Este estudo estimou a prevalência de Transtorno Mental e Comportamental (TMC) em Policiais Militares em Licença para Tratamento de Saúde (LTS), da região metropolitana de Florianópolis/SC, casos notificados pela Junta Médica. Caracteriza-se como transversal descritivo, cuja variável dependente é o TMC, categorizado em sim e não. As variáveis exploratórias referem-se às características demográficas (sexo, faixa etária) e ocupacionais (tempo de serviço, batalhão de atuação, graduação/posto e hierarquia). As análises univariadas incluíram frequências relativas e absolutas, utilizando o teste do Qui-Quadrado, teste do qui-quadrado para tendência e o Fisher Exact. Para verificar a associação de TMC com as variáveis exploratórias, foram construídos modelos de regressão logística multivariada e hierárquica. Foram testadas as associações entre as variáveis dependentes e cada uma das variáveis independentes por meio do Teste do Qui-Quadrado de Pearson (χ2). Sexo e hierarquia entraram na modelagem. A análise verificou prevalência de TMC de 24% e fator de associação positiva com TMC e hierarquia. Os resultados demonstram alta prevalência de licença para tratamento de saúde por TMC e dados que sugerem estudos mais específicos para fundamentar estratégias de prevenção e enfrentamento ao TMC, buscando preservar e melhorar a saúde psicológica desta categoria profissional.
O novo Coronavírus (SARS-CoV-2) ofereceu aos setores científico, político e econômico uma diversidade de desafios. Um deles é a difusão espacial da doença, que apresenta padrão urbano-rodoviário considerando sua concentração e dispersão no território. O presente artigo amplia essa análise incorporando atividades e serviços prioritários, como os frigoríficos, enquanto mais um fator de difusão espacial da doença, especialmente em sua fase de interiorização no Brasil. A avaliação foi desenvolvida a partir de relações entre frigoríficos e a ocorrência da COVID-19 na Região Sul, analisadas a partir do conceito de territórios da degradação do trabalho e da dinâmica processual da saúde-doença e seus múltiplos determinantes. Os dados relativos à localização dos vínculos e empreendimentos em frigoríficos e os casos confirmados da doença por município foram submetidos a mapeamento utilizando modelos convencionais da cartografia temática e técnicas de geoestatística. Os resultados sugerem áreas críticas e potencialmente críticas, considerando a similaridade e a difusão espacial da doença no âmbito local e regional. Aponta também para a preocupação com a disseminação da doença em virtude dos movimentos pendulares de trabalhadores e trabalhadoras e aponta os frigoríficos como potenciais centros de difusão da COVID-19 nos estados da Região Sul. Em síntese, a relação capital-trabalho e o processo saúde-doença se apresentam como uma das faces das relações sociais de produção e relações assimétricas de poder na sociedade capitalista que colocam os agravos à saúde do/a trabalhador/a como tendência objetiva e não acidental, fortuita ou natural.
The aim of this study was to evaluate factors associated with reported work-related musculoskeletal symptoms among aircraft assembly workers. Population consisted of 552 (491 men/61 women) workers who performed tasks related to the work of aircraft assembly. Participants completed a comprehensive questionnaire, including socio-demographic information, habits/lifestyles, working conditions, and work organization. Workers also answered the Nordic Musculoskeletal Questionnaire to obtain data on musculoskeletal symptoms. Multivariate logistic regression was performed to analyze factors associated with musculoskeletal reported symptoms. Results showed that body regions with the highest prevalence of reported musculoskeletal symptoms were similar when referred the past twelve months and the past seven days. Significant factors associated with musculoskeletal symptoms included variables related to conflicts at work, sleep problems, mental fatigue, and lack of time for personal care and recovery. Working time in the industry was associated only with reports for the last seven days and regular physical activity off-work seems to be a positive factor in preventing musculoskeletal symptoms for the past twelve months. The results highlight the multi-factorial nature of the problem. Actions to prevent musculoskeletal diseases at the aircraft assembly work should consider multiple interventions that would promote better recovery between work shifts.
O paradoxo da pandemia da COVID-19 mostrou que mesmo em tempos informacionais, nunca se consumiu tantas informações falsas (popularmente conhecidas como Fake News). Inúmeros veículos de informações (imprensa, blogs pessoais, consórcios de empresas de comunicação, entre outros) buscaram criar mecanismos de controle, avaliação e checagem sobre a veracidade sobre as mais variadas informações, no entanto, estes esforços encontram uma árdua luta, sobretudo no que tange aquelas relativas à Covid-19. Deste contexto, apresenta-se neste relato de experiência um conjunto de ações desenvolvidas pelo Projeto CoronaGis, sobretudo, as que são relativas à análise epidemiológica e cartográfica da Covid-19 em Santa Catarina e seus impactos associados. O objetivo do relato é compartilhar os resultados das atividades de difusão do conhecimento do projeto, o canal Corongis Soluções Cartográficas na plataforma Youtube, e com isso debater e problematizar o caráter central dos fundamentos científicos para análise da doença.
Resumo Objetivo: analisar a tendência temporal da mortalidade por acidentes de trabalho (AT) no Brasil de 2006 a 2015 e investigar desigualdades segundo sexo, raça/cor da pele, faixa etária, escolaridade e macrorregiões. Métodos: estudo ecológico de tendência temporal, com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizaram-se regressões de Poisson. Resultados: as taxas anuais médias (TAM) de mortalidade por acidente de trabalho mantiveram-se relativamente estáveis no período (variação anual de até 5%), mas alguns grupos e regiões apresentaram tendência de aumento. Mulheres acima de 60 anos da região Centro-Oeste (TAM: 1,21-IC95%: 1,03-1,42) e os trabalhadores pardos de todas as regiões (TAM: 1,03 IC95%: 1,02-1,04) apresentaram aumento significativo na mortalidade. Em 2015, a mortalidade por AT na região Nordeste foi 88% maior entre os pardos (2,45/100 mil) do que entre os brancos (1,30/100 mil), e no Brasil, a mortalidade de trabalhadores com menos de oito anos de estudo foi 15 vezes superior à daqueles com 12 anos de estudo ou mais (4,74/100 mil vs. 0,31/100 mil). Conclusões: embora estável, a taxa de mortalidade por AT no Brasil é elevada, se comparada à dos países de alta renda. Alguns grupos populacionais (homens, pretos, pardos, índios, pessoas com baixa escolaridade) e regiões do país (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) apresentam taxas ainda mais elevadas.
RESUMO O fenômeno do desastre causa sérios impactos à população que está direta ou indiretamente envolvida. Este estudo teve como objetivo compreender a atenção psicossocial às pessoas em situação de desastre no município de Blumenau na ótica dos trabalhadores envolvidos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória, descritiva, realizada no contexto de um município com recorrentes desastres naturais que marcam a história da população. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas com trabalhadores do setor saúde, defesa civil e corpo de bombeiros, selecionados pela técnica Bola de Neve. Os dados foram analisados pelo método de análise de conteúdo. Como resultado, descrevem-se três unidades de análise: Evento inesperado com a população desprevenida; Aumento do número de pessoas em sofrimento psíquico e agravo dos casos já em tratamento; Estratégias atuais do município, discutindo-se os conceitos de crise, trauma e síndrome disruptiva como efeitos à saúde mental nos desastres. Conclui-se que a atenção psicossocial na situação de desastre precisa ir além, deve estar mais atuante na prevenção, durante e no pós-desastre, garantindo o cuidado integral a todas as pessoas envolvidas.
RESUMO: Objetivo: Estimar a incidência e a tendência temporal dos acidentes de trabalho típicos na indústria têxtil e de confecção de Santa Catarina no período de 2008 a 2017. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo baseado nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). A tendência temporal foi analisada por meio do cálculo da mudança média anual e da regressão logística. Resultados: Houve tendência de queda na incidência de acidentes de trabalho em Santa Catarina no período estudado (8,8%). Observaram-se as maiores taxas de acidentes no ano de 2008 entre homens (12,6%), trabalhadores com faixa de idade entre 40 e 49 anos (6,7%), negros (7,4%), pessoas com menos de 12 anos de estudo (5,0%), com remuneração média de 3 a 7 salários mínimos (7,0%), com até quatro anos de tempo de emprego (6,9%), trabalhadores da fabricação de produtos têxteis (10,3%), estabelecimentos de médio porte (100 a 499 trabalhadores) (7,9%) e nas regiões da Grande Florianópolis (7,0%) e Vale do Itajaí (6,8%). Conclusões: O risco de acidente de trabalho típico caiu significativamente ao longo do período. Contudo futuros estudos são necessários para analisar novas relações que possam apontar outros fatores associados. Espera-se que este estudo possa contribuir para subsidiar ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde dos trabalhadores desse setor produtivo.
<p class="ResumoAbstract">The heart rate variability (HRV) and surface electromyography (sEMG) are important tools in the evaluation of cardiac autonomic system and neuromuscular parameters, respectively. The aim of the study was to evaluate the behavior of HRV and sEMG of the vastus lateralis in two exercise protocols on a cycle ergometer at 60 and 80 rpm. Eight healthy men cyclists who have trained for at least two years were evaluated. Reduction was observed followed by stabilization of RMSSD and SDNN indices of HRV (p<0.05) along with increases in the amplitude of the sEMG signal (p<0.05) in both protocols. Significant correlations were observed between the responses of HRV and sEMG in the cadence of 60 rpm (RMSSD and sEMG: r = -0.42, p=0.03; SDNN and sEMG: r = -0.45, p=0.01) and 80 rpm (RMSSD and sEMG: r = -0.47, p=0.02; SDNN and sEMG: r = -0.49, p=0.01), yet no difference was observed for these variables between the two protocols. We concluded that the parasympathetic cardiac responses and sEMG are independent of cadences applied at the same power output.</p>
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