RESUMOesporotricose é considerada uma micose emergente de importância para a saúde pública, especialmente devido aos frequentes relatos zoonóticos envolvendo o felino doméstico. São crescentes as casuísticas animal e humana da micose, assim como os relatos de casos refratários à terapia convencional, principalmente nos casos de esporotricose felina. Nesse sentido, o trabalho descreve e discute as opções terapêuticas mais utilizadas, além de citar alternativas disponíveis para o tratamento da micose. Os resultados indicam ser o itraconazol o fármaco de primeira escolha, especialmente nos felinos domésticos, tendo o iodeto de potássio, terbinafina e cetoconazol como alternativas de tratamento. O estudo ressalta o uso da anfotericina B nos casos resistentes, assim como descreve as intervenções cirúrgicas e a termoterapia nos casos de falha terapêutica e quando as lesões eram localizadas. Com esses resultados o estudo conclui que dentre as terapias utilizadas para a esporotricose nos animais, o itraconazol mesmo com os crescentes relatos de falhas terapêuticas, permanece sendo o fármaco de primeira escolha, especialmente nos casos da micose em felinos. As demais opções são utilizadas nos casos mais graves da micose ou em situações em que o itraconazol não se mostra efetivo frente ao agente. Palavras
Malassezia pachydermatis no tegumento cutâneo e meato acústico externo de felinos hígidos, otopatas e dermatopatas , no município de Pelotas, RS, Brasil * Malassezia pachydermatis in tegumentary and external accoustic meatus from healthy, with otitis and dermatopathies felines from Pelotas city, RS State, Brazil RESUMO Malassezia pachydermatis é uma levedura integrante da microbiota cutânea de diversas espécies animais, podendo ser o agente causador de otite externa e dermatite. Recentes trabalhos descreveram o isolamento de espécies lipodependentes em cães e gatos, porém estudos sobre a importância das demais espécies do gênero em pequenos animais, especialmente nos felinos, são escassos. Com o objetivo de analisar a freqüência do gênero no tegumento cutâneo (TC) e meato acústico externo (MAE) de felinos, foram colhidas 228 amostras de material, sendo 152 provenientes do meato acústico externo (hígido ou otopata) e 76 de tegumento cutâneo (hígido ou dermatopata). Todas as amostras colhidas do MAE foram submetidas a exame direto e assim como as amostras de TC foram semeadas em placas de Petri contendo os meios de cultura ágar Dixon modificado e ágar Sabouraud dextrose com cicloheximida e cloranfenicol. Malassezia pachydermatis foi a única espécie fúngica encontrada no meato acústico externo, sendo mais comum em felinos machos que em fêmeas (machos 56,25%, fêmeas 28,41%; p<0,05). A proporção de isolamento foi semelhante entre felinos hígidos ou com lesões (dermatopatas ou otopatas). Baseado nos resultados deste estudo as espécies lipodependentes do gênero não foram isoladas e M. pachydermatis apresentou baixa freqüência de isolamento em MAE e TC de felinos hígidos ou com lesões. ABSTRACTMalassezia pachydermatis yeast form an integral part of cutaneous microbiota from various animal species, and it is considered an etiological agent in otitis and dermatitis. Recent reports identify lipid-dependent species isolated in cats and dogs, however studies about the real importance of the others species of the genus, and are few in our country. With the objective to analyze frequency of the genus in skin and external acoustic meatus (EAM) in felines, 228 samples was studied, being 152 from external acoustic meatus (healthy or with otitis) and 76 from skin (healthy or with dermatopathies). All samples from EAM was analyzed by direct exam and cultured in Petri's plates containing modified Dixon agar and Sabouraud dextrose with cicloheximide and chloramphenicol. Malassezia pachydermatis was the only one species found. We observed that the isolation frequency in males was higher than in females, when analyzed EAM (males 56,25%, females 28,41%; p<0,05). There are no difference between isolates from healthy felines and felines with lesions (dermatitis or otitis). From this study we can suggest that Malassezia pachydermatis is a component of MAE and TC from felines.
De acordo com a Associação dos Criadores de Ovelheiro Gaúcho (ACOG), esta raça canina tem como seus ascendentes históricos os cães da raça Cão da Serra da Estrela, vindos de Portugal, e os Scotch Collie, vindos da Inglaterra e Escócia. Sendo o Ovelheiro Gaúcho uma raça bastante comum no Rio Grande do Sul (Brasil) e no Uruguai, e com a cinofilia cada dia mais presente no meio acadêmico, devemos conhecer as características clínicas e genéticas que a raça pode ter herdado na sua formação. Uma das mais conhecidas é a sensibilidade específica a determinadas drogas, sabidamente presente em algumas raças que compartilham a mesma ancestralidade, como os Collies, associada ao gene mutante de resistência a múltiplas drogas conhecido como MDR1, cuja mutação causa aumento na suscetibilidade aos efeitos neurotóxicos de determinadas drogas. Assim, o objetivo do presente trabalho foi determinar a presença do gene mutante MDR1 na raça Ovelheiro Gaúcho. Para tanto, foram encaminhadas amostras sanguíneas de 25 cães, devidamente registrados pela ACOG, ao Laboratório de Diagnóstico Molecular, UNESP, Botucatu, a fim de realizar a genotipagem por meio de reação em cadeia da polimerase (PCR). No presente estudo, obteve-se uma frequência alélica de 26% na amostra (95% IC = 12,9% - 45,6%). Os resultados, inéditos, são importantes para a afirmação da presença do alelo mutante na raça e, com isso, auxiliar o Médico Veterinário em sua conduta terapêutica, reduzindo os riscos de intoxicação do paciente. Como essa frequência ainda é baixa, e não foram encontrados animais homozigotos mutantes, é possível selecionar reprodutores sem a presença desse mutante para eliminar esse alelo da população e contribuir para o desenvolvimento da raça.
Relatou-se um caso clínico de multiparasitismo em cão envolvendo-se o diagnóstico para Demodex canis, Sarcoptes scabiei, Trichodectes canis, Rhipicephalus sanguineus e Ctenocephalides canis. O animal macho, da raça Collie, com um ano de idade, apresentou na pele lesões descamativas, alopecia e crises pruríticas com grande intensidade. Exames laboratoriais confirmaram o diagnóstico concomitante para o multiparasitismo aliado à anemia regenerativa normocítica e normocrômica, leucocitose neutrofílica, linfopenia e eosinofilia. A terapia com antibioticoterapia, moxidectina e fipronil foi efetiva. O relato salienta a necessidade de diagnósticos diferenciais adequados na dermatologia veterinária e da importância de métodos de controle de ectofauna parasitária em cães, especialmente as de alto potencial zoonótico.
O projeto de extensão intitulado “Dermatovet: Serviço em dermatologia veterinária, na área de abrangência da UFPel” (DermatoVet UFPel), teve início no primeiro semestre de 2018 e surgiu como uma necessidade atual na medicina veterinária, tendo em vista que as especialidades estão em ascensão. O projeto visa realizar atendimento especializado em dermatologia veterinária para a comunidade que utiliza os serviços do Hospital de Clínicas Veterinária da UFPEL (HCV/UFPel). Dessa forma, o objetivo do trabalho foi descrever as atividades do projeto DermatoVet UFPel, expondo as mudanças necessárias para se manter o trabalho extensionista em momentos de isolamento social. As atividades de extensão promovidas pelo grupo, envolviam o atendimento semanal especializado em dermatologia para a comunidade externa. Com a suspensão de atividades acadêmicas, as ações de extensão se transformaram, passando a utilizar as mídias sociais do projeto. De abril de 2018 até agosto de 2019 haviam sido realizados um total de quarenta e seis atendimentos clínicos, sendo de quarenta e três cães e três gatos. O Instagram do projeto possui 787 seguidores e no Facebook 135 curtidas, ambas em crescimento constante. A primeira publicação deste novo período, obteve um alcance de 262 pessoas no Instagram e vinte e três no Facebook. Em contraste, a última publicação alcançou 620 pessoas no Instagram e 108 no Facebook, demonstrando o engajamento das páginas, e indicando que o conteúdo está alcançando um maior público. Em nossos resultados parciais, podemos observar o crescimento de nossas redes sociais, refletindo em informações mais disseminadas e que consequentemente levarão a maior instrução aos tutores de cães e gatos.
Escherichia coli é uma bactéria Gram-negativa, pertencente a microbiota comensal do trato gastrointestinal dos animais e humanos.Algumas cepaspossuem fatores de virulência, podendo causar enterite e/ou septicemia. Na forma septicêmica da doença, o principal fator predisponente é a não ingestão ou ingestão de quantidades insuficientes de colostro.O objetivo deste trabalho é relatar um caso de colissepticemia neonatal em um canino de cinco dias de idade. Na necropsia do cadáver foi observado congestão nos órgãos das cavidades abdominal e torácicae áreas esbranquiçadas multifocais a coalescentes nos rins e pulmão. No exame histopatológico do rim, fígado, pulmão e coração observou-se áreas multifocais de necrose com presença de miríades bacterianas intralesionais. Nas amostras de órgão encaminhadas para o diagnóstico microbiológico houve crescimento de E. coli. O histórico clínico, bem como os achados histopatológicos e microbiológicos permitem inferir que a causa mortis foi decorrente de um quadro de septicemia por E. coli.
O projeto de extensão “Medicina Veterinária na promoção da saúde humana e animal: ações em comunidades carentes como estratégia de enfrentamento da desigualdade social”, desenvolvido pela Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), teve início em 2009, atendendo cães e gatos de comunidades em situação de vulnerabilidade social. Assim, o presente trabalho objetiva descrever e analisar as atividades desenvolvidas durante os dez anos de sua execução. A partir do registro de dados, observou-se um crescimento de 82% nos atendimentos aos animais entre 2010 (n= 411) e 2015 (n= 747), coincidindo com o aumento de famílias assisti das, e um decréscimo em 2019 (n= 562). Acredita-se que a redução de 25% observada no último período esteja associada à conscientização da população pelos extensionistas, com ênfase em prevenção, profilaxia e controle de natalidade, o que também reflete no aumento de atendimentos pediátricos. Dentre as zoonoses diagnosticadas, destacaram-se a sarna sarcóptica, esporotricose, leptospirose, dermatofitose e dioctofimatose. Além disso, ectoparasitas como pulgas, carrapatos e piolhos foram recorrentes. O elevado número de animais na comunidade atendida e o estreito contato com as pessoas favorecem a disseminação dessas enfermidades. Dessa forma, o projeto atua orientando, levando informações sobre zoonoses e promovendo a saúde única. Mediante a avaliação retrospectiva das práticas extensionistas, é possível constatar a atuação positiva dos profissionais na qualidade de vida e saúde dos animais e das pessoas, através da propagação de conhecimentos aos tutores que buscam atendimento e atuam como multiplicadores desse saber na comunidade.
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