profesorado. Juventud. Pedagogía dialógica.
Este artículo propone identificar aspectos de la construcción de la subjetividad y del protagonismo de 163 alumnos de los cursos de Administración y Psicología de una universidad privada de Brasilia, Brasil. Se realizó una investigación cualitativo-exploratoria, siendo un estudio de casos múltiples. Delimitada a las explicaciones teóricas de la sociología de la experiencia y de la pedagogía dialógica, esta investigación identificó algunos aspectos seleccionados de la interacción entre estudiantes y profesores universitarios, para comprender como se establece la subjetivación y el protagonismo en el salón de clases. Se concluyó que los estudiantes se resienten de itinerarios educativos direccionados hacia el desarrollo de conductas, lo que caracteriza un proceso educacional oscilante entre informar y formar, cuyo péndulo se inclina más hacia los aspectos cognitivos que por los aspectos socio-emocionales-culturales de la educación
ResumoEsta pesquisa teve, como objetivo, investigar estratégias de superação da lógica de violência, exclusão e silêncio, aos quais estão submetidos jovens universitários. Esses recebem muitas informações, sofrendo processos educativos dissonantes das proclamadas intenções de desenvolvimento pleno, o que favorece a mencionada lógica. Tidos como não críticos, silenciam. Em vez da educação monológica, a universidade precisa praticar a dialógica. Um estudo de casos múltiplos, em que cada caso único recebeu um nome -coerência, interação, oportunidade, resiliência, compenetração e contextualização -concluiu que os momentos de superação são potenciais estratégias educacionais transformadoras, que levam do discurso à prática, da opressão à esperança. Palavras-chave: Universidade. Violência. Exclusão. Silêncio. Liberação.
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