Introdução: Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença cujo controle é desafiador, incluindo os cuidados na escola. Objetivo: Avaliar o comportamento e identificar problemas no ambiente escolar. Métodos: Estudo transversal com aplicação de questionário aos pacientes e cuidadores atendidos em serviço de endocrinopediatria. Resultados: Foram avaliados 129 pacientes, 114 do ensino fundamental/médio (EFM) e 15 da educação infantil (EI), com medianas de idade de 11 anos (2-17 anos) e de tempo de doença de 4 anos (0,2-14 anos). Entre os alunos do EFM, 40% aplicavam insulina na escola, entre eles 20% aplicavam no banheiro, 69,6% usavam caneta e apenas um, seringa (p<0,001). A hemoglobina glicada foi maior entre os que já haviam reprovado na escola (p<0,01). A maior parte (93,9%) lanchava na escola, apenas 37,7% recebiam lanche para DM1, mais frequente na escola municipal (p<0,001). Em relação à hipoglicemia, 78,1% já apresentaram pelo menos um episódio na escola, 63,2% relataram que os professores não conheciam o tratamento, 39,5% não levavam glicosímetro para escola, 16,7% mediam a glicemia antes da educação física e 51,7% sentiam medo de passar mal na escola. Dos alunos da EI, 66,7% recebiam insulina na escola. Apenas 2 pacientes tinham glucagon na escola para hipoglicemia grave. Conclusão: Observou-se despreparo das instituições para aplicação de insulina, fornecimento de cardápio individualizado, e para urgências que demandam assistência imediata como hipoglicemia. As dificuldades de controle do DM1 na escola justificam a necessidade de desenvolver estratégias que promovam melhor qualidade de vida no ambiente escolar aos portadores de DM1. Palavras-chave: Diabetes Mellitus Tipo 1. Comportamento. Serviços de Saúde Escolar.