Na trajetória escolar das pessoas, vários fatores podem influenciar seu sucesso, entre os quais se destacam aqueles relacionados ao ambiente familiar e a disponibilidade e qualidade da infra-estrutura da escola e seus professores. No Brasil, a maioria dos trabalhos demonstra a grande importância da família na educação de seus filhos, indicando a forte estratificação educacional. Porém, resta saber como a qualidade da escola e dos seus docentes pode diminuir essa estratificação. Esse artigo busca investigar os determinantes do resultado educacional nos níveis de ensino fundamental e médio no Brasil, considerando fatores relacionados ao background familiar e a estrutura escolar dos municípios. Essa análise é importante por examinar quais fatores do perfil escolar dos municípios podem diminuir a importância do ambiente familiar, no sentido de reduzir a estratificação educacional, ou seja, a relação entre a trajetória escolar do indivíduo e sua origem social.Palavras-chave: Educação. Estratificação educacional.* Superintendente de informações educacionais da Secretaria do Estado da Educação de Minas Gerais. ** Professor titular do curso de Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional -Cedeplar/UFMG. IntroduçãoNa trajetória escolar das pessoas, vários fatores podem influenciar seu sucesso, entre os quais se destacam aqueles relacionados ao ambiente familiar e a disponibilidade e qualidade da infra-estrutura da escola e seus professores.O impacto da família refere-se, principalmente, à sua influência sobre a demanda educacional. De acordo com Silva e Hasenbalg (2001), existem três dimensões importantes com relação à estrutura familiar que afetam o desempenho do aluno na escola: o capital econômico, ou seja, os recursos financeiros disponíveis para os gastos educacionais dos filhos; o capital cultural da família ou recursos educacionais, que podem propiciar um ambiente mais adequado ao aprendizado; e a estrutura dos arranjos familiares, que pode facilitar ou prejudicar a ação dos indivíduos dentro da estrutura social.Já os fatores escolares estão relacionados à oferta escolar, em termos tanto da sua disponibilidade quanto da sua qualidade, e seus efeitos seriam de minimizar o impacto da família no resultado educacional do indivíduo.O debate sobre o impacto da família e da escola no resultado educacional já está bem adiantado nos países desenvolvidos, mas longe de se chegar a um consenso. Um dos primeiros estudos a abordar essa questão foi o Relatório de Coleman (CO-LEMAN et al., 1966) Background familiar versus perfi l escolar do município Riani, J.L.R. e Rios-Neto, E.L.G. familiar são mais importantes do que os escolares na determinação do desempenho educacional da criança. Esse trabalho deu subsídio a vários outros que estenderam a análise para outros indicadores educacionais (HANUSHEK, 1998(HANUSHEK, e 2002 KRUEGER, 1998 KRUEGER, e 2000BARRO, 1997). Esses estudos tanto confirmaram os achados de Coleman como discordaram. Grande parte da controvérsia é devida à utilização de diferentes metodolog...
We gratefully acknowledge financial support from the John D. and Catherine T. MacArthur Foundation, the William and Flora Hewlett Foundation, and the Population Reference Bureau. Viviana Salinas and Eunice Vargas played an important role in the discussions that led up to this analysis, Starling Pullum helped set up our databases, and helpful comments were received from David Weil and participants at several conferences and universities. The views expressed herein are those of the author(s) and do not necessarily reflect the views of the National Bureau of Economic Research.
É consenso na literatura de avaliação educacional que o nível socioeconômico dos alunos é o fator mais importante para explicar, em determinado ponto no tempo, as variações nos resultados escolares dos alunos avaliados pelo IntroduçãoEstudos quantitativos com foco na avaliação da educação escolar acumulam, há muitos anos, evidências que comprovam a importância das origens sociais no processo de construção do sucesso escolar de crianças e jovens. Nos Estados Unidos, pesquisas sobre avaliação da educação escolar têm sido realizadas desde o início do século XX (TEDDLIE;STrINGFIELD, 2007; MADAUS et al., 2008). Entretanto, a consolidação de uma linha de pesquisa quantitativa focada na avaliação da relação entre os atributos escolares e o desenvolvimento das habilidades cognitivas dos estudantes ocorreu apenas após a publicação do conhecido relatório Coleman, em 1966(BOGOTCH et al., 2007TEDDLIE;STrINGFIELD, 2007;CrEEMErS, 2007;BrOOKE; SOArES, 2008).
O principal objetivo deste artigo é determinar em que medida o Plano Estadual de Qualificação Profissional (PEQ) em Minas Gerais tem servido como instrumento efetivo para a redução do nível e da duração do desemprego dos seus participantes. A análise se baseia no estudo experimental de uma amostra de egressos do treinamento na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que constitui o grupo de tratamento, incorporando informações sobre a evolução de um grupo de controle, desde dezembro de 1996 até dezembro de 2000, em um banco de dados longitudinais com painéis retrospectivos de informações mensais, que permite a avaliação da duração do impacto do treinamento sobre o desemprego, que tende a ser cumulativo. Foram utilizados métodos de análise de sobrevivência não paramétricos, paramétricos e semi-paramétricos. Os resultados apontam que o impacto foi positivo para o total da amostra, reduzindo o número e a duração dos episódios de desemprego. No entanto, os efeitos variam com o grau de desfavorecimento no mercado de trabalho, definido pela condição de desemprego no momento do treinamento. Os impactos estimados foram melhores para os que não enfrentavam esta barreira no mercado de trabalho. * Afiliação: CEDEPLAR/UFMG. Endereço: Rua Curitiba, 832 -sala 717. 30315-430, Belo Horizonte, MG. Fone:
The impacts of shifts in the age distribution of the working-age population have been studied in relation to the effect of the baby boom generation on the earnings of different cohorts in the U.S. However, this topic has received little attention in the context of the countries of Asia and Latin America, which are now experiencing substantial shifts in their age-education distributions. In this analysis, we estimate the impact of the changing relative size of the adult male population, classified by age and education groups, on the earnings of employed men living in 502 Brazilian local labor markets during four time periods between 1970 and 2000. Taking advantage of the huge variation across Brazilian local labor markets and demographic census micro-data, we used fixed effects models to demonstrate that age- education group size depresses earnings. These effects are more detrimental among age-education groups with higher education, but they are becoming less negative over time. The decrease in the share of workers with the lowest level of education has not led to gains in the earnings of these workers in recent years. These trends might be a consequence of technological shifts and increasing demand for labor with either education or experience. Compositional shifts are influential, which suggests that this approach could prove useful in studying this central problem in economic development.
Esse artigo procura investigar os determinantes da matrícula escolar no IntroduçãoO objetivo desse artigo é investigar os determinantes da matrícula escolar no Brasil nos níveis de ensino fundamental e médio, combinando duas tradições dos estudos educacionais.A primeira vem da literatura econômica demográfica associada com o dividendo demográfico. A principal contribuição dessa área é o clássico debate entre Coale e Hoover (1958) e Schultz (1987) sobre os efeitos de um aumento ou queda da fecundidade na educação. De acordo com os primeiros, uma menor fecundidade leva à diminuição da taxa de dependência de jovens, reduzindo o número de pessoas matriculadas na escola. Isto provoca um crescimento da poupança do governo devido à redução nos gastos educacionais. Porém, se nem toda criança em idade escolar estiver matriculada, o dividendo demográfico pode acarretar aumento na cobertura escolar, via taxa de matrícula. Schultz, por sua vez, questiona essa relação com base na idéia de que o orçamento governamental não é elástico no curto prazo, ou seja, os gastos do governo podem não diminuir na mesma proporção da redução da coorte em idade escolar, podendo incorrer numa melhora na qualidade do ensino, via aumento dos salários dos professores ou diminuição do tamanho das turmas. Ressalta-se que a maioria dos
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