O presente artigo discute a importância da interdisciplinaridade e da interprofissionalidade no processo de formação em saúde, partindo da compreensão de que não é possível concretizar uma visão ampla da saúde nos moldes do conhecimento disciplinar e uniprofissional. Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa que se baseou em entrevistas semiestruturadas realizadas com discentes de duas universidades, participantes de uma atividade de extensão realizada no assentamento Baixão, localizado na região centro-sul da Bahia, Brasil. A análise dos dados utilizou a metodologia da análise de conteúdo. A partir das entrevistas, compreende-se que as atividades de extensão possuem o potencial de transformar o processo formativo dos sujeitos envolvidos, seja em seus aspectos profissionais ou pessoais. Conclui-se que ações extensionistas possibilitam a construção de novos espaços, nos quais é possível desenvolver a interação e o compartilhamento de saberes, bem como práticas colaborativas.
RESUMO Realizou-se um estudo exploratório sobre a repercussão do lançamento do Programa Mais Médicos na mídia, a partir da identificação, da seleção e da análise de notícias publicadas em jornais de circulação nacional, nos sites de Entidades Médicas e nos ligados à Reforma Sanitária Brasileira, no período de lançamento do Programa (julho a setembro de 2013). Procedeu-se à análise de discurso do material selecionado. Os resultados demonstram diferentes filiações políticas das entidades analisadas, com ampla diversidade de opiniões, que se contradizem ou coadunam, contribuindo, assim, para que o tema ganhasse um significado político que ultrapassasse o setor saúde. Apesar de todas as discussões e críticas em torno da implementação do Programa, este representa um grande avanço em termos de política pública, que integra, em uma única proposta, elementos voltados ao provimento emergencial de médicos, à educação médica e ao desenvolvimento da infraestrutura das unidades de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O material analisado evidencia que a mídia atua, simultaneamente, como espaço de reverberação do debate político e, também, como um ator político que influi na opinião pública acerca do Programa. PALAVRAS-CHAVE
RESUMO Nos últimos anos, a formação médica tem estado no cerne de diferentes discussões e políticas no campo da saúde. Embora o ensino médico brasileiro venha evoluindo, seja em aspectos curriculares ou metodológicos, ainda há importantes lacunas a preencher para se garantir uma formação integral e humanista. Não basta transformar as metodologias e a grade curricular; é fundamental inserir os estudantes em espaços de prática e reflexão, capazes de afetar positivamente seus “mundos existenciais”. Uma possível ferramenta de construção desses espaços seria a extensão universitária, entendida como um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político capaz de favorecer a interação entre a universidade e os mais diversos setores da sociedade, transformando-os mutuamente. Este artigo apresenta e analisa os impactos de uma ação extensionista baseada na Educação Popular em Saúde, desenvolvida em um assentamento do interior da Bahia, na formação dos estudantes de Medicina participantes, segundo a percepção destes. Foram analisados, por meio da análise de conteúdo, os diários de campo e as entrevistas semiestruturadas realizadas com dez discentes de Medicina, participantes do programa “A participação social e a garantia do direito à saúde: planejamento intersetorial, arte, mobilização social e educação popular, em um assentamento da Bahia”. Os resultados indicam que o ensino tradicional da medicina por vezes negligencia o ser humano em toda a sua potencialidade, bem como seu contexto social, político e cultural; poucas são as possibilidades nos currículos de atuação real em comunidade; as atividades práticas se restringem muitas vezes ao âmbito hospitalar; poucas são as oportunidades de trocas e diálogos com discentes de outros cursos de graduação. Conclui-se que a extensão universitária pode favorecer importantes processos de mudanças no ensino médico ao possibilitar uma compreensão ampla dos indivíduos, de suas relações e de seus modos de viver no mundo.
Resumo O Programa Mais Médicos (PMM) foi instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, com a finalidade de reduzir as desigualdades regionais na área da saúde e garantir acesso igualitário e integral aos serviços de saúde. A implantação desse programa tem gerado interesse nos pesquisadores da área de política, planejamento e gestão em saúde, interessados em analisar seu processo de formulação e implementação, bem com os resultados alcançados até o momento. O objetivo deste trabalho é efetuar uma revisão integrativa da literatura sobre o PMM em diferentes bases de dados - Biblioteca Virtual em Saúde, portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e plataforma de pesquisa do Programa Mais Médicos -, visando identificar seus principais temas de investigação, os pesquisadores e os resultados de estudos. Foram identificados 137 trabalhos, publicados entre os anos de 2013 a 2016, classificados segundo o ano de publicação, o tipo de trabalho, o idioma, a área do conhecimento, temas e subtemas abordados, a procedência institucional dos autores e os resultados apresentados. A maioria dos estudos procede da área centro-sul do Brasil, sendo pesquisas empíricas que analisam ou avaliam o programa e apontam que o PMM tem reduzido a escassez de médicos em determinadas regiões do país, melhorado a relação médico/paciente, estimulado práticas interdisciplinares e fortalecido a atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS). Indicam, também, alguns limites do PMM, notadamente a inadequação do perfil dos profissionais que dele participam, o que demanda o fortalecimento das iniciativas de formação e educação permanente do pessoal inserido no programa.
A pandemia da Covid-19 desencadeou uma gama de alterações no funcionamento das unidades de saúde. No caso específico da atenção primária observa-se um remodelamento dos processos de trabalho, das interações entre profissionais de saúde e usuários no acesso aos serviços. O presente artigo objetiva apresentar uma proposta de teleatendimento para pessoas portadores de hipertensão arterial e diabetes na Unidade de Saúde da Família Prof. Sabino Silva, em Salvador-Bahia, que poderá ser replicada em outros contextos. Elaborada de forma dialógica por residentes de Medicina de Família e Comunidade, a referida proposta poderá propiciar inúmeros benefícios: maior integração entre os membros da equipe de saúde; garantia de monitoramento das pessoas adscritas na unidade; manutenção da longitudinalidade do cuidado; redução da exposição das pessoas à Covid-19; reordenamento do acesso ao serviço de saúde; maior participação dos profissionais em trabalho remoto.
RESUMO: Objetivo: analisar a percepção dos estudantes integrantes do programa Permanecer SUS da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, a partir da Política Nacional de Humanização. Método: estudo qualitativo do tipo pesquisa de campo com abordagem da Etnografia Institucional. Foram realizadas observações participantes e entrevistas semiestruturadas com 10 acadêmicos da área da saúde. Resultados: os dados analisados mostram que o programa apresenta influências positivas para a formação universitária dos participantes. Um dos maiores benefícios apontados é de que há maior sensibilização acerca dos princípios do acolhimento e humanização, e consequentemente uma melhor compreensão acerca do sistema de saúde pública do Brasil. Conclusão: por meio do discurso dos sujeitos emergiram aspectos da importância do programa para a formação profissional e o reconhecimento da vulnerabilidade de uma assistência integral e humanizada nos serviços de saúde. Descritores: Universidades; Educação em saúde; Acolhimento; Humanização da assistência. ABSTRACT: Aim: to analyze the perception of students members of Permanecer SUS program of the Health Secretariat in Bahia, from the National Policy of Humanization. Method: qualitative study of field research with Institutional Ethnography approach. Participant observation and semi-structured interviews were conducted with 10 academics in the health field. Results: the data shows that the program has a positive influence for the participant's academic education. One of the biggest benefits appointed is that there is greater awareness about the principles user embracement and humanization, and consequently a better understanding of the public health system in Brazil. Conclusion:
Resumo O Programa Mais Médicos (PMM), lançado em 2013, desencadeou importantes mudanças no setor saúde. Entretanto, diversas alterações em seu funcionamento vêm sendo notadas nos últimos anos em decorrência de uma gama de eventos sociais e políticos. O presente artigo busca identificar e analisar as repercussões da mídia brasileira acerca do PMM após o “impeachment” ocorrido em 2016. Trata-se de um estudo exploratório, que teve o seu “corpus de análise” constituído a partir da identificação, seleção e análise de notícias publicadas em três jornais de grande circulação nacional (Jornal O Globo, Folha de São Paulo e Estadão), no período de Agosto de 2016 a Junho de 2018. Os dados coletados foram analisados por meio do software “Iramuteq”. Os resultados demonstram que os médicos cubanos e temas relacionados à educação médica e à governabilidade do PMM estiveram no cerne das notícias publicadas após o “impeachment”, com os atores sociais defendendo novos posicionamentos. Destarte, apesar da implementação do PMM já estar bem avançada e possuir respaldo popular, mudanças importantes estão sendo feitas e requerem avaliação minuciosa, visando à garantia dos direitos já conquistados.
A criação e implantação do Programa Mais Médicos (PMM), a partir de 2013, têm estimulado a realização de um conjunto de pesquisas sobre os diversos eixos temáticos – provimento médico, formação e supervisão acadêmica e melhoria da infraestrutura da Atenção Básica. Os estudos também abordam as discussões políticas em torno dos objetivos e das estratégias de implementação do programa, inclusive a contratação de médicos estrangeiros, aspecto polêmico que gerou a redefinição do PMM na conjuntura mais recente, com sua substituição pelo Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB). Este artigo apresenta os resultados de uma revisão da literatura sobre o programa, publicada nos últimos cinco anos, tratando de atualizar um mapeamento da produção científica sobre o PMM que cobriu o período de 2013 a 2016. O levantamento dos artigos mais recentes foi feito em duas bases de dados – Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Plataforma de Periódicos Capes – tendo sido selecionados 135 artigos, que foram classificados e analisados segundo sua distribuição temporal, tipo de estudo e temas e subtemas abordados. Os resultados evidenciam a manutenção do interesse da comunidade científica da área de saúde pública/saúde coletiva em acompanhar e avaliar o processo de implementação desse programa, devido a sua importância estratégica no processo de fortalecimento e melhoria da qualidade da Atenção Básica de Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa perspectiva, são apontados os avanços e as dificuldades enfrentadas pelos gestores e profissionais envolvidos no processo de implantação, contribuindo, assim, para o aprofundamento do debate em torno das estratégias a serem acionadas e aperfeiçoadas.
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