Resumo Sucessivas ondas de pandemias podem impactar a saúde mental dos profissionais da saúde. Nesse sentido, este estudo objetivou apresentar evidências científicas sobre fatores associados ao impacto ocupacional e psicológico provocado por elas sobre os profissionais da saúde. Após realizada uma revisão integrativa da literatura com buscas em cinco bases de dados, nove artigos foram incluídos neste estudo. O principal impacto explorado nos artigos é que as situações de pandemias guardam relação com quadros de estresse, ansiedade, insônia e sintomatologia depressiva nos profissionais que estão na linha de frente do cuidado. As condições de trabalho e as próprias características dos sucessivos fluxos globais de pandemias revelam desafios de pesquisas de ordem conceitual e empírica. Novos processos institucionais são necessários para otimizar benefícios em termos de saúde mental e prover o enfrentamento das situações-problema. Aprender com as ondas anteriores de pandemias é um passo importante na definição de uma agenda para futuras pesquisas.
RESUMO -Este estudo teve por objetivo analisar a qualidade de vida de pacientes que sobreviveram ao transplante de medula óssea (TMO). Realizou-se uma avaliação longitudinal que contemplou três períodos: Pré-TMO, pós-TMO imediato e pós-TMO tardio. A amostra inicial foi composta por 17 pacientes, 10 avaliados nos três momentos. Os instrumentos aplicados foram: Questionário MOS SF-36 e FACT-BMT. Os resultados evidenciaram que, no momento da saída da enfermaria, houve uma depreciação significativa da qualidade de vida dos pacientes, em especial em seus aspectos sociais e físicos. No entanto, constatou-se uma recuperação desses aspectos e melhora de outros, como capacidade funcional, no pós-TMO tardio. Não foram observadas diferenças significativas entre os valores obtidos na fase anterior ao transplante e um ano após o mesmo.Palavras-chave: transplante de medula óssea; qualidade de vida; funcionalidade. Keywords: bone marrow transplantation; quality of life; functionality. O transplante de medula óssea (TMO) vem se constituindo como alternativa terapêutica eficaz quando os tratamentos convencionais não oferecem bom prognóstico para muitos casos de neoplasias sólidas e hematológicas, tais como leucemias e linfomas, além de doenças genéticas e imunológicas (Guimarães, Santos & Oliveira, 2008). Quality of Life in Bone MarrowDe acordo com Pasquini (2001), as doenças hematológicas se expressam, em grande parte, por alterações no sangue periférico circulante e acometimento da medula óssea, que é o local de produção das células sanguíneas. O TMO tem por princípio básico destruir a medula doente e transferir células progenitoras normais para o indivíduo acometido por alguma das doenças anteriormente mencionadas. O propósito dessa terapia celular é reconstituir os sistemas hematopoético e imunológico. O novo enxerto passará a assumir a produção das células sanguíneas e participará na destruição citotóxica de células doentes remanescentes do receptor. Com o sucesso do transplante, a hematopoese torna-se subordinada ao novo enxerto e não mais à medula óssea doente.O TMO é composto pelas seguintes fases: (1) Pré-transplante -período no qual o paciente recebe acompanhamento ambulatorial até a internação; (2) TMO propriamente ditoinicia-se com a hospitalização integral, seguida da quimioterapia e/ou radioterapia, aspiração, processamento e infusão da medula óssea, até a alta hospitalar; e (3) Pós-TMO -inicia-se após a alta e subdivide-se em dois momentos: imediato, até 100 dias da infusão da medula, e tardio, a partir desse marco (Ortega, Lima, Veran, Kojo & Neves, 2004).O percurso do paciente com indicação para TMO geralmente é acidentado, visto que já sofreu anteriormente o impacto do diagnóstico de uma doença potencialmente fatal, que funciona como um desencadeador de vivências de ansiedade, medo de perdas, incerteza quanto ao futuro e, por vezes, desespero (Kóvacs, 1998;Salander, 2002), o que interfere sensivelmente na qualidade de vida (QV) do indivíduo e de seus familiares.
Resumo Ainda que a articulação entre corpo, saúde e contexto político-econômico seja extremamente complexa e mediada por processos heterogêneos, é possível problematizar o discurso produzido pela mídia sobre corpo e saúde. Este estudo teve por objetivo apresentar algumas reflexões sobre os discursos e práticas contemporâneos acerca da saúde, com enfoque nos aspectos corporais e na relação entre estética corporal e bem-estar do indivíduo. A linha argumentativa desenvolvida preconiza que, na rede discursiva que se propaga pelas grandes mídias, cria-se uma concepção de saúde intimamente atrelada ao mercado de consumo. Neste ensaio, alguns discursos midiáticos sobre saúde são analisados, tendo em vista compreender aspectos do mercado simbólico que se organiza calcado nos signos-saúde. A construção do “corpo saudável” é tematizada e problematizada por meio do percurso teórico empreendido. No novo ideal apolíneo emergente na contemporaneidade, o corpo é um objeto moldável a ser cultivado por meio de dietas e hábitos alimentares espartanos, educado em sessões exaustivas de exercícios físicos, modelado por substâncias anabolizantes, corrigido por cirurgias plásticas com finalidade estética e regulado por padrões socioculturais que almejam alcançar a imortalidade mascarada no mito da eterna juventude. Para aprimorar os cuidados em saúde, os profissionais devem compreender as transformações que incidem na imagem do corpo que tem sido valorizada na era contemporânea.
Resumo Os cursos de Educação para a Morte têm sido propostos como uma tentativa de preencher uma lacuna importante da formação acadêmica na área da saúde, trazendo à tona temas que, frequentemente, são negligenciados no ensino, como o processo de morrer, atitudes frente à morte, cuidados paliativos, luto do profissional, dentre outros. Esses cursos necessitam ter objetivos claramente definidos, configurando uma proposta pedagógica que busca introduzir uma postura humanista e humanizada em cursos fortemente tecnicistas. O objetivo deste estudo é descrever uma experiência de implementação do Grupo de Educação para a Morte e conhecer a percepção dos participantes sobre essa experiência. Participaram do estudo oito alunas do último ano de um curso da área de saúde de uma universidade pública, com idades entre 22 e 24 anos. Foi aplicado um questionário autopreenchido, em dois momentos: pré e pós-intervenção. As respostas às questões abertas foram submetidas à análise de conteúdo temática. Constatou-se a importância do grupo como instrumento de aquisição de conhecimentos sobre o manejo de situações de terminalidade, espaço de ressignificação da morte e do morrer, reflexão sobre atitudes, condutas e papel profissional, e mudanças nos sentimentos despertados pelo cuidado de pacientes em estado crítico de saúde.
This study aimed to characterize the sociodemographic profile of sibling bone marrow donors and to describe how they perceive the donation. This was a descriptive, exploratory and longitudinal study. Participants were 20 related bone marrow donors, between 18 and 42 years of age (mean=30.5 years, sd=7.47). Interviews were held before and immediately after the donation. Sociodemographic data were subject to descriptive statistical analysis and qualitative data to categorical content analysis. In the interviews held before the donation, stressor events were the sibling's disease and treatment and the responsibility of being the donors. During the interviews after the donation, the following were mentioned: anxiety on the day before and on the day of the donation, pain the following day, and acknowledgement of the health team's support as a facilitator of the donation process. In view of the findings, it is important for the team to outline intervention strategies to meet to the donors' specific needs.Descriptors: Tissue Donors; Family; Bone Marrow Transplantation; Mental Health. 1 Paper extracted from Master's Thesis "Repercussões psicológicas da doação da medula óssea no doador relacionado", presented to Donación de médula ósea en la perspectiva de hermanos donadoresEste estudio objetivó caracterizar el perfil socio demográfico y describir la percepción, de hermanos donadores de médula ósea, acerca de la donación. Se trata de estudio descriptivo, exploratorio y con recorte longitudinal. Participaron 20 donadoresrelacionados de médula ósea, con edades entre 18 y 42 años (promedio=30,5 años, de=7,47). Fueron utilizadas entrevistas, aplicadas antes e inmediatamente después de la donación. Fue realizado un análisis estadístico descriptivo de los datos socio demográficos y análisis de contenido categorial de los datos cualitativos. En las entrevistas antes de la donación aparecieron como eventos causantes de estrés: el enfermarse, el tratamiento del hermano y la responsabilidad de ser los donadores. En el período posterior a la donación fue relatada ansiedad (en la víspera y en el día de la donación), dolor en el día siguiente, y reconocimiento del apoyo del equipo como elemento facilitador del proceso de donación. Frente a lo encontrado, se recomienda que el equipo planifique estrategias de intervención que permitan atender las necesidades específicas de los donadores.Descriptores: Donadores de Tejido; Família; Trasplante de Medula Ósea; Salud Mental. IntroductionBone Marrow Transplantation (BMT) is becoming an effective alternative treatment for potentially fatal illnesses (1) , the diagnoses of which generate psychological impact for the patient and their family unit (2) . Families who are confronted with this challenge are generally faced with the disruption of quotidian life, as it was prior to diagnosis. Coupled with this grief, the families are forced to face the destruction of the family myth that the fatal diseases only happen to others (3) .The diagnosis introduces a moment of crisis, to the extent that a n...
Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas alogênico, comparando as fases pré-transplante de células-tronco hematopoéticas, o momento do isolamento protetor na Enfermaria e o pós-transplante de células-tronco hematopoéticas imediato. A amostra foi composta por sete pacientes (quatro homens e três mulheres) submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas no primeiro semestre de 2008. Na coleta de dados foi utilizado o Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida (SF-36), aplicado individualmente em situação face a face. A comparação das médias obtidas nas fases pré-transplante de células-tronco hematopoéticas e Enfermaria evidenciou diferença estatisticamente significante nos domínios Capacidade Funcional (p=0,022) e Dor (p=0,036). Comparando-se as etapas da Enfermaria e do pós-transplante de células-tronco hematopoéticas, evidenciou-se diferença significativa no Estado Geral de Saúde (p=0,036). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre as variáveis no pré e pós-transplante de células-tronco hematopoéticas. Desse modo, comparando-se as três etapas do transplante foi possível verificar que houve depreciação da qualidade de vida durante o isolamento protetor na Enfermaria, seguida de recuperação dos aspectos mensurados.
Este estudo teve por objetivo examinar a trajetória histórica do posicionamento oficial do Conselho Federal de Medicina (CFM) acerca dos procedimentos médicos associados às demandas do Processo Transexualizador (PrTr). Como objetivo específico, discutir as implicações das normatizações existentes, que regulam as intervenções médicas no campo da transgenitalização, para que se possa repensar a formação médica e de outros profissionais de saúde. O método utilizado consiste na análise documental, realizada a partir do banco de dados de pareceres, resoluções, notas técnicas, despachos e recomendações do CFM, com foco nos documentos oficiais de domínio público, que abordam o posicionamento dessa entidade representativa da classe médica em relação à realização de cirurgias de transgenitalização e prescrição da hormonioterapia para pessoas trans. Por meio dessa análise foi possível traçar, retrospectivamente, a evolução desse posicionamento e identificar quais foram os prováveis fatores que desencadearam progressivas mudanças da posição oficial assumida pelo CFM em relação à legalidade e aos aspectos éticos envolvidos nessas intervenções.
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