O uso de serviços de atenção primária à saúde pela população infantil em um estado do nordeste brasileiro

Abstract

Este trabalho teve como objetivo avaliar a utilização de alguns serviços de Atenção Básica pela população infantil no estado do Maranhão, comparando-se a evolução dos indicadores nos últimos dez anos. Realizou-se um estudo descritivo, no período de julho de 2007 a janeiro de 2008, com uma amostra representativa do estado do Maranhão de 1.711 crianças, obtida por amostragem aleatória sistemática por conglomerados. Foi utilizada a pesquisa "Saúde, Nutrição e Mortalidade Infantil no Maranhão", desenvolvida em 1996, como referencial comparativo aos dados do presente estudo. Do total de crianças estudadas, 38,4% realizaram a consulta preventiva no primeiro ano de vida, das quais 92,1% utilizaram o Sistema Único de Saúde (SUS). Observou-se que praticamente todas as variáveis tiveram incremento positivo em relação ao estudo da década passada - as consultas de puericultura no primeiro ano de vida e antes do primeiro mês de vida em média 10%; já o acesso ao serviço público ascendeu em torno de 17%. Conclusões: Com essa análise do comportamento atual e de 10 anos atrás, observou-se a melhoria em alguns indicadores de atenção à saúde da criança no estado do Maranhão, possivelmente relacionada aos processos de implantação e aprimoramento da Estratégia Saúde da Família, determinantes do processo de consolidação do Sistema Público de Saúde no Brasil - evolução que pode parecer lenta aos olhos das pesquisas, mas que tem a dimensão necessária para configurar-se na maior política de inclusão social do país.

Vigilância Do Crescimento E Desenvolvimento: Análise Dos Registros Na Caderneta De Saúde Da Criança

“…Esses achados estão condizentes com o que é preconizado pelo Ministério da Saúde, que indica sete consultas durante o primeiro ano de vida. Em contraposição, estudo (23) realizado em outro estado do Nordeste diverge desses resultados, uma vez que o percentual de registros das consultas com crianças menores de seis meses ainda é baixo (38,6%).…”

Factors related to quilombola attendance to child follow-up appointments

“…A study carried out in an attendance sector of the São Leopoldo maternity, Rio Grande do Sul, Brazil, has demonstrated that, from the 393 children born in public hospitals, 53.2% did not attend regularly to childcare appointments (14) . In a population base study carried out in 2013 with 1,711 children aging from zero to five years old, in Maranhão, Brazil, it was verified that GDF appointments in the first year of life happened for 38.4% of infants (15) . Another study performed in Sobral, Ceará, Brazil, also corroborates to the situation of unattendance to GDF appointments for many reasons (16) .…”

Access to child care services in the Northeast and in the South Regions of Brazil

“…18 In Maranhão State, the access was the worst dimension assessed among the ESF users, 19 still in the same State, another study identified that 61.4% of the children did not have any child care consultation. 10 The authors attribute these results to the difference in territory with great geographic distances, besides Maranhão State has many small municipalities, where lots of the programmed actions are not available to the population. 10 Such scenario can transmit a reality to health services access1, a historical reflection on the socioeconomic conditions and the organization of services, which contribute to a complex and multi-factorial phenomenon.…”

“…Socioeconomic and regional differences, along with the individual's characteristics have been identified as influential in restricting access to the health services. [8][9][10] The strategies for this understanding remains to be the aim of profound debates given by the complexity of factors that surrounds it and the necessity of organizational analysis in the health system. 2,4 One of the assumptions in explaining the restriction of access constitutes the organization and the health services.…”

“…2,4 One of the assumptions in explaining the restriction of access constitutes the organization and the health services. 8 Poorer regions have an unfavorable context regarding the organization and the services offered, 6,10,11 while the population with a better socioeconomic level have access to more health services.…”