RESUMOEste texto tem como objetivo analisar o conceito de produção de saúde, no campo da Saúde Coletiva, como o nó de uma rede de cuidados. Nó porque a produção de saúde costura a noção de sujeito na saúde com os cuidados na saúde em um campo de estranhamento. Para fazer essa discussão, este texto partirá do trabalho na saúde como um conjunto de práticas de governamentalidade que encontram na produção de saúde a conformação de práticas de liberdade. as ferramentas conceituais utilizadas para essa discussão partem da proposição foucaultiana sobre uma ontologia do presente: subjetividade, poder e verdade. Esses operadores conceituais serão articulados às ideias de trabalho afetivo e potência de vida. Como exercícios do pensamento, tomam-se, então, as discussões no campo da Saúde Coletiva: integralidade, produção de saúde, cidadania e trabalho na saúde.Palavras-chave: produção de saúde; governamentalidade; práticas de liberdade; integralidade; saúde coletiva. ABSTRACTThis text aims at analyzing the concept of health production, in the field of Collective Health, as a knot in a care net. It is a knot because the production of health links the notion of subject in health to health care in a suspicion field. This text takes health work as a set of governmentality practices that find freedom practices in health production. the conceptual tools used in this discussion have departed from the Foucauldian proposition about ontology of present: subjectivity, power and truth. these conceptual operators have been articulated with ideas of affective work and life power. As exercises of thought, discussions in the field of Collective Health have been considered, such as: integrality, health production, citizenship, and health work.Keywords: health production; governmentality; freedom practices; integrality; collective health.Este texto tem como objetivo analisar o conceito de produção de saúde, no campo da Saúde Coletiva, como o nó de uma rede de cuidados. Nó porque é nesse território que as práticas em saúde se encontram com aquilo que não é da ordem das taxionomias, e sim da produção de vida. Nó porque a produção de saúde costura a noção de sujeito na saúde com os cuidados na saúde em um campo de estranhamento. Para fazer essa discussão, este texto partirá do trabalho na saúde como um conjunto de práticas de governamentalidade que encontram na produção de saúde a conformação de práticas de liberdade.as ferramentas conceituais utilizadas para essa discussão partem da proposição foucaultiana sobre uma ontologia do presente: subjetividade, poder e verdade. Esses operadores conceituais serão articulados às ideias de trabalho afetivo e potência de vida. Como exercícios do pensamento, tomam-se, então, as discussões no campo da Saúde Coletiva: integralidade, produção de saúde, cidadania e trabalho na saúde.Em um primeiro momento, será discutido o trabalho na saúde como uma arte de governamentalidade e estratégias biopolíticas para relacioná-lo ao trabalho afetivo. A partir disso, o texto volta-se para a reflexão
Resumo O artigo tem como objetivo discutir o desmantelamento das políticas públicas, em específico, das políticas de saúde e da assistência social. A discussão situa-se no campo da Psicologia Social e inspira-se no pós-estruturalismo para análise desta problemática, tendo como questionamento norteador como se constitui o desmonte, considerando-o como processo dinâmico e inerente à produção das políticas. Por meio do método cartográfico, foi possível percorrer materialidades que emergem como pistas para compreender tal processo. Entende-se que há uma tensão na própria construção dessas políticas, com o intuito de substituir modelos anteriores que não se extinguem pela incorporação do SUS e do SUAS à Constituição. Esta se caracteriza pelo esvaziamento de conceitos norteadores das políticas, como as noções de território e vulnerabilidade. Esse esvaziamento potencializa a emersão de uma nova lógica de governo dentro das políticas públicas, não somente por via da regulação, normatização das condutas e criminalização de certa categoria da população, mas também por uma necropolítica, que visa a colocar no jogo democrático uma política de morte.
ResumoEste artigo discute o conceito de saúde e doença como forma de contribuir para o debate e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS). Explora-se as possibilidades de articulação entre a Psicologia Social e a Fenomenologia de Lévinas. A articulação permite percorrer o solo de construção da saúde como ausência de doença, para a saúde como forma de produção de diferença, de alteridade e vida. Este texto discute o conceito de saúde e doença no marco da episteme moderna; a partir disso, a reflexão encaminha-se para a discussão de novos marcadores, como o nome próprio, o simulacro e o tempo, identificados como outras formas de operar com a saúde desvinculada do conceito de doença, o que permite pensar o conceito de saúde articulado aos de produção e alteridade. Palavras-chave: Produção de saúde; Alteridade; Afirmação de vida; Modelo biomédico.
RESUMO -O artigo objetiva problematizar a relação entre saúde e Psicologia quando abordadas a partir da discussão das práticas discursivas, formas de subjetivação e relações de poder fundamentadas em uma abordagem foucaultiana. A discussão questiona como se conformam determinados modos de subjetivação mediante o dispositivo da saúde no campo das políticas públicas. Pretende-se, com isto, visibilizar como práticas em Psicologia forjam tanto o conceito de saúde no qual se sustentam essas práticas, quanto os sujeitos que são os objetos dessas práticas, enquanto o modo de como esses podem e devem ser pensados. Para percorrer a relação entre Psicologia e Saúde tomamos três eixos que constituem a Psicologia como ciência (razão, inconsciente e psicotécnicas) e procuramos demonstrar como esses eixos possibilitam a emergência da saúde no campo da Psicologia.Palavras-chave: políticas publicas; práticas psicológicas; saúde e produção de subjetividade. The Concept of Health and its Implication on the Psychological PracticesABSTRACT -This paper aims to analyze the relation between health and Psychology through the discussion on discursive practices, ways of subjectivation and power relations based on a Foucaultian approach. It questions how certain ways of subjectivation obey the standards of the health resources in the field of public policies. Therefore, we intend to show how health concept is constructed by psychological practices. These practices do not only produce the subjects, who are their very objects, but they also produce the way they can and must be thought. In order to understand the relation between psychology and health, we take three theoretical aspects that constitute Psychology as a science (the reason, the unconscious and the psychological instruments) to demonstrate how these aspects make the emergence of health in the field of Psychology.Key words: public policies; psychological practices; health and ways of subjectivation. na rede pública, pois, o SUS (Sistema Único de Saúde) opera com o conceito de cidadania, dever e sujeito de direito que se conforma, juridicamente, na Constituição de 1988. Isso implica não apenas nova política de saúde, mas novos modos de a saúde produzir subjetividades por meio de práticas que estabelecem valores, como o de cidadania e de sujeito de direitos, a partir de um dever do Estado. Por exemplo, o conceito de cidadania relacionado à saúde, conforme Luz (1991), foi visibilizado mediante o movimento da sociedade civil organizada, no final da década de 1980, na esteira da Reforma Sanitária. Esta veio reivindicar, no Congresso, políticas sociais que assegurem plenos direitos aos cidadãos: "pela primeira vez na história do país a saú-de é vista socialmente como direito universal e dever do Estado, isto é, como dimensão social da cidadania" (Luz, 1991, p. 84). Essa proposição sustenta-se tanto nas discussões da VII Conferência Nacional de Saúde, que inclui em seu relatório a necessidade da participação comunitária, quanto nos desdobramentos da VIII Conferência Nacional de Saúde, ...
Resumo Este artigo analisa a articulação entre território, acesso e tecnologias em saúde. O objetivo é colocar em análise o mapa da saúde a partir da relação entre regime de visibilidade e tecnologias de vigilância em saúde. O percurso da reflexão apoia-se na problematização do georreferenciamento no campo da saúde para monitoramento e vigilância dos fluxos de circulação de pessoas no espaço urbano como estratégia biopolítica. A análise perpassa, portanto, a problematização de técnicas de mapeamento do campo da saúde para pensar formas de controle e regulação populacional como processos não naturais que permitem certas formas de articulação entre acesso, território e tecnologias em saúde. Deste modo, o artigo segue o itinerário: (1) analisa o território como um dos elementos que constituem um dispositivo no campo da saúde; (2) discute como a vigilância está implicada nas estratégias de mapeamento na saúde a partir dos primeiros mapas biossociais; (3) aborda a relação entre georreferenciamento e tecnologias de vigilância em saúde como estratégia biopolítica.
ResumoEste artigo reflete sobre os jogos entre garantias de direitos e Reforma Sanitária no contexto da privatização na saúde. Para tanto, empreende-se uma análise das relações que se estabelecem entre Estado, direito e economia para compreender os processos de privatização da saúde experimentados no Brasil nas últimas décadas. As ferramentas conceituais inspiram-se nas discussões foucaultianas sobre formas de governo da vida. Parte-se do entendimento de que o investimento da Reforma Sanitária é voltado para um Estado em que as políticas sociais não subsomem as políticas econômicas. Considera-se, a partir disso, que o direito migra do espaço da política para o espaço do consumo, de modo a tornar alguns dos princípios da Reforma Sanitária, como a universalidade de acesso, em universalidade de acesso ao consumo. A racionalidade da economia política, no neoliberalismo, permite que a política social, tal qual aquela elaborada pela Reforma Sanitária, se torne uma política econômica social. palavras-chave: políticas de saúde; biopolítica; privatização; neoliberalismo. ResumenEste artículo reflexiona sobre los juegos entre garantías de derechos y Reforma Sanitaria en el contexto de la privatización de la sanidad. Para ello, se lleva a cabo un análisis de las relaciones que se establecen entre Estado, derecho y economía para comprender los procesos de privatización de la sanidad experimentados en Brasil de las últimas décadas. Las herramientas conceptuales se inspiran en las discusiones foucaltianas sobre formas de gobierno de la vida. Se parte del entendimiento de que la inversión de la Reforma Sanitaria se dirige para un Estado en que las políticas públicas no subsumen las políticas económicas. Se considera, a partir de eso, que el derecho migra del espacio del consumo, de modo a cambiar algunos principios de la Reforma Sanitaria, como la universalidad del acceso, en universalidad de acceso al consumo. La racionalidad de la economía política, en el neoliberalismo, permite que la política social, conforme la desarrollada por la Reforma Sanitaria, cambie en una política económica social.palabras clave: políticas de salud; biopolítica; privatización; neoliberalismo. abstRact This paper reflects on games existing between guarantees of rights and the Sanitary Reform in the context of health privatization. We perform an analysis of the relationships established between the State, law and economy to understand the processes of health privatization experienced in Brazil over the last decades. The conceptual tools have been inspired by Foucauldian discussions about forms of government of life. We regard the Sanitary Reform as an investment in a State in which social policies do not subsume economic policies. We consider that law has migrated from the politics sphere to the consumption sphere in order to render some of the principles of the Sanitary Reform, such as the universality of access, into universality of access to consumption. In neoliberalism, the political economy rationality has enabled the social policy, such as th...
O artigo problematiza o modo como auxiliares de enfermagem da rede pública de saúde mental se tornam trabalhadores da saúde mental, mediante cuidados de si. Os cuidados de si, abordados neste estudo, segundo as discussões foucaultianas, são os exercícios, as tecnologias, as práticas cotidianas que auxiliares de enfermagem têm para consigo mesmos (e que constituem um si), pelos quais se reconhecem como trabalhadores da saúde mental. Os cuidados de si dizem respeito ao falar de si, ao silêncio e às "dietéticas" de bem-viver, engendrados no cotidiano de trabalho e correlacionalmente produzidos pelas enunciações de humanização da saúde e reabilitação psicossocial. Utiliza-se a proposta genealógica de Foucault para analisar o material empírico selecionado: a Lei 9716, que dispõe sobre a Reforma Psiquiátrica no RS, a Carta Instituinte São Pedro Cidadão, a Revista de Saúde Mental Coletiva, um fôlder de um encontro da Saúde Mental e entrevistas com auxiliares de enfermagem do Hospital Psiquiátrico São Pedro.
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