IntroduçãoEcomuseu: um museuvoltado para o ambiente no qual está inserido. Mas com que sentido e de que modo? A simples menção ao termo ecomuseu, uma infinidade de idéias, noções, imagens fJodem vir à mente do museólogo, do historiador, do antropólogo, de qualquer profissional, enfim, que atue na área dos museus. O tema, de tão difundido, traz em seu bojo o desafio de lidar com as noções pré-estabelecidas -e as paixões -do leitor ou do interlocutor. Mas entre nós estasnoções parecem ainda muitoconfusase carecem de maior embasamento. Embora chegue a ser desgastado, o assuntofoi, aqui, pouco debatido realmente. Há, freqüentemente, uma interpretação distorcida do que sejam os ecomuseus, fruto da pouca informação que se tem, finalmente, sobre este tipo de instituição e de políticacultural,ou -como definiu François Hubert (1985: 186)-de ferramenta patrimonial ("outi/ patrimonia/'l Houve uma grande difusão do que seja a filosofia de base dos ecomuseus, assim como, de um modo geral, do movimento que se denomina /Inova museologia". Uma filosofia guiada pelo sentidode dessacralização dos museuse, sobretudo, de socialização, de envolvimento das populações ou comunidades implicadas em seu raio de ação. Entretanto, raramente essa difusão nos chegou acompanhada de elementos que permitissem compreender como se dão, mais concretamente, as experiências dos ecomuseus e quais as suas linhas de filiação. Por isto não poderemos escapar, desta vez, de um trabalho em boa parte retrospectivo e descritivo. Por inspiração em seu próprio /ldístico", queremos