ResumoAs pesquisas em ensino de história tendem a evidenciar a importância das questões de temporalidade e de identidade para a reflexão sobre os processos de produção e de distribuição desse conhecimento. O professor de História é sistematicamente interpelado e convocado a contribuir para a construção e fixação de identidades por meio da mobilização de experiências (passado) e projetos (futuro), coletivos e individuais, selecionados como conteúdos a serem ensinados em cada presente. Em diálogo com as teorizações do discurso e os estudos narrativos, este texto tem por objetivo explorar os jogos do tempo que articulam passado, presente e futuro nas narrativas identitárias hegemonizadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de História que têm como leitor potencial o professor dessa disciplina. Palavras-chave: narrativa histórica; teoria do discurso; textos curriculares.
AbstractThe researches on History teaching tend to show the importance of temporality and identity issues for reflection on the processes of production and distribution of this knowledge. The History teacher is systematically challenged and convoked to contribute with the construction and fixation of identities through the experiences of mobilization (past) and collective and individual projects (future) selected as contents to be taught in each present. In dialogue with the discourse theories and narrative studies, this paper aims to explore the time games that articulate past, present and future in hegemonized identity narratives in the National Curriculum Parameters of History which has as potential reader, the teacher of this discipline.
Este texto tem por objetivo apresentar argumentos teóricos que possam sustentar a aposta política no conhecimento escolar como objeto incontornável nas disputas pela construção de uma escola democrática. Em diálogo com as abordagens discursivas na perspectiva pós-fundacional incorporadas pelas teorizações curriculares recentes problematiza articulações discursivas entre significantes como conhecimento/cultura, universal/particular; conhecimento/conteúdo escolar e verdade/sentido presentes nos debates educacionais da atualidade. A análise aponta que o investimento, nos processos de produção de significados, é uma estratégia discursiva cujo potencial heurístico merece ser explorado. O argumento central afirma que, em tempos de escola "sob suspeita", o desafio político consiste também no posicionamento teórico em relação às lutas hegemônicas pela significação de termos, como o de “conhecimento escolar”, que são desestabilizados e recolocados no jogo político da definição.
Este texto tem por objetivo apresentar, em linhas gerais, a política institucional de formação de professores da educação básica em curso na Universidade Federal do Rio de Janeiro, destacando as apostas politico-teóricas que a sustenta e os desafios que a têm interpelado no decorrer de sua implementação. Em diálogo com as contribuições do campo de formação de professores, em particular com os estudos que investem em uma linguagem de possibilidades na reflexão sobre processo de profissionalização docente, o artigo focaliza um caminho possível de operacionalização do enfrentamento das tensões que atravessam esse processo e que, há muito, têm sido assinalado pelos estudiosos da área. A primeira seção apresenta a trajetória da construção dessa política. Na segunda, o texto sublinha as apostas político-teóricas que orientam a implementação do Complexo de Formação e justificam as estratégias mobilizadas para o enfrentamento de algumas tensões clássicas que atravessam os debates internos ao campo de formação de professores. Por fim são enumerados alguns desafios que têm emergido nessa caminhada. Até o momento desta escrita, ainda é cedo para analisar COMPLEXO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA EXPERIÊNCIA (INTER)INSTITUCIONAL EM CURSO Complex of teacher training: an ongoing (inter) institutional experience Complejo de formación de profesores: una experiencia (inter)institucional en curso
RESUMO Este texto tem por escopo revisitar a noção de “saber docente” a partir de teorizações sociais e políticas pós-fundacionais. Ele se inscreve em um movimento de abertura para o diálogo com a produção acadêmica - acumulada há mais de duas décadas no campo educacional brasileiro - que opera com essa expressão, oferecendo um lance a mais nas disputas pela sua definição. Trata-se de um exercício intelectual que evidencia e explora os efeitos da escolha das lentes teóricas privilegiadas na análise das questões relacionadas à cultura profissional docente. O texto está organizado em torno de dois eixos de reflexão e de interpretação correspondentes aos processos de objetivação e de subjetivação que se apesentam de forma articulada na estruturação dos currículos de licenciatura. O ensaio aponta desafios teóricos e pistas de investigação que contribuem para reafirmar a categoria “saber docente” como uma chave de leitura potente para a compreensão dos processos em foco.
Este texto tem por objetivo explorar o potencial político e analítico do significante “comum” na reflexão curricular contemporânea a partir da análise de uma política institucional de formação inicial e continuada de professores em desenvolvimento em uma universidade pública federal. Para tal opero com as teorizações pós-estruturalistas, em particular as que se inscrevem na abordagem pós-fundacional como defendida por Olivier Marchart para a compreensão e posicionamento nos debates em torno das politicas que mobilizam fluxos de sentido de currículos de licenciatura e dos currículos escolares. Trata-se, mais particularmente, de focalizar, nessas políticas, os processos de significação que mobilizam o significante “comum” traduzindo os diferentes interesses em jogo. Em diálogo com as contribuições teóricas de Pierre Dardot e Christian Laval e na contramão das interpretações recentes produzidas no campo do Currículo sobre os sentidos e mobilizações desse termo, proponho uma leitura outra, produtiva do significante “comum”. Na perspectiva aqui privilegiada a ideia de construção de um comum se apresenta como possibilidade de politizar o campo superando binarismos e reconhecendo a força e o papel crucial da contingencia nessas disputas. O artigo apresenta, primeiramente, alguns usos do comum que vêm sendo hegemonizados nos estudos curriculares, bem como interpretações outras possíveis e disponíveis. Em seguida, tendo como campo empírico uma politica curricular em curso, sublinha a potência heurística de um entendimento de comum que tem orientado a sua operacionalização e funcionado como verdadeira insurreição ou rede de resistência inventiva em tempos de desmonte do sistema publico educacional em nosso país.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.