“…No ato de reconhecimento da doença, do tratamento e da cura, se legitimam e se colocam em questão atores (sejam curandeiros, vovôs ou médicos), temas, fantasias, procedimentos (intervenções de alta tecno logia ou remédios caseiros) e instituições envolvidas no processo. (NATANSOHN, 2004a) Entender a complexa implicação da cultura e da comunicação face à saúde significa abandonar os encontros interdisciplinares em termos de pura instrumentalidade -à maneira como a pensou a "comunicação/educação para a saúde", por exemplo -, ou como mera transmis-são de informação, e estendê-los para a compreensão ampla de que o que está em jogo é a disputa pela definição dos sentidos hegemônicos do que são a saúde e a doença, quem são os atores e quais são os procedimentos mais válidos para intervir neles, quais as vozes autorizadas para falar disso e, finalmente, quais os temas, atores e circuitos, visíveis e invisíveis, em que a saúde e a doença adquirem sentido.…”