RESUMO: Esse artigo aborda a violência na sociedade capitalista e na escola, permitindo uma discussão sobre como ela é veiculada pelos meios de comunicação e pela maneira como os professores a enfrentam. Enfoca a necessidade da comunicação e aponta as dificuldades vivenciadas na construção do indivíduo, do aluno em particular, quando a escola e o professor não possuem clareza da importância da comunicação como forma de simbolização e representação que, em muitos casos, permitem que os atos violentos possam ser substituídos pela palavra. A escola é um lugar privilegiado para a palavra e denúncia de um problema social. Ao se desejar eliminar a violência, acaba-se por naturalizá-la, através das banalizações sofridas pelos meios de comunicação e de um Estado que legitima e violenta seus cidadãos em seus direitos básicos. PALAVRAS-CHAVE: violência; agressão; sociedade; escola; meios de comunicação. VIOLENCE, SOCIETY AND SCHOOL: FROM REFUSING TO DIALOGUE TO THE FAILURE OF WORDSABSTRACT: This article addresses violence in capitalist society and in school, discussing on how it's published on the media and how teachers deal with it. Considering the students at matter, this paper focuses on the need of communication and the difficulties lived by these developing individuals, in a situation where the school and the teacher don't possess clarity of the importance of communication as a form of symbolization and representation. In many cases, they allow violent actions to be substituted by words. School environment is a privileged place for words and revealing social problems. With the desire to eliminate violence, the media and the State end up naturalizing it, by impinging violence as something trivial and legitimizing violence while violating its citizen's basic rights, respectively. KEYWORDS: violence; aggression; society; school; media.A construção da subjetividade humana e a vivência do homem em sociedade permitem desvelar algumas hipó-teses sobre a questão da violência, considerando-a não um produto exclusivo da sociedade contemporânea, mas algo que atualmente vem se asseverando, possuindo um caráter mais brutal diante de nossas vidas. O modo como esse fenômeno se expressa atualmente, aponta para a constatação da ausência da palavra, ausência do diálogo e de uma visão crítica, seja por parte de quem assiste ou de quem vivencia a violência. A escola, a família e os meios de comunicação teriam função extremamente importante na abertura deste diálogo, mas à medida que as duas primeiras se calam e os meios de comunicação não param de falar de maneira sensacionalista, a cultura da revolta diante do que choca, do que deveria espantar, transforma-se em cultura do show e do entretenimento. Deste modo, fazem padecer a palavra cuja função é interpelar e procurar respostas e soluções para um fenômeno que fragiliza as tentativas de uma efetiva democratização do país, em que os direitos civis básicos não são assegurados, de forma a violentar o sujeito na tentativa de construir-se como cidadão.Ao invés do questionamento e da interro...
O presente artigo aborda as aproximações do teatro do oprimido na modalidade do arco-íris do desejo, método de terapia e teatro criado por Augusto Boal com a Psicologia, em especial com o psicodrama. O teatro do oprimido é frequentemente comparado e até mesmo confundido com o psicodrama, daí a necessidade de apontarmos algumas semelhanças e diferenças entre os dois métodos, as teorias que inspiraram seus criadores, bem como os objetivos que procuravam alcançar. Procuraremos problematizar o uso das técnicas do arco-íris do desejo considerando a função e a preparação do curinga para aplicá-las, seu manejo, bem como o lugar de autoridade que lhe é conferido. As técnicas boalianas devem ser utilizadas com o devido cuidado, pois é necessário não perder de vista as possíveis consequências que o seu uso indevido pode provocar nos participantes, posto que são técnicas mobilizadoras de fortes conteúdos emocionais.
Este artigo teve como objetivo fomentar discussões sobre a violência contra as mulheres dentro de uma relação amorosa heterossexual, bem como conhecer discursos sobre gênero, violência, poder, feminilidades e masculinidades dos seguintes grupos de algumas cidades do interior paulista: catadoras e catadores de material reciclável, alunas e alunos de um programa de alfabetização e de um curso profissionalizante e, por fim, profissionais da saúde. A trajetória metodológica empregada também pretendeu inaugurar um novo dispositivo de investigação e intervenção social dentro da Psicologia: o teatro fórum. Foram construídas cenas que mostravam uma protagonista em situação de violência e pediu-se para que as pessoas subissem ao palco e a auxiliassem a resolver aquele impasse. Foram realizadas cinco apresentações para grupos de 10 a 50 participantes entre mulheres e homens. Durante o fórum, surgiram três tipos de discursos que foram nomeados como discursos reguladores, contradiscursos e discursos jurídicos e que mostravam os posicionamentos assumidos pelos(as) falantes na ordem discursiva. Estes foram analisados por meio da análise foucaultiana do discurso. Além disso, foi possível realizar experimentações que tomaram o método do teatro fórum como dispositivo estético e político capaz de produzir debates, questionar regimes de verdade e emancipar sujeitas e sujeitos envolvidos (as).
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que utilizou o Teatro do(a) Oprimido(a), na modalidade do Teatro Fórum, para promover discussões e reflexões sobre a violência contra a mulher, através de um esquete sobre o tema apresentado para um grupo de catadoras(es) de material reciclável de duas cidades do interior paulista. No Teatro Fórum, os(as) espectadores(as) transformam-se em espectatores/atrizes e, pela via da ação, ajudam a encontrar uma solução para o conflito encenado. Os resultados da pesquisa sugerem que o Teatro do(a) Oprimido(a) possa ser usado como uma importante ferramenta metodológica de pesquisa. No campo específico da Psicologia, esse dispositivo teatral aparece como um instrumento alternativo para trabalhar com pesquisas participativas que envolvem diversas temáticas e questões da coletividade e que produzem rupturas em práticas e discursos hegemônicos.
Neste artigo discorro sobre a importância de se criar metodologias alternativas para trabalhar com a violência contra as mulheres dentro do campo da psicologia. Produções artísticas como a literatura, o teatro, a contação de histórias, entre outras, possibilitam o questionamento de identidades fixas e binárias na regulação de gênero e podem permitir a reconstrução de normas identitárias por meio de enunciados e gestos inéditos, ensejadores de novos mapas que abarquem as diferenças e refutem as normalizações. Trago a possibilidade de pensar a inserção do/a psicólogo/a nesse debate, amparada em dispositivos artísticos como estratégias de resistência e construção de subjetividades dissidentes, e exemplifico essa narrativa trazendo a estória de Branca e José Pássaro Volante, personagens da obra de Lídia Jorge em "O dia dos prodígios".
Resumo: Neste artigo, convidamos você a pensar fora das caixas coloniais da escrita acadêmica a partir da experiência de uma viagem de trem. Em seus vagões, estamos nós, autoras desta narrativa: duas mulheres negras e uma branca. Nosso propósito é produzir uma política de aliança entre mulheres no combate ao racismo. Embora se trate de um falatório, a protagonista desta história é a primeira autora e é em sua cabine que se desenrola esta contraescrita gestada no coração do Sul global. É por meio de seu trabalho de memória que discorremos sobre as exclusões que atravessam os corpos de meninas negras durante seus processos de escolarização. Resulta dessa lição a constatação da produção de fileiras de meninas de pedra, apartadas do ensino formal. Aqui, nosso pensamento se ancora em teorizações feministas e, a cada estação, reescrevemos a história oficial, registramos as lutas e construímos um futuro em comum.
Resumo Partimos da reflexão acerca das políticas públicas de Assistência Social e como as interfaces raça, racismo e branquitude emergem na produção de conhecimento. Inspiradas na ideia de pluriversalidade questionamos o universo conceitual branco, trazendo como reflexão as produções em Psicologia que se centram em um ideário eurocêntrico, masculinista e heterocentrado. Apresentamos uma discussão sobre o tema da raça e racismo, pensando como estes se articulam tanto na constituição e implementação das políticas públicas, quanto na sua precarização. Para finalizar, afirmamos a necessidade de descolonizar a produção em Psicologia Social, colocar a branquitude em jogo, dissolver a ideia de sujeito universal e assumir a necessidade de pensarmos e publicarmos a partir de uma perspectiva polirracional. Acreditamos que as políticas de produção de saberes e fazeres em Psicologia devem estar atentas à geopolítica do conhecimento, dialogando com diversidades epistêmicas espalhadas em distintas regiões do planeta, sobretudo aquelas do Sul Global.
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