A saúde do trabalhador é tema central em pesquisas de saúde pública, entretanto se deve considerar a especificidade das atividades exercidas. Objetiva-se analisar a saúde dos trabalhadores da atividade agrícola no Brasil, que possuem ocupação também agrícola ou não agrícola, por meio da autopercepção de saúde e morbidades referidas. Utilizou-se a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2008), incorporando as informações do plano amostral complexo. Selecionaram-se trabalhadores da atividade agrícola com 18 anos ou mais, estratificando em: os que possuíam ocupação agrícola e não agrícola. Foi realizada regressão logística para autopercepção de saúde e calculadas as razões de chances para as morbidades referidas. A ocupação agrícola diminui a chance de referir saúde como Boa e aumenta a chance de referir doença de coluna/costas, hipertensão arterial e artrite/reumatismo. Os trabalhadores com ocupação agrícola apresentam mais morbidades referidas e piores condições de vida. A autopercepção de saúde dos trabalhadores, em geral, foi melhor entre os ocupados não agrícolas.
O objetivo do estudo foi caracterizar a cobertura do pré-natal no Estado do Maranhão. Um estudo de base populacional em 30 municípios do Maranhão, com 2.075 mulheres em idade fértil, com gravidez prévia, de julho de 2008 a janeiro de 2009. Os resultados mostraram que as unidades de saúde da família foram responsáveis por 45,9% dos atendimentos de gestantes sendo que 46,8% relataram a realização de seis consultas ou mais de pré-natal durante a última gravidez e 64,6% iniciaram o pré-natal ainda no 1º trimestre. A cobertura do pré-natal foi de 85,6%, no entanto, ao se considerar a cobertura de pré-natal adequado, este foi de 43,4%, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde (Brasil). Apesar de uma cobertura de pré-natal acima de 80%, menos da metade é considerada adequada, demonstrando um descompasso na atenção primária com qualidade.
Apesar de infrequente, o câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos merece destaque, pois o diagnóstico exige alto índice de suspeição clínica; assim, as práticas preventivas devem ser valorizadas entre mulheres em idade fértil com o rastreamento oportunístico configurando-se em estratégia relevante na abordagem às mulheres. Objetivou-se estudar as práticas adotadas por mulheres jovens para prevenção do câncer de mama no Maranhão, Brasil. Trata-se de estudo de base populacional, descritivo, realizado de junho/2007 a janeiro/2008. A maioria das maranhenses tem baixa renda (42,1%) e menos de oito anos de escolaridade (62,6%). Cerca de 30% relataram o autoexame da mama; entre as mulheres acima de 35 anos, 71,6% nunca realizaram mamografia. Prevaleceu o exame clínico (35,2%) dentre as medidas preventivas, observando-se incremento de 11,5% nessa prática nos últimos dez anos. Tais informações acerca do rastreamento oportunístico do câncer de mama no Maranhão irão auxiliar na formulação das políticas públicas de saúde específicas para o estado.
RESUMOObjetivos: Avaliar o acesso e a acessibilidade às Unidades Básicas de Saúde (UBS) nas diferentes regiões do Brasil, caracterizando-os segundo os componentes organizacional e de infraestrutura. Metodologia: Pesquisa avaliativa, de natureza quantitativa, com delineamento transversal descritivo, fundamentada nos dados do terceiro ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Resultados: A maioria das UBS (84,4%) possuem horário fixo de funcionamento; 46,3% mantém atividades no horário do almoço; 87,1% apresentaram todos os ambientes com sinalização, facilitando acesso dos usuários; 21,7% apresenta estrutura divergente do estabelecido pelo Ministério da Saúde. Conclusão: Houve disparidades regionais nos achados encontrados em âmbito nacional quanto ao acesso e à acessibilidade. Na avaliação geral, o componente organizacional aponta conformidade com o preconizado pelo Ministério da Saúde e, no componente infraestrutura, a acessibilidade indicou percentuais que demandam avanços para melhoria do acesso.Descritores: Acessibilidade aos Serviços de Saúde, Unidade Básica de Saúde, Atenção Primária à Saúde. ABSTRACTObjectives: Evaluate access and accessibility to Basic Health Units (BHU) in different regions of Brazil, characterizing them according to organizational and infrastructure components. Methodology: Evaluative research, of quantitative nature, with descriptive cross-sectional design, based on data from the third cycle of National Program for Improvement of Access and Quality of Primary Care. Results: Most BHU (84.4%) have fixed opening hours; 46.3% maintain activities at lunchtime; 87.1% presented all environments with signage, facilitating access of users; 21.7% presents a structure that differs from that established by the Ministry of Health. Conclusão: There were regional disparities in the findings found nationwide regarding access and accessibility. In the overall assessment, the organizational component points to compliance with the recommended by the Ministry of Health, and the infrastructure component, accessibility indicated percentages that require advances to improve access.Keywords: Accessibility to Health Services, Health Centers, Primary Health Care. RESUMENObjectivos: Evaluar el acceso y la accesibilidad a las Unidades Básicas de Salud (UBS) en diferentes regiones de Brasil, multiplasándolas de acuerdo con los componentes organizativos y de infraestructura. Metodología: Investigación evaluativa, de naturaleza cuantitativa, con diseño transversal descriptivo, basada en datos del tercer ciclo del Programa Nacional para la Mejora del Acceso y la Calidad de la Atención Primaria. Resultados: Más UBS (84,4%) tienen horarios de apertura fijos; 46,3% mantener actividades a la hora del almuerzo; El 87,1% presentó todos los entornos con señalización, facilitando el acceso de los usuarios; El 21,7% presenta una estructura que difiere de la establecida por el Ministerio de Salud. Conclusión: Hubo disparidades regionales en los resultados encontrados en todo el país con respecto al acceso y la accesibilidad. En la evaluación general, el componente organizacional apunta al cumplimiento del componente recomendado por el Ministerio de Salud y del componente de infraestructura, la accesibilidad indicó porcentajes que requieren avances para mejorar el acceso.Palabras clave: Accesibilidad a los servicios de salud, atención primaria de salud, atención primaria de salud.
Este artigo aborda a questão social das desigualdades socioeconômicas no Brasil e seu impacto na organização das políticas públicas nas grandes cidades que interferem na atuação da Atenção Primária à Saúde (APS) no enfrentamento da COVID-19. Foca nas iniciativas surgidas no âmbito da sociedade e Estado valorizando a solidariedade social, a democracia participativa e as iniciativas comunitárias. Por fim, aponta as lições que a pandemia trouxe para o campo da APS e da Saúde Coletiva.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a utilização de alguns serviços de Atenção Básica pela população infantil no estado do Maranhão, comparando-se a evolução dos indicadores nos últimos dez anos. Realizou-se um estudo descritivo, no período de julho de 2007 a janeiro de 2008, com uma amostra representativa do estado do Maranhão de 1.711 crianças, obtida por amostragem aleatória sistemática por conglomerados. Foi utilizada a pesquisa "Saúde, Nutrição e Mortalidade Infantil no Maranhão", desenvolvida em 1996, como referencial comparativo aos dados do presente estudo. Do total de crianças estudadas, 38,4% realizaram a consulta preventiva no primeiro ano de vida, das quais 92,1% utilizaram o Sistema Único de Saúde (SUS). Observou-se que praticamente todas as variáveis tiveram incremento positivo em relação ao estudo da década passada - as consultas de puericultura no primeiro ano de vida e antes do primeiro mês de vida em média 10%; já o acesso ao serviço público ascendeu em torno de 17%. Conclusões: Com essa análise do comportamento atual e de 10 anos atrás, observou-se a melhoria em alguns indicadores de atenção à saúde da criança no estado do Maranhão, possivelmente relacionada aos processos de implantação e aprimoramento da Estratégia Saúde da Família, determinantes do processo de consolidação do Sistema Público de Saúde no Brasil - evolução que pode parecer lenta aos olhos das pesquisas, mas que tem a dimensão necessária para configurar-se na maior política de inclusão social do país.
Resumo A Caderneta de Saúde da Criança (CSC) é capaz de reunir os mais importantes e significativos registros promovendo a vigilância integral à saúde infantil.O registro correto e completo das informaçõesé um desafio permanente, para que a CSC cumpra seu papel.Portanto objetiva-se buscar na literatura quais os fatores que dificultam a utilização adequada da CSC pelos profissionais de saúde. Trata-se de uma revisão de literatura em periódicos, através das bases de dados LILACS, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scielo, Bireme e Google acadêmico.A análise permitiu a identificação e organização de cinco categorias que evidenciam os principais fatores que dificultam a utilização adequada da CSC pelos profissionais de saúde, são essas: Ausência de capacitação para o uso correto da CSC, Tempo insuficiente, Indisponibilidade da CSC no serviço de saúde, A não utilização da CSC por todos os membros da equipe de saúde e Desvalorização e o desconhecimento das mães/família sobre a CSC. Considera-se entãoque os profissionais reconhecem a CSC como instrumento de comunicação, porém, alegam que enfrentam diversas dificuldades na utilização da mesma, e que seria necessário investimento e capacitação na formação dos profissionais que manipulam tal instrumento.
Em 2020, comemora-se o Bicentenário de Florence Nightingale, enfermeira responsável pelo desenvolvimento das bases técnico-científicas da Enfermagem Moderna. Para celebrar esta data, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Conselho Internacional de Enfermeiros (International Council of Nurses – ICN) lançaram, em 2018, a Campanha “Nursing Now”¹-2, com o objetivo de fortalecer a educação e o desenvolvimento dos profissionais da área de Enfermagem, com foco na liderança, na melhoria das condições de trabalho e no compartilhamento de práticas exitosas e inovadoras, baseadas em evidências científicas em âmbito nacional e regional,No Brasil, a iniciativa é liderada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e pelo Centro Colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, vinculado à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto2.Além da Campanha Nursing Now, a OMS durante a Assembleia Mundial da Saúde de 2019, elegeu 2020, como o “Ano Internacional dos Profissionais de Enfermagem e Obstetrícia”, buscando alertar para o mundo a necessidade de um maior contingente desses profissionais, além da melhoria de suas condições de trabalho, educação e desenvolvimento profissional.Ao início das comemorações pelo “Ano da Enfermagem”, em 12 de janeiro de 2020, a OMS divulgou notícias sobre um surto com um novo coronavírus, originado em Wuhan, província de Hubei, China. A doença (COVID-19) se propagou para diversos países, sendo declarada pandemia pela OMS no mês de março3-4. O primeiro caso confirmado em território brasileiro e na América Latina ocorreu em 26 de fevereiro de 2020. Desde então os profissionais da Enfermagem têm se destacado por atuarem na linha de frente à prevenção e ao combate da doença, buscando mitigação da pandemia.Diante da ausência de uma vacina e medicamentos antivirais específicos, os ensinamentos de Florence Nightingale nunca estiveram tão atuais. Medidas como a lavagem das mãos, a limpeza dos hospitais e dos ambientes domésticos, e a implementação de boletins epidemiológicos como medidas de acompanhamento da doença e da curva epidêmica5, tornaram-se imprescindíveis para o combate desta doença.Em pleno Ano Internacional de comemoração da Enfermagem, esta pandemia jogou luzes sobre a importância desses profissionais, no âmbito da assistência, da gestão e do ensino em saúde, constituindo-se como espinhas dorsais de sustentabilidade dos serviços de saúde. De forma mais frequente, a imprensa passou a destacar o trabalho da Enfermagem, seu protagonismo junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de desvelar as condições de trabalho, o adoecimento e a morte daqueles que enfrentam com honradez a pandemia e as consequências destas em suas vidas profissionais e pessoais.Segundo o relatório “State of the World’s Nursing 2020”6, da OMS em parceria com o ICN, no mundo existem cerca de 28 milhões de profissionais de Enfermagem. No Brasil, dados do Cofen mostram que há mais de dois milhões de profissionais presentes na totalidade dos municípios brasileiros, em todos os níveis de atenção à saúde7. Esses dados indicam que nenhuma agenda global pode ser concretizada sem esforços articulados e sustentáveis, para maximizar a contribuição da força de trabalho da Enfermagem e seu papel em equipes de saúde multiprofissionais.Todavia, não se pode deixar de pontuar as situações de vulnerabilidades profissionais da Enfermagem no país, no que tange às condições e carga horária de trabalho, inexistência de um piso salarial emprego, plano de carreira, dentre outros. Nesse sentido, aos profissionais de Enfermagem precisam ser asseguradas políticas e medidas governamentais que contribuam para a prática segura e efetiva do cuidado, tendo em vista que, até o dia 17 de junho, mais de 200 profissionais de enfermagem morreram vítimas da COVID-19 e mais de 19 mil se infectaram8 devido à falta de condições dignas de trabalho, como o acesso contínuo e de qualidade aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), o dimensionamento adequado das equipes e a proteção dos trabalhadores que integram os grupos de risco.Além de reforçar o papel da Enfermagem, a pandemia de COVID-19 no país está reafirmando a importância do sistema público de saúde, dos centros de pesquisas, das universidades e do seu tripé educacional (Ensino, Pesquisa e Extensão), para construção de uma sociedade mais justa, igualitária e saudável.Face ao exposto, a Enfermagem coloca-se, então, como um campo fértil de pesquisas e intervenções. Este número especial da Revista Enfermagem em Foco contém 62 artigos, nos formatos de artigos originais, reflexão, opinião, revisão narrativa e integrativa, inovação e relatos de experiências, versando sobre a atuação de Enfermagem em diferentes perspectivas: epistemológica, política, organizacional, de formação e ainda dos saberes e práticas em saúde. Ao total, foram recebidos 172 manuscritos para a chamada especial, vindos das cinco regiões do Brasil.Os manuscritos publicados refletem a criatividade e inovação dos profissionais de enfermagem, possibilitando aos leitores o aprendizado da prática e ciência da Enfermagem, com o intuito de apoiar e aprimorar o cuidado em saúde diante dos desafios trazidos pela pandemia da COVID-19. E a Revista Enfermagem em Foco cumpre sua missão de contribuir para o fortalecimento da Enfermagem a partir da divulgação da produção do conhecimento, em consonância com os objetivos do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.Avante Enfermagem Brasileira!
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