RESUMO: Partindo de uma pesquisa de abordagem etnográfica realizada em um ambiente educacional de atendimento à pequena infância, o presente trabalho trata de dispositivos pedagógicos que transpassam o corpo nos momentos de higiene e nos demais tempos que compõem a rotina das instituições de educação infantil. Os resultados revelam discursos e ações que se dirigem à cultura de uma infância asséptica já presente nas concepções higienistas do século XIX. Os momentos que conformam a rotina institucional se fazem fortemente marcados pela presença de ações e estratégias vinculadas à higiene, à saúde e à "qualidade de vida". Os discursos e práticas que ali circulam aparecem em meio a um conjunto de normas que funcionam como braço pedagógico de uma biopolítica que atua na constituição da vida nua. Palavras-chave: Educação Infantil; Biopolítica; Biopolítica da Infância; Higienismo. EDUCATION AND BODY CARE: BIOPOLITICS IN CHILDCARE ABSTRACT:Through an ethnographic research in a Kindergarten, this paper aims to study the pedagogical axes that cross the body in its moments of hygiene and other moments of institutional routine towards children education. The results show discourses and actions concerning the culture of an "aseptic childhood", already present in the hygienic conceptions of the XIX Century. The stations of institutional routine are conformed by actions and strategies aimed at hygiene, health and "life quality". Such discourses and practices are amongst a set of norms working as a pedagogic arm of the biopolitics acting in the constitution of a nude life.
Resumo: Partindo de uma etnografia em uma creche, o trabalho trata do "lugar" da Educação Física na Educação Infantil. Este se materializa, entre outros, na busca das profissionais pela delimitação de um espaço “adequado” às aulas, o que encontra o anseio por um ambiente que evite a "dispersão", a “mistura” e que mantenha as crianças "devidamente" resguardadas. Os resultados revelam uma rotina institucional em que práticas corporais e cuidados com o corpo são protagonistas, também se traduzindo em momentos marcados por: a) castigos e ameaças, b) práticas de exclusão e preconceito, c) violência, d) controle dos gestos e padronização de movimentos.
Considerando o debate acadêmico da área de Educação Física brasileira em torno do esporte como conteúdo de ensino, o presente trabalho reflete sobre a possibilidade de pensá-lo e experienciá-lo no contexto da Educação Infantil. Observando a cultura como elemento substancial da educação e o esporte como produção cultural, indaga pela responsabilidade dos professores na apresentação desse universo às crianças, na contramão das suas conformações competitivas, e a respeito do qual os pequenos não se encontram alheios. Com base nessas questões, apresenta experiências pedagógicas que tomam práticas esportivas como conteúdo da Educação Infantil, entendendo que a Educação Física nesta etapa da Educação Básica também pode se ocupar dos grandes temas das práticas corporais, entre eles, o esporte, no sentido de criar, com os pequenos, outras formas de se relacionar com os objetos culturais.
O trabalho resulta de uma pesquisa de abordagem etnográfica realizada em uma creche da Rede Pública de Ensino de Florianópolis (SC). Os dados foram analisados considerando-se o "tempo didático" - recomendado pela legislação -, estruturado por uma rotina constituída por diferentes momentos: entrada, higiene, alimentação, sono, parque, atividade orientada, saída. Inspirado por tópicas da Teoria Crítica da Sociedade, o texto aborda os momentos de parque, declarados como "ocasiões privilegiadas de educação", tanto nos discursos das professoras, quanto nas ações que distinguem esses momentos dos demais, estabelecendo uma certa contraposição entre "tempo de trabalho" e "tempo livre". Nessa relação, além de configurarem-se como períodos de renovação das energias para as demais atividades, esses momentos acabam por escusar um acompanhamento mais atento por parte dos professores: o olhar adulto "precisará" apenas afastar as crianças de locais inconvenientes ou evitar feridas "expostas", conformando um conjunto de práticas sociossanitárias centradas nas necessidades vitais e que contribuem na eliminação de desvios e diferenças, na garantia de pseudogratificações. A ausência de uma aproximação mais atenta também colocará as crianças entregues a uma ambígua "espontaneidade", sujeitas à violência que acaba por produzir cicatrizes que se colocam, principalmente, sobre o corpo, fomentando uma educação que, ao invés de se contrapor à barbárie, a privilegia. Os resultados revelam ainda a presença de produtos para o consumo do lazer que informam, de antemão, a sequência de operações a reproduzir, exigindo gestos e ações automatizadas que preceituam a aridez da imaginação.
RESUMOO trabalho apresenta parte dos resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi o registro e a análise de práticas pedagógicas de Educação Física na educação da pequena infância. A investigação desenvolveu-se em três instituições públicas de Florianópolis, contando com extenso conjunto de observações, análise de relatórios organizados pelas professoras de Educação Física, entrevistas com estas * O presente texto é resultado parcial do projeto Recuperación de buenas prácticas educativas escolares en los niveles inicial, primario y medio, financiado pelo Ministério da Educação da República Argentina, nos marcos do Programa de incentivos para a formação de redes de pesquisa na América Latina -REDABRA. O projeto foi desenvolvido por grupos de
O trabalho investiga sentidos atribuídos ao futebol, considerando experiências extraescolares e mediações pedagógicas estabelecidas com alunos dos anos iniciais. Os dados indicam que as relações que as crianças estabelecem com o saber e com o aprender engendra elementos anteriores e exteriores às experiências vivenciadas na escola, associadas a família, renda, consumo, mídia, gênero, exclusão, habilidade, prazer, fama, rendimento, saúde, dor, medo, tempo livre e reconhecimento da Educação Física como disciplina escolar. Estes elementos, basilares na relação que as crianças estabelecem com o saber, sugerem a necessidade de colocar suas declarações no centro do planejamento, mediando a produção de novos sentidos para o futebol, na escola e fora dela.
In this book, football leaves the field to play with the word. It leaves the field to return as a game between remembering and forgetting in ten essays by researchers interested in this theme. The book takes memory as a raw material to consider our reflections on football, this game and sport that reaches different stages of life. Going beyond the contours of the playing field and breaking the boundaries between inside and outside, before and after, past and present, child and adult, the authors expose forgotten features in this cultural practice that, often, find no place in the productions about this theme.
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