Este estudo teve o objetivo de identificar o ponto de vista dos empregadores sobre a pessoa com deficiência, o seu trabalho e a sua admissão como funcionária da empresa. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada, junto a seis responsáveis pelo setor de recursos humanos de empresas pertencentes aos ramos de comércio, indústria e prestação de serviços. Os resultados indicaram que essas empresas possuíam funcionários com diferentes tipos de deficiência e a sua contratação ocorreu, predominantemente, pela obrigatoriedade da lei. Os entrevistados acreditavam que as pessoas com deficiência tinham condições de exercer um trabalho, mas apontaram algumas dificuldades em função: a) dela própria - falta de escolaridade, de interesse e de preparação profissional e social; b) da empresa - condições inadequadas do ambiente físico e social, falta de conhecimento sobre a deficiência; c) das instituições especiais - inadequação dos programas de treinamento profissional e social, falta de contato com as empresas para conhecer as suas necessidades; d) do governo - de proporcionar acesso à escola e ao transporte, falta de incentivo para as empresas promoverem adaptações ergonômicas e desenvolverem programas de responsabilidade social. Os cargos que os funcionários com deficiência ocupavam exigiam pouca qualificação e o seu treinamento era realizado no próprio local de trabalho. A concepção de que as dificuldades desse trabalhador eram decorrentes das suas condições orgânicas prevaleceu na fala desses entrevistados.
As concepções dos professores podem determinar as atitudes sociais em relação à inclusão do aluno com deficiência na sala de aula. Dentre dessa temática, pode-se questionar: a concepção de inclusão do professor do ensino regular muda no decorrer do ano letivo após a entrada de alunos com deficiência? Assim, objetivou-se identificar a existência de mudanças de concepções do professor do ensino regular em relação à inclusão. Participaram do estudo cinco professores do ensino regular que atuavam em sala de aula com pelo menos um aluno com deficiência, em três escolas de Município do interior Paulista. Os dados foram coletados durante um ano letivo por meio de três procedimentos: entrevista não-estruturada; segmento bimestral das informações por meio de cadernos de conteúdo e entrevista semi-estruturada, ao final do ano. Os dados foram tratados por meio da técnica designada como análise da enunciação. Dessa análise, foram estabelecidas classes e subclasses, aferidas por juízes para verificar o grau de concordância da análise. Os resultados mostraram mudanças de concepções nas subclasses: expectativa em relação à inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, experiência em relação à inclusão, perfil do aluno para ser matriculado no ensino regular; ritmo de aprendizagem do aluno com deficiência na sala de aula regular, avaliação da aprendizagem do aluno com deficiência, dificuldades em lidar com a diversidade, dificuldade em lidar com a disciplina/comportamento do aluno com deficiência e dificuldade para ensinar o aluno com deficiência. Conclui-se que a entrada, por si só, do aluno com deficiência no ensino regular não garantiu a mudança de concepção dos professores.
RESUMO: o transcorrer habitual das aulas de Educação Física não parece tranquilo quando o professor defronta-se com alunos com deficiência, principalmente no ensino regular. Nesse sentido, objetivou-se identificar as dificuldades encontradas por professores de Educação Física para incluir alunos com deficiência e sugerir ações e conteúdos a partir dessas dificuldades com a intenção de promover a formação dos professores. Participaram da pesquisa 17 professores de Educação Física que atuavam em escolas, do 1° ao 5° ano, divididos em dois grupos: manhã e tarde. Três encontros para cada grupo de professores foram realizados. Em dois encontros foram coletadas informações por meio de Grupo Focal e, no outro encontro, as informações foram apresentadas aos participantes. Realizou-se uma análise de conteúdo do tipo categorial. Dessa análise emergiram oito categorias de dificuldades atribuídas: 1) à Formação; 2) à questão Administrativo-escolar; 3) ao Aluno; 4) ao Diagnóstico; 5) à Família; 6) ao Recurso Pedagógico; 7) à Estratégia de ensino; 8) à Educação Física. Diante dos resultados foram sugeridas ações e conteúdos para promover a formação dos professores. Conclui-se que, ao propor uma formação para professores de Educação Física, com foco na inclusão educacional, é preciso identificar e assumir as dificuldades encontradas, uma vez que os professores relataram que a dificuldade não era, somente, saber o que fazer para incluir, ou qual recurso selecionar, mas que havia outras questões, como, as administrativas, as familiares e as decorrentes da estrutura escolar. PALAVRAS-CHAVE:Educação Especial. Educação Física. Dificuldades. Formação de Professor. ABSTRACT:When teachers are faced with students with disabilities in regular schools, their physical education classes do not run smoothly.Thus, this study aimed to identify the difficulties faced by physical education teachers as they include students with disabilities, and suggest actions and content based on these difficulties intending to promote teacher development. Seventeen physical education teachers who worked in schools from 1st to 5th grade participated in the study. They were divided into two groups: morning and afternoon. Three meetings for each group of teachers were conducted. In two of these meetings, information was collected through Focus Groups, and in another meeting, information was presented to the participants. Content analysis of the categorical type was carried out. From this analysis, categories emerged related to difficulties regarding: 1) training, 2) school administration issues, 3) the student 4) diagnosis; 5) family; 6) teaching resources; 7) teaching strategies; 8) Physical Education. Given the results, several proposals were suggested and content to improve the teachers' development. We concluded that when suggesting a program for training teachers of Physical Education focusing on inclusion, one must identify and acknowledge the difficulties that emerge, since the teachers reported that it was not enough to know what to do in order to inclu...
O trabalho constitui um estudo de caso que aborda as versões sobre a implementação e desenvolvimento da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) na Faculdade de Medicina de Marília (Famema). O objetivo da pesquisa foi analisar as concepções de docentes-gestores, docentes-tutores e estudantes da 1 a série do curso de Medicina sobre essa metodologia no currículo da Famema e sua relação com a formação médica. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas. Os roteiros das entrevistas foram analisados por juízes, e um estudo piloto foi realizado para a sua adequação. As entrevistas foram realizadas com dois gestores, 12 docentes-tutores e 12 estudantes da 1 a série do curso médico da Famema em 2002. O método utilizado para a análise das entrevistas foi o de análise de conteúdo temática. Após a elaboração das classes temáticas, estas foram avaliadas por dois juízes, e o índice de concordância com a pesquisadora foi de 94,8% e 97,43%, respectivamente. Foram definidas duas temáticas: a ABP na Famema, e a formação médica e a ABP. A análise dos dados permite considerar que: 1) o processo educacional realizado na Famema tem sido construído coletivamente; 2) o contexto de ensino-aprendizagem e da prática profissional é dinâmi-co e cheio de contradições e opiniões diferentes; 3) a educação permanente para os docentes é um recurso necessário, que precisa ser estendido à prática profissional dos profissionais de saúde. ABSTRACTThis case study approaches the different conceits existing with respect to the development and implementation of Problem Based Learning (PBL) at the Facult y of Medicine of Marília (Famema). The aim of this study was to analyze the opinions of managers-professors, tutorial-professors and first year students of the Medical Course about this methodology in the curriculum of Famema and its relationships with medical education. Data were collected by means of semistructured interviews. The guidelines for the interviews were analyzed by referees, and a pilotstudy was carried out for adapting them. The interviewed persons were two managers, twelve tutorial-professors and twelve first year medicine students from Famema in 2002. The interviews were analyzed using thematic content analysis. Two referees evaluated the thematic categories and the level of agreement with the researcher was 94.8% and 97.43% respectively. The thematic categories were: PBL at Famema and medical education and PBL Analysis of the data allowed concluding that 1) the educational process at Famema was built collectively; 2) teaching-learning and the professional practice are dynamic contexts, with plenty of contradictions and different opinions; and 3) continued capacity building for tutorial professors is a necessar y resource that should be extended to the professional practice of health professionals.
RESUMO: as atividades lúdicas ocorrem, com freqüência, nos atendimentos de crianças. A utilização das atividades lúdicas no atendimento de crianças, durante a formação acadêmica, deve ter assegurada a finalidade terapêutica, visto que essa experiência influenciará na atuação do fisioterapeuta. Portanto, este estudo tem como objetivo descrever a utilização das atividades lúdicas na fisioterapia com crianças, realizado pelos estagiários durante a formação acadêmica. Em vista do objetivo proposto, foi realizado um estudo descritivo, denominado de estudo de caso. Participaram 6 (seis) acadêmicas, do quarto ano do curso de graduação em fisioterapia. A coleta de informações foi realizada por meio de observação sistemática, registrada pela filmagem. Os dados foram analisados por meio de três categorias: a manifestação das atividades lúdicas na fisioterapia; a atividade lúdica na fisioterapia e; comportamento da estagiária na atividade lúdica. Foram observados 186 e 158 atividades lúdicas, respectivamente, na primeira e na penúltima semana de estágio e, freqüentemente, eram adequadas à criança atendida. Vários tipos de jogos e brincadeiras foram observados nos atendimentos, que resultaram em determinados comportamentos da criança: obtenção da resposta desejada; obtenção parcial da resposta desejada; não-alcance da resposta desejada e; impossibilidade de avaliar se a resposta obtida era desejada ou não. Os comportamentos das participantes eram de preparação, orientação, incentivo, acompanhamento, facilitação e demonstração da atividade lúdica. Verificou-se que as atividades lúdicas são utilizadas pelas participantes como recurso terapêutico. Porém, há necessidade de inclusão do tema jogos e brincadeiras nas disciplinas teóricas e discussão e orientação sistemática no estágio supervisionado. PALAVRAS-CHAVE:fisioterapia; atividades lúdicas; observação; educação especial.ABSTRACT: play activities frequently occur in child care. When using play in child care during physiotherapy intern training, it is important to assure the therapeutic purpose of such activities, since this experience will influence the physiotherapist's professional development. The aim of this study is, therefore, to describe the use of play activities in child physiotherapy sessions carried out by trainees during their academic internship. In view of the established aim, a descriptive study (case study) was carried out. Six senior year students in the fourth year of the physiotherapy university undergraduate course took part in this study. Information was collected through systematic observation recorded on camcorder. Data was analyzed according to three categories: the emergence of play activities in physiotherapy sessions; actual playing in physiotherapy; and the intern's behavior during play. In the first and next to last week of sessions, 187 and 158 play activities were observed respectively, often appropriate to the level of the child being treated. Several kinds of games and play activities were observed during the sessions, resulting in specific ...
RESUMO: objetivou-se identificar as situações de dificuldade e as situações de sucesso de dois professores de Educação Física, em turmas regulares em que há alunos com deficiência e alunos com autismo matriculados, para subsidiar o planejamento de uma formação continuada. Os participantes foram dois professores de Educação Física que atuavam em Escola Municipal de Ensino Fundamental, do 1° ao 5° ano, de uma cidade da região Centro-Oeste do Estado de São Paulo. Realizaram-se filmagens de 12 aulas de P1 e 16 aulas de P2. As filmagens foram categorizadas em temas. Para P1 foram identificados três temas: situações de sucesso, dificuldade relacionada à estratégia, e a falta de ação propositiva em relação à inclusão. Para P2 foram identificados sete temas: situações de sucesso e dificuldades relacionadas à seleção do conteúdo, à estratégia de ensino, ao recurso pedagógico, às características dos alunos, à falta de ação propositiva em relação à inclusão e possibilidades e dificuldades relacionadas à presença da professora de sala na Educação Física. Conclui-se que, os dois professores encontravam dificuldades para incluir os alunos com deficiência e alunos com autismo, mas eles também vivenciavam situações de sucesso. As filmagens permitiram um detalhamento das necessidades dos professores e o entendimento de que a formação continuada deveria ser desenvolvida no sentido de, considerar o contexto das aulas, auxiliar na minimização das dificuldades e valorizar as ações de sucesso.
RESUMO:Objetivou-se analisar como os professores de Educação Física do Ensino Fundamental -ciclo II e Ensino Médio da região de Marília-SP, que tinham alunos com deficiência, concebem a inclusão. Participaram 65 professores os quais responderam a um questionário. Os resultados indicaram o predomínio das seguintes concepções: a aula de Educação Física é inclusiva quando o aluno com deficiência é tratado como igual aos demais e participa das mesmas atividades; a Educação Física não tem mais facilidade que as outras disciplinas; o aluno com deficiência visual é o mais difícil de incluir; os cursos e a experiência diária tornam o professor capacitado; a aula teórica não é a única forma de participação; as estratégias de ensino e os materiais não devem ser os mesmos para alunos com e sem deficiência.Palavras-chave: Educação Especial. Educação Física. Concepções de professores. THE PHYSICAL EDUCATION TEACHER'S CONCEPTION ON SCHOLAR INCLUSION OF STUDENTS WITH DISABILITIES ABSTRACT:The objective of this research was to analyze how the Physical Education teachers that belong to the State Elementary Schools (5th grade/6th grade to 8th grade/9th grade) and High Schools from Marilia upstate Sao Paulo, who have students with disabilities regularly enrolled, conceive to inclusion. A questionnaire was administered to 65 physical education teachers who had students with disabilities in their classes. The results indicated the predominance of the following concepts: a Physical Education class is inclusive when students with disabilities are treated as equal to others and participates in the same activities; Physical Education has no more easily than the other disciplines; the student with visual impairment is the most difficult to include; the courses and the daily experience make the trained teacher; the theoretical classes is not the only form of participation; teaching strategies and materials should not be the same for students with and without disabilities.
This article highlights the importance of the information obtained from the family in the implementation of the augmentative and alternative communication (AAC) system. The objective was to investigate the communicative abilities of children with severe communication deficit through their parents’ reports within the family routine. Eleven parents of children affiliated with a rehabilitation program in a public university in Brazil participated in this research. Per their parents’ reports, the children demonstrated a variety of communication skills related to comprehension, expressive skills, and vocabulary. Parents further reported their children’s daily communication routines including social partners, communication environment, and the materials the children enjoyed the most. These results emphasize the importance of family involvement in planning AAC so that it is functional within the family context.
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