Resumo O artigo tem como objetivo discutir o desmantelamento das políticas públicas, em específico, das políticas de saúde e da assistência social. A discussão situa-se no campo da Psicologia Social e inspira-se no pós-estruturalismo para análise desta problemática, tendo como questionamento norteador como se constitui o desmonte, considerando-o como processo dinâmico e inerente à produção das políticas. Por meio do método cartográfico, foi possível percorrer materialidades que emergem como pistas para compreender tal processo. Entende-se que há uma tensão na própria construção dessas políticas, com o intuito de substituir modelos anteriores que não se extinguem pela incorporação do SUS e do SUAS à Constituição. Esta se caracteriza pelo esvaziamento de conceitos norteadores das políticas, como as noções de território e vulnerabilidade. Esse esvaziamento potencializa a emersão de uma nova lógica de governo dentro das políticas públicas, não somente por via da regulação, normatização das condutas e criminalização de certa categoria da população, mas também por uma necropolítica, que visa a colocar no jogo democrático uma política de morte.
O presente texto sistematiza a discussão em três momentos. Primeiro, discute-se a objetivação dos discursos sobre a promoção de saúde como um regime de verdades no campo das políticas de saúde e da Psicologia. Após, mediante a análise dos dados provenientes dos periódicos científicos e documentos supracitados, buscase compreender a aclimatação da promoção da saúde pelas práticas psicológicas, problematizando-se as formas de saber possíveis e as políticas de subjetivação que se produzem a partir das mesmas. Para finalizar, mediante as noções de testemunho e aprendizagem como tecnologias de si e do outro, argumenta-se como as práticas psicológicas configuram, na atenção básica, um campo de experiência grupal. Regimes de verdade e a Política de Promoção da SaúdeA promoção de saúde aparece no campo da saúde a partir da década de 1970, quando um conjunto heterogêneo de práticas sociais nacionais e internacionais passa a colocar em análise indicadores de saúde, condições de vida e tecnologias sociossanitárias (BUSS, 2003). Isso faz com que a promoção de saúde apresente uma problemática para o campo da saúde, na medida em que articula uma nova racionalidade, na qual a saúde passa a ser disposta ao lado de condições de vida, renda, trabalho, lazer e educação, e não exclusivamente da doença e do organismo. Conforme descreve Buss (2003, p. 16)
RESUMOEste artigo tem como temática a análise de formas de objetivação das populações indígenas mediante a construção de políticas públicas voltadas para essas populações. A reflexão apoia-se nas ferramentas conceituais foucaultianas sobre verdade e política, para examinar práticas discursivas de atenção à saúde indígena a partir de ações em saúde voltadas para essas populações. A reflexão é feita com base na análise de periódicos científicos publicados posteriormente à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Povos Indígenas. Os periódicos foram selecionados na base de dados BVS. Foram utilizados 10 artigos e legislações em saúde como fontes de informação. A escolha desses 10 artigos se deu segundo o critério de um indicador epistemológico -tradicional. O tradicional é considerado um indicador epistemológico que constitui a possibilidade de conformação de um discurso indígena. A objetivação de populações indígenas como diferença retira dessas existências a própria condição de diferença, na medida em que se estabelece o tradicional como "ser" dessa diferença. Palavras-chave: Discurso; Formas de objetivação; Populações indígenas; Políticas públicas.
O artigo focaliza modalidades de existência, as quais são constituídas a partir da articulação entre a lepra e a hanseníase. Parte da análise de narrativas de campo, frutos de uma pesquisa em que se objetiva a problematização das relações entre perfil epidemiológico e atenção à saúde. O campo de discussão sustenta-se entre ferramentas conceituais pós-estruturalistas e aquelas da Teoria Ator-Rede. O texto discute a infâmia que caracteriza os efeitos das políticas que compõem modalidades de existência produzidas pela lepra e pela hanseníase. A partir disso, volta-se para considerar outros elementos que também compõem a rede entre a lepra e a hanseníase, mas que engendram outras formas de existência, outras ontologias.
ResumoO objetivo deste artigo é pensar a Psicologia da Saúde a partir de articulações entre vida e política. O foco da discussão está em um exercício que permita considerar vida e política para problematizar a relação entre Psicologia e Saúde, efetuando uma certa torção no pensamento. O campo de análise ampara-se na Psicologia Social, mais especificamente no pós-estruturalismo, em um diálogo com a Filosofia. Pensar com a vida na Psicologia da Saúde é considerar uma orientação, uma figura de pensamento que afirme o excesso -o excesso de produção de vida; não mais se há ou não saúde, mas o que se passa com a vida, de que modo a própria vida acontece no que diz respeito à variação das formas e à afirmação da vida, uma política da vida. IntroduçãoO objetivo deste artigo é pensar a Psicologia da Saúde a partir de articulações entre vida e política. O foco da discussão está em um exercício que permita considerar vida e polí-tica para problematizar a relação entre Psicologia e Saúde. A necessidade desse espaço de problematização se faz por elementos que compõem atualmente o campo da Psicologia da Saúde e como estes podem ser torcidos para se pensar de um modo um pouco distinto, na medida em que se modificam os intercessores. Neste sentido, o artigo intenciona contribuir para as discussões que autores do campo da Psicologia da Saúde (Spink, 2010a;Traverso-Yépez, 2001) tem feito a partir da análise das heranças que a ciência mo-
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