A reflexão em foco problematiza, retrospectivamente, a construção e a reconstrução conceitual estabelecida entre espiritualidade, religião e mística, entendendo que esses conceitos fazem parte da estrutura da história da humanidade, relacionando, também, as compreensões e modos de perceber as pessoas com deficiência, assim como alguns aparatos legais e abordagens conceituais e estudos acadêmicos que contribuem para uma reflexão sobre os argumentos em defesa da inclusão de pessoas com deficiência no meio social e educacional. A pesquisa bibliográfica foi o caminho aqui adotado, trabalhando com diferentes áreas do saber, e a categoria de análise adotada para leitura e interpretação das informações foi a análise das práticas discursivas que perpassam os repertórios interpretativos utilizados em determinadas épocas e suas práticas sociais (SPINK, 1999; FOUCAULT, 1996). Após excursionar em torno dos recortes históricos e temporais das relações entre pessoas com deficiência e a espiritualidade na cultura judaico-cristã, posta em diálogo com a trajetória dos paradigmas sociais, pode-se perceber que encontra-se nítido os estigmas reportados à pessoa com deficiência apontando-a como pecadora ou impura, devendo ser punida/afastada do convívio social. O paradigma inclusivo, constructo da sociedade contemporânea, exige uma nova hermenêutica da Espiritualidade!