Um sistema comercial-cultural de importação de porcelanas de mesa francesas no Brasil do século XIX

Abstract

Resumo O presente artigo propõe uma incursão pelos meandros do comércio de porcelanas de mesa francesas no Brasil do século XIX. Trabalhando na perspectiva da cultura material, busca compreender as características e valores que presidem a produção de porcelanas na França e apreender os mecanismos que se estabelecem, por meio do comércio de exportação-importação, no processo de introdução de um padrão francês nos usos e gostos da elite brasileira, que o adota como parte de seu modo de vida e de sua imagem de classe. Explora documentação relacionada ao comércio de porcelanas entre a França e o Brasil, em especial correspondência consular e arquivos manufatureiros franceses, e toma como eixo documental a coleção de porcelanas do Museu Paulista da USP como fonte material. Ao final, aborda o caso de uma casa comercial no Rio de Janeiro relacionada a um importante serviço de mesa.

A Real Fabrica De Porcelana Da Vista Alegre, O Rei D. Fernando Ii E a Condessa D’edla, Parte 2

“…16 Conjuntamente com o serviço a Rainha D. Maria Pia adquiriu, pelo menos, 12 pratos decorativos Duplessis guirlandes de fleurs est groups d'enfants (Correia, 2008: 118-119). A referência ao formato do prato refere-se ao A manufactura de Sèvres frequentemente fornecia serviços e peças decorativas em branco e sem marcas a vários comerciantes de Paris, entre eles os armazéns Grand Dépôt E. Bourgeois, o decorador Le Rosey da Rue de la Paix, o decorador F. Dommartin e o decorador Joseph Klotz (Barbuy, 2019). Contudo, as mesmas também deverão ter sido copiadas por outras manufacturas francesas como as formas Peyre.…”

Produção, circulação e usos da joia em São Paulo no século XIX, 1815-1889: um estudo de cultura material

“…Desde a última década do século XX, os estudos em Cultura Material têm encontrado nos museus espaço cada vez mais alargado para seu desenvolvimento, justamente, por serem instituições que têm sua essência nos acervos que guardam e conservam. O acervo do Museu Paulista, por exemplo, já foi objeto de estudos importantes na área da Cultura Material, dentre os quais podemos citar a pesquisa de Heloisa Barbuy (2019) sobre porcelanas, de Adilson José de Almeida (2001) sobre indumentária, e de Maria Aparecida Borrego (2017) sobre a memória das Monções.…”