O presente texto objetiva relatar os aspectos envolvidos em um modelo de formação de professores, pautado na apropriação e no desenvolvimento de práticas pedagógicas de favorecimento a inclusão de alunos com deficiência. O quadro teórico-conceitual contemplou as discussões sobre inclusão, formação e profissionalização docente. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação do tipo colaborativa, entre a pesquisadora e oito professoras do ensino fundamental de uma escola pública de Fortaleza, no período de agosto de 2006 a fevereiro de 2008. Os resultados evidenciaram que investimentos na reorganização do espaço escolar, no apoio às professoras, nas ações de atenção as crianças e às suas especificidades, se reverteram em melhor acolhimento e atendimento a todos os alunos. Assim, situamos que a experiência dessa pesquisa (re)afirma que o paradigma da educação inclusiva é possível de se realizar. Palavras chaves: Educação inclusiva, prática pedagógica, pesquisa-ação colaborativa
Este artigo partilha experiências do estágio supervisionado do Curso de Licenciatura em Letras-Libras, no ensino da Língua de Sinais Brasileira (Libras ou LSB) como primeira língua (L1), sob três aspectos interrelacionados: (a) o estágio como vivência reflexiva e colaborativa; (b) a imersão do estudante em prática docente sociointeracionista, refletindo sobre os conceitos de língua materna e o currículo de Libras como L1; e (c) a escola como território de produção de cultura, lugar de (des)territorialização dos estágios e (des)construção de identidades dos estudantes. Os dados para análise foram extraídos dos registros do estágio da primeira turma de Letras Libras/UFC, em atividades produzidas nos semestres letivos 2017.1 e 2017.2. Os fundamentos teóricos que embasaram as experiências desse estágio foram desenvolvidas por meio da Sequência (Didática) Fedathi (BORGES-NETO, 2017a; 2017b), apoiaram-se no aporte sociointeracionista proposto por Vygotsky (1989; 1993), no ideário da consciência metalinguística (GIUSTINA; ROSSI, 2008), em intercessão com literatura específica na área da surdez (LANE, 1992; SACKS, 1998). Os relatórios apresentados pelos estagiários, em Libras, refletiram os resultados da empiria, apresentando a urgência da sistematização do currículo de Libras como L1, nos diferentes níveis de ensino. Ao final desta experiência, pode-se afirmar que as diferentes etapas problematizaram o currículo, a escola e o ensino de Libras como L1, e oportunizaram vivências da tríade: educando (da escola), estagiário e professores (supervisores), delineando um arcabouço rizomático, como ponte à constituição da profissionalização dos (futuros) docentes de Libras.
O presente artigo apresenta a descrição do processo de elaboração do Estado da Questão (EQ) com base no interesse de uma investigação em nível de Doutorado sobre o uso de aplicativos de leitura e escrita na alfabetização e letramento de crianças com deficiência intelectual, na área da Educação. O levantamento de busca de estudos nacionais e internacionais foi realizado em periódicos, indexados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e nos Anais das Reuniões Anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). Assim sendo, o mergulho na literatura mapeada propiciou a oportunidade de referenciar uma relevante e extensiva quantidade de produções publicadas articulada ao tema ora investigado. Do total de 1644 (100%) estudos consultados, 78 (4,7%) apresentaram indícios de proximidade com o nosso objeto de pesquisa, abordando as temáticas de deficiência intelectual, alfabetização e letramento, tecnologia e/ou aplicativos e revelando o interesse dos pesquisadores por diversos enfoques. Também notamos que, em geral, foram poucos os trabalhos que interligaram as tecnologias às deficiências e/ou transtornos, mais raros ainda aqueles que operaram com dispositivos móveis e aplicativos. Desse modo, a busca por desvelar o tema em questão, fez emergir um campo profícuo para os mais diversos trabalhos/artigos, fazendo-nos enveredar por áreas transversais e interdisciplinares, de modo a evitar vieses na conceituação de categorias teórico-empíricas e definição dos referenciais. Portanto, esse exercício tornou-se primordial para conhecer “o que foi” e “o que está sendo” produzido pelos estudiosos de nossa área de pesquisa.
O presente artigo trata da trajetória de quatro mulheres e mães que têm filhos com paralisia cerebral, salvo uma, que ela própria tem PC[1]. Suas vidas, valores, aprendizagens e experiências mudaram significativamente quando os filhos nasceram. Enfrentando grandes desafios diários e valorizando todas as conquistas, elas tiveram que lutar para garantir direitos, respeito e oportunidades. O desejo de acessar a escola as levou ao encontro de ideias, estratégias de resistência, experiências comuns e a descoberta de força. A Educação foi, inicialmente, o fator agregador e impulsionador que as motivou. A inexistência ou insuficiência da atuação do poder público, a ignorância, os preconceitos, a violência e os estigmas, constituíram-se as principais barreiras presentes nas vidas dessas mulheres e de suas filhas e filhos. A pesquisa, aqui apresentada, tem o objetivo de trazer narrativas que revelam sentimentos, resistência, interesses e desejos. As quatro mulheres e mães participantes da pesquisa, foram entrevistadas no período da pandemia de 2020, de maneira remota e através de videochamada. Para embasar as discussões e articulações teóricas, foram utilizados dentre outros, os/as autores/as: Guacira Louro (2019) refletindo sobre o corpo e identidade; David Le Breton (2013) para pensar o corpo sob uma perspectiva antropológica; Andrew Solomon (2013) com a percepção da relação pais, filhos e a identidade; Elisabeth Badinter (1985) e a reflexão sobre maternidade e amor materno; Maria Tereza Mantoan (2003) e a educação inclusiva; Naomi Wolf (2020) trazendo as construções históricas sobre beleza.
O artigo discute o direito à educação das mulheres de comunidades islâmicas e sua expressão de universalidade, no âmbito dos direitos humanos. As informações são fruto de uma investigação qualitativa (bibliográfica, documental e de campo), no ano de 2017. Os resultados evidenciam a presença de fatores econômicospolíticos- culturais-religiosos como impedidores e/ou favorecedores do usufruto do direito educacional, além de circunstâncias de guerra/ territórios em perigo, condição sócioeconômica e/ou regras sociais/religiosas ainda arraigadas.
RESUMO:Intencionamos apresentar uma compilação dos principais diplomas normativos, notadamente, da Declaração de Salamanca, em 1994, até os dias atuais, que tenham a Educação Inclusiva como escopo primordial do compromisso legislativo com a estruturação da Educação Para Todos. Temos, assim, como fio condutor, a seguinte pergunta de partida: as mudanças legislativas e o caminho histórico percorrido, que têm se expressado em acesso educacional, têm alcançado a universalização dos discursos e das abordagens educacionais? A metodologia utilizada consistiu na coleta de dados em fontes bibliográficas e documentais, ordenados em uma cronologia. Os resultados evidenciam os conteúdos e ganhos, que, ao longo do tempo, foram (re)significando o conceito de deficiência e o papel das pessoas com deficiência na sociedade e na educação.
Neste artigo temos por objetivo proporcionar aos pesquisadores da categoria inclusão de pessoas com deficiência uma sequência histórica sobre os presidentes brasileiros e suas ações vinculadas à temática, criando ou extinguindo secretarias de inclusão. Como forma de sintetizar e analisar o material já produzido sobre as políticas públicas que versam acerca do tema em debate, optou-se por um estudo de natureza bibliográfica, com o apoio da pesquisa documental. A pesquisa bibliográfica foi embasada nas produções teóricas de pensadores como Mazzotta, Jannuzzi e Sassaki, que são referência em assuntos vinculados à política de inclusão de pessoas com deficiência no Brasil; enquanto a realização da pesquisa documental foi feita por meio de análise dos relatórios de gestão da Secretaria de Educação Especial - SEESP, as leis regulamentadas no Brasil em relação à política de inclusão de pessoas com deficiência e os documentos publicados oficialmente sobre a política de inclusão na página do Ministério da Educação e Cultura – MEC. A partir dos fatos analisados chegamos à conclusão de que a inserção dessa discussão nas pautas e estrutura do governo fortalece o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão. E, diante do cenário recente de retrocessos, precisamos seguir juntos e fortes em defesa de uma sociedade para todos(as), sem nenhum direito a menos.
Esse artigo explicita o contexto do trabalho remoto emergencial (pandemia Covid-19) e o novo “desenho” delineado para o processo de ensino-aprendizagem. O referencial teórico contempla autores como Sperandio (2018), Silva (2010), Lévy (1999), Castells (1999), Moura (2006) e Santos (2006) para reflexões sobre cibercultura e seus dispositivos, desafios e conceitos, e Tardif (2002) sobre saberes e formação docente. Pesquisa de abordagem qualitativa, com assento na cartografia (DELEUZE; GUATARRI, 2011), constituída de narrativas das professoras-pesquisadoras-autoras, registros de diários de campo, planejamentos de aulas no âmbito do trabalho remoto, consulta a normativas, pareceres e portarias designando o ensino remoto nacional e da rede municipal de Fortaleza e informações advindas de duas outras pesquisas realizadas junto a professores(as) da educação básica, no âmbito de todo o país. As narrativas apontam para a emergência de novos saberes-fazeres, além dos desafios, considerando avanços, retrocessos e limites, dentre eles os fatores e dimensões que se tornam mais laboriosas, indicando doenças como cansaço extremo e infotoxidade. Os resultados evidenciam um processo inédito de reinvenção de saberes, em maior grau de intensidade, com apropriação de conhecimentos sobre recursos, produtos, plataformas streaming, etc. Quanto ao fazer pedagógico, vislumbramos precariedades que caracterizam o tipo de inclusão e letramento digital (subalterno, caudário e seletivo), baixas condições socioeconômicas das famílias, que repercutem em impossibilidades de acesso à internet e a equipamentos tecno-informacionais capazes de realizar produções colaborativas, em rede, com interatividade, interconectividade e hipertexto, dentre outras características alinhadas aos contextos da cibercultura.
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