Resumo: O objetivo deste artigo é propor uma aproximação entre a perspectiva epistemológica decolonial e o campo teórico da internacionalização da educação superior, com base nos pressupostos de que 1. As desigualdades subjacentes às relações Norte-Sul também se manifestam no domínio da educação superior internacional e 2. A produção científica desse campo pode ser mais significativa e funcional aos países do Sul se consideradas suas raízes epistêmicas e condicionalidades históricas. Inicialmente, contextualiza-se a decolonialidade como postura epistemológica e tradição de pesquisa. Na sequência, abordam-se as contradições evidenciadas na educação superior internacional contemporânea. O estudo segue com o debate sobre a inserção da perspectiva decolonial nos estudos sobre internacionalização, tendo como referência o projeto intelectual de crítica/resistência dessa epistemologia em relação às tendências eurocentradas da modernidade, cuja manifestação mais influente na educação superior é a globalização em curso. Buscas sistemáticas nas bases Portal de Periódicos Capes e Scopus reforçam essa possibilidade de aproximação, pois revelam um debate científico internacional acerca das formas coloniais/neocoloniais presentes na educação superior e indicam
A crítica ao Ciência sem Fronteiras (CsF) - a maior estratégia governamental de internacionalização na história do ensino superior brasileiro - resultou no interesse em pesquisar as realizações desse programa. Este artigo aborda as contribuições que o CsF tem feito para solidificar a internacionalização nas universidades brasileiras. Para isso, analisa a lógica subjacente à concepção e implementação do programa, seus resultados e, particularmente, sua expansão no nível institucional. A investigação assumiu caráter qualitativo, de natureza exploratória, combinando recursos bibliográficos e documentais por meio da análise temática de conteúdo. Os resultados revelam que o CsF potencializou a exposição das universidades brasileiras no ambiente internacional; favoreceu a criação de parcerias e redes acadêmicas internacionais; influenciou na definição do modelo de internacionalização do Ensino Superior desejado pelo Governo brasileiro. Na medida em que contribuiu para uma curva de aprendizagem e influiu sobre a decisão de se avançar em um processo de internacionalização mais amplo e orgânico, ampliou as condições que criam um ambiente internacional no interior das universidades brasileiras.
Competências dos secretários executivos de uma universidade pública federal: uma análise a partir da perspectiva dos gestores ____________________________________________________________________
O objetivo deste artigo é analisar os desenvolvimentos recentes da internacionalização da educação superior brasileira, a partir nos principais programas governamentais direcionados ao fomento do processo no período de 2011 a 2018. Especificamente, três programas são abordados, com maior ênfase no terceiro: o “Ciência sem Fronteiras (CsF)”, vigente de 2011 a 2015; o “Idiomas sem Fronteiras (IsF)”, iniciado em 2012; e o “Programa Institucional de Internacionalização (Capes-PrInt)”, iniciado em 2018. O texto se desenvolve com base na combinação de recursos bibliográficos e documentais e se sustenta nos seguintes argumentos: 1. No Brasil, o entendimento da internacionalização da educação superior tem evoluído de um sinônimo de mobilidade acadêmica internacional, centrada nos indivíduos, para uma concepção mais abrangente do fenômeno, focada na transformação da instituição universitária; 2. A despeito dos novos direcionamentos, no período em evidência a internacionalização permanece majoritariamente atrelada aos interesses desenvolvimentistas do Estado; 3. Tais direcionamentos sinalizam que esse processo se consolida no país de forma hegemônica, em consonância com a perspectiva mundialmente dominante. Após a análise dos três programas, conclui-se o artigo com reflexões suscitadas pela perspectiva de internacionalização recentemente proposta pelo governo federal às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) por meio do ‘Future-se’, com destaque para três aspectos: o comprometimento da autonomia administrativa da universidade, a interferência de órgãos estranhos à vida acadêmica da instituição, e a pressão pelo autofinanciamento decorrente da diversificação das fontes de financiamento.
A internacionalização do currículo tem se destacado como componente essencial das agendas de internacionalização da educação superior, levando organizações governamentais e intergovernamentais a realçarem a necessidade de reformas curriculares condizentes com as demandas globais, que incorporem os conceitos de cidadania global e de competência intercultural como objetivos centrais desse processo.Diante do pressuposto de que a inserção dos países periféricos e semiperiféricos no contexto da educação superior internacional tende a assumir caráter predominantemente passivo, levando a um imaginário de reformas curriculares despreparadas para envolver os estudantes criticamente na complexidade do mundo globalizado, o objetivo deste trabalho é promover uma reflexão sobre a internacionalização do currículo no contexto do Sul-Global. Trata-se de um ensaio teórico, que, por meio dos conceitos de redução sociológica, de Alberto Guerreiro Ramos, e de epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, busca enfatizar as especificidades e as raízes epistêmicas dos contextos em que esses processos ocorrem. A interação entre a literatura sobre globalização, internacionalização da educação superior e internacionalização do currículo com os referidos conceitos permitiu apontar para a necessidade de que as políticas de internacionalização dos processos de ensino e aprendizagem do Sul-Global tenham como referência um procedimento crítico-assimilativo da experiência estrangeira, pautado em conhecimento prudente, válido, que enfatize a descolonização do saber e seja funcional e significativo à sua realidade, visto que o sentido de um objeto jamais se desliga de determinado contexto.
(Brasil). RESUMOO objetivo do presente estudo é apresentar o estado do conhecimento sobre a atuação do secretário executivo na gestão das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). A partir de critérios de revisão sistemática de literatura, desenvolve-se uma pesquisa bibliográfica em artigos de periódicos e trabalhos stricto sensu sobre o tema. A literatura abrangida pelo recorte da pesquisa, constituída de dez artigos e seis dissertações, permite inferir que o interesse teórico-empírico sobre a atuação do secretário executivo nas IFES articula-se em torno de questões que, juntas, fornecem uma visão panorâmica do tema: as motivações para o ingresso nesse contexto; a forma de inserção; o perfil e o panorama dos ocupantes do cargo; as condições de trabalho; as competências e as contribuições em unidades administrativas e acadêmicas. Embora os estudos analisados apontem para diversas dificuldades inerentes à gestão do cargo e induzam à conclusão de que muitos secretários executivos não são bem aproveitados pelas IFES, eles também permitem inferir que esses profissionais se destacam e são reconhecidos por sua produtividade, capacidade de interpretação de situações, intervenção e tomada de decisão, entre outros aspectos relevantes ao aperfeiçoamento da gestão universitária pública. PALAVRAS-CHAVE:Secretário executivo. Gestão universitária. Instituições Federais de Ensino Superior.
Tendo em vista o entendimento de que as questões relativas à pesquisa científica no secretariado executivo influenciam a gestão das organizações e, estão, direta e indiretamente, imbricadas nos panoramas histórico, cultural e sociológico que permeiam essa profissão, este ensaio tem o objetivo de apresentar um mapeamento da busca pela cientificidade no campo secretarial. Para tanto, consideram-se os embates vivenciados no território brasileiro, tanto no passado quanto no presente, em uma perspectiva profissional e acadêmica. Trata-se de um estudo teórico, desenvolvido com o suporte de pesquisas bibliográficas e documentais. Os resultados permitem evidenciar que a busca pela cientificidade nesse domínio tem sido uma constante e já produziu importantes legados, a despeito de sua recente estruturação formal. À medida que os campos profissional e científico do Secretariado se desenvolvem no País, eles também se tornam mais complexos e suscitam proposições acerca das perspectivas e dos desafios emergentes.
Um dos aspectos que reflete a importância da internacionalização da educação superior no contexto contemporâneo é criação de rankings acadêmicos globais e a inclusão de indicadores de internacionalização nessas ferramentas, que têm influenciado significativamente as políticas universitárias e governamentais. A despeito do prestigiado status adquirido pelos rankings, seus indicadores ainda refletem certa obscuridade e, nesse sentido, suscitam debates sobre sua capacidade de mensurar qualidade educacional. Diante desse cenário, o objetivo deste artigo é analisar os principais rankings acadêmicos internacionais e nacionais, com foco nos indicadores relacionados à internacionalização da educação superior. A pesquisa internacional, na forma de publicação, constitui-se como o indicador de internacionalização mais significativo para os rankings investigados, em parte devido a seu caráter quantitativo, que viabiliza a análise transnacional. Na ausência de análises qualitativas e contextualizadas, com indicadores e pesos adotados segundo justificações teóricas, os rankings acabam não contemplando a totalidade dos objetivos e missões que permeiam as universidades ao redor do mundo, e tampouco a complexidade inerente ao conceito de internacionalização da educação superior.
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