Este artigo apresenta resultados da pesquisa intitulada O currículo e suas implicações nas relações sociais de gênero entre estudantes do ensino fundamental . Trata-se de um artigo original, derivado da investigação que objetivou compreender as implicações do currículo escolar na construção das relações de gênero entre estudantes do ensino fundamental. A pesquisa se insere no campo dos estudos culturais em razão da centralidade que a cultura assume nesse campo teórico e dos nexos que estabelece com os estudos curriculares e de gênero. Está ancorada nos pressupostos pós-estruturalistas e na teorização pós-crítica do currículo que possibilitam compreender o trato dado às diferenças culturais de gênero no currículo escolar. O campo empírico da investigação foi uma rede municipal de ensino de uma capital do Nordeste brasileiro, em que foram analisadas as práticas curriculares vivenciadas no cotidiano da escola. Os dados coletados por meio de entrevistas com estudantes foram examinados com base na análise temática, derivada da análise de conteúdo (Bardin, 1977). Os resultados apontam que silenciamento e opacidade marcam as práticas curriculares pela naturalização das tensões entre gêneros, supostamente trazidas de fora da escola. Assim, ao invés da natureza, a cultura parece passar a ser o destino, tornou-se imutável. Com isso, nega-se à cultura a condição de produção humana, de território de lutas, disputas e conquistas, em permanente processo de (re)criação.
ResumoPor que persiste o efetivo exercício de não habilitados ao magistério? A feminização do professorado da educação básica pesa na manutenção desse quadro? Que outros aspectos da história do professor no Brasil constituem fatores intervenientes na compreensão de tal quadro? O desprestígio social da educação e da educação básica, em especial, participa? De que modo? O artigo buscará responder a tais questões. Situará de início, a relação entre profissão e formação, tomando a segunda como condição da primeira. Assinalará algumas perspectivas teóricas do conceito de profissionalização e sua contribuição para a análise do trabalho docente. Remontará a constituição histórica do trabalho docente, explicitando as origens da formação e da formação em nível superior. Por fim, será abordada a feminização/femilização, outro atributo do trabalho docente no Brasil. Palavras-chave: Formação de professores; profissionalização; feminização.
QUESTIONS ABOUT TEACHER EDUCATION: PROFESSIONALIZATION, EDUCATION AND FEMINIZATION/FEMILIZAÇÃO AbstractWhy does persist the effective activity of not enabled mastership? The feminization of teaching of basic education weighs in maintaining this situation? What other aspects of teacher history in Brazil are intervening factors in the comprehension of such a framework? The social prestige of education and basic education in particular is involved? How? The paper will seek to answer such questions. It will situate at the beginning, the relationship between occupation and education, taking the latter as the first condition. Mark some theoretical perspectives of the concept of professionalism and its contribution to the analysis of teaching. Remount the historical constitution of teaching, explaining the origins of training and education at the college level. Finally, will be addressed the feminization/ femilization, another attribute of teaching in Brazil.
Jogos no Ciclo de Alfabetização: ludicidade, movimento e imaginação na alfabetização do olhar aborda conhecimentos referentes às aprendizagens desenvolvidas no Ciclo de Alfabetização – forma de organização do ensino fundamental correspondente aos seus três primeiros anos, e que envolve crianças de seis a oito anos. No Ciclo de Alfabetização, ludicidade, movimento e imaginação constituem importantes elementos para o equilíbrio emocional, afetivo e social das crianças, sendo inerentes às suas vivências cotidianas e necessários às práticas de professores e professoras. O livro apresenta, capítulo a capítulo, elementos teórico-metodológicos relacionados ao ensino dos conhecimentos históricos, matemáticos e artísticos, visando contribuir com práticas docentes que busquem, no caminho da interdisciplinaridade e da adoção de várias linguagens, possibilidades de alfabetização do olhar e de ampliação da leitura de mundo das crianças. Sob os vários textos, um mesmo intuito geral: refletir sobre a relevância da ludicidade, do movimento e da imaginação, presentes no jogo, como forma de alfabetização do olhar, desde o Ciclo de Alfabetização.
Esta pesquisa versa sobre as relações entre gênero e educação, nomeadamente sobre gênero e currículo, objetivando compreender o lugar ocupado pelas relações sociais de gênero na teorização curricular. Trata-se de uma investigação teórica que buscou apoio em três diferentes fases formadoras do campo de estudos sobre o currículo e do campo dos estudos de gênero. A pesquisa toma como objeto de análise os pressupostos da teorização curricular – tradicional, crítica e pós-crítica – em seus contextos de emergência e desenvolvimento, com vistas a identificar distanciamentos e aproximações entre currículo e gênero nesses estudos. Os resultados revelam que, embora o currículo escolar tenha sido desde sempre atravessado por relações entre os gêneros, tais relações estiveram ausentes da teorização tradicional ou não crítica em razão de sua vinculação ao paradigma da racionalidade técnico-científica e à consequente tese da neutralidade e objetividade do currículo. Estiveram ausentes também da fase inicial da teorização crítica, por sua centralidade na categoria classe social. Inserem-se no discurso curricular na segunda fase dessa teorização a partir do entendimento de que a cultura, como elemento constituído e constituinte de diferenças, também institui desigualdades, entre as quais se incluem as desigualdades de gênero. Assim, a teorização crítica, por meio da corrente da resistência, anuncia o atravessamento do currículo pelas diferenças de gênero e etnia, entre outras, aproximando-se da perspectiva multiculturalista. A teorização pós-crítica, ao atribuir centralidade à linguagem, aponta novas formas de olhar as relações entre gênero e educação, mais especificamente entre gênero e currículo.
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