O presente texto tem por tema as relações entre saúde e educação. Por recorte, aborda o diagnóstico psicopatológico e seus efeitos no atual conhecimento em educação especial. A partir do diálogo com o livro de Umberto Eco, A vertigem das Listas, compreende-se que as racionalidades oscilam entre uma lógica circular - na qual a nomeação espelha o real que ela diz revelar -, e uma lógica não-toda, ou seja, na impossibilidade de tudo saber, só resta listar, catalogar, enumerar. São diferentes posições enunciativas que imprimem percursos escolares também diversos, cifrando destinos distintos para o conhecimento produzido em educação especial, bem como para alunos, escolas e professores.Palavras-chave: Diagnóstico. Educação especial. Lógica diagnóstica.
-Pervasive Developmental Disorders and Schooling: knowledge in perspective. This article examines the education of subjects with Pervasive Developmental Disorders (PDD) considering 107 theses and dissertations produced between 2000 and 2012, as well as the guidelines for inclusion and the philosophical hermeneutics. The concepts of PDD, school and education are analyzed here considering the subjects under study, the recurring questions, the gaps and the epistemologies. Results obtained include: increased enrollments; the multiplying of meanings regarding these students and the educational possibilities; an update of old dilemmas before the new and the different. I fat the level of principles equality and differences are both recognized, the notion of different as unequal still remains within the research context. Keywords: Special Education. Education. Pervasive Developmental Disorders. State of Knowledge. RESUMO -Transtornos Globais do Desenvolvimento e Escolarização: o conhecimento em perspectiva.O presente artigo aborda a escolarização de sujeitos com Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) a partir de 107 teses e dissertações produzidas no período entre 2000-2012, das diretrizes inclusivas e da hermenêutica-filosófica. Considerando os temas abordados, as questões recorrentes, as lacunas e as epistemologias, são analisadas as concepções de TGD, de escola e escolarização. Como resultados: o incremento dos estudos; a proliferação dos sentidos sobre estes alunos e as possibilidades escolares; a atualização de antigos impasses perante o novo, o diferente. Se, no âmbito dos princípios, são reconhecidas a igualdade e as diferenças, no âmbito das pesquisas ainda persiste a noção do diferente como desigual. Palavras-chave: Educação Especial. Escolarização. Transtornos Globais do Desenvolvimento. Estado do Conhecimento. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 3, p. 665-685, july/sept. 2014 Infidels claim that the rule in the Library is not "sense", but "nonsense", and that "rationality" (even humble, pure coherence) is an almost miraculous exception. Jorge Luis Borges, The Library of BabelThe idea of inclusion, seen in the light of the movement that fights for the universalization of human rights, has stood as the guiding perspective for public policies, for the proposals of public service and for professional formation in different areas of knowledge and social sectors 1 . In the last decades, special education has observed the movements of this discussion with regard to the access of pupils with disability to regular education and, particularly, to their belonging in these spaces based on the recognition of alterity. Such assumptions stirred a great number of discussions and productions focused, among others, on special education services, on the implementation of policies, on teacher education, on curriculum and management. Despite this activity, the lack of knowledge about school education vis-à-vis the demands of inclusiveness is still wide Caiado;Jesus, 2008).With the purpose of constructing ...
http://dx.doi.org/10.5902/1984686X6530 O presente trabalho propõe tomar o diagnóstico como um gesto de leitura que deve incluir suas condições de produção. Para tanto, retoma a concepção de linguagem operada pela psicanálise – cujo modelo se inaugura com a obrade Freud A Interpretação dos Sonhos (1900). A colocação em cena da leitura objetiva abrir espaço para que na atribuição de sentido que todo diagnóstico encerra esteja inscrita a possibilidade de que um não-previsto possa surgirna trajetória escolar dos ditos sujeitos da educação especial. Palavras-chave: Educação Especial; Psicanálise; Diagnóstico; Leitura.
ResumoEste artigo busca questionar a pertinência e a preeminência do discurso médico em relação ao trabalho em sala de aula, propondo a discussão de seus efeitos e aventando uma alternativa epistêmica e discursiva fundamentada em uma experiência de formação em nível de extensão universitária. Como ponto de partida, o reconhecimento de um mal-estar evidenciado pelas queixas de angústia, desamparo e despreparo ante as demandas por ação pedagógica segundo uma epistemologia naturalista e reducionista. Escapar ao reducionismo do pensamento naturalista, do qual participa o ideal médico, pode passar por outra forma de construir conhecimento em educação e pelo fortalecimento da figura do professor, reafirmando seu protagonismo em assuntos pedagógicos e tomando o espaço educacional como manifesto na complexidade da vida e da linguagem ordinárias, incluindo suas manifestações ilógicas. São diferentes posições enunciativas que imprimem percursos escolares também diversos, cifrando destinos distintos para o conhecimento produzido em educação especial, bem como para alunos, escolas e professores.Palavras-chave: Educação Especial; Formação de professores; Conhecimento.
ResumoÀ margem da agenda política do Estado, a educação especial tradicionalmente se organizou como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, em classes e escolas especiais. Nas últimas décadas, o Brasil, em consonância com movimentos internacionais, estabeleceu uma série de leis, políticas e programas para combater as desigualdades e a exclusão escolar. Nesse movimento, sujeitos com transtornos globais do desenvolvimento (TGD), tradicionalmente apartados dos processos de escolarização, são recebidos nas salas de aula e no velho pátio da escola. Quais racionalidades sustentam as formas de nomear e identificar esses alunos? Como compreender as relações entre os diagnósticos, as políticas e a inscrição das (im)possibilidades escolares? Em que medida as políticas inclusivas de educação especial desconstroem sentidos que relacionam os TGD à ineducabilidade, ou, ainda, a diferença à anormalidade e à inferioridade? O presente ensaio discute a implementação das diretrizes inclusivas considerando o texto político e seus efeitos no contexto da prática. A hermenêutica filosófica oferece os tempos e os focos da leitura. O argumento é tecido com e a partir das falas de um aluno e de professores, em diferentes campos de pesquisa. Do texto à vida, o incremento das matrículas; a proliferação dos sentidos sobre esses alunos e as possibilidades escolares; a atualização de antigos impasses perante o novo, o diferente. Se, no âmbito dos princípios, são reconhecidas a igualdade e as diferenças, na concretude das escolas ainda persiste a noção do diferente como desigual. Da inclusão ao pertencimento, aposta-se no diálogo como valoração da alteridade e condição de pertença. Palavras-chaveEducação especial -Transtornos globais do desenvolvimentoPolíticas inclusivas -Desigualdade -Diferença.
RESUMO: Este artigo tem como problema central a associação direta entre Síndrome de Down e deficiência intelectual. Trata-se de um estudo teórico em forma de ensaio que tem como objetivo refutar a certeza e a generalização de um aprender restrito para pessoas com a Síndrome de Down, a partir da compreensão das condições de produção dos enunciados científicos e culturais que sustentam essa associação desde o século XIX. Argumenta-se que essa certeza pode ser interpretada por um problemático raciocínio silogístico que encerra uma ideia determinista, essencialista, que centra no aspecto biológico ou genético as possibilidades de ser e de estar no mundo.
Este texto tem como objetivo discutir elementos relacionados à educação das pessoas com deficiência no Brasil, destacando dados históricos, sociais e políticos que foram significativos para que a educação dessa população se tornasse uma política pública, ainda que atravessada por inúmeros desafios e contradições. Nesse sentido, entrelaçar educação, deficiência e compromisso social, como proposto neste dossiê, é uma forma de sublinhar que a educação das pessoas com deficiência demanda uma implicação contínua dos atores políticos e da sociedade brasileira, para que não haja retrocesso e se possa avançar, em âmbito nacional, a partir do que foi conquistado ao longo de décadas. Os artigos que compõem o dossiê são apresentados, enfatizando-se sua vinculação com o eixo temático indicado.
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