Paralelamente ao progresso inestimável da cardiologia pediátrica, assiste-se, hoje, nessa especialidade a uma verdadeira revolução no âmbito diagnóstico e na conduta em geral. Assim, a ecocardiografia firma-se como o exame diagnóstico de eleição na confirmação da suspeita clínica, substituindo o estudo hemodinâmico e angiográfico e, estes, por seu lado, cada vez mais e de maneira apropriada, substituem a cirurgia cardíaca, no alívio de muitos distúrbios hemodinâmicos [1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13] . Dessa maneira, percebe-se que as fronteiras da especialidade sofreram mudanças e os marcos antigos, os clíni-cos, hemodinâmicos, cirúrgicos e anatomopatológicos, agora, são certamente acrescidos de outros marcos, dada a intromissão dos métodos entre si, tanto no diagnóstico quanto na conduta.Ilustrando e acompanhando a evolução dos diferentes campos da especialidade, nos marcos antigos clínicos, semiológicos, da sistematização do conhecimento e dos aspectos clínicos, acresce-se hoje a ajuda ecocardiográfica. Nos marcos hemodinâmicos, acrescenta-se o cateterismo intervencionista e nos cirúrgicos, além da melhoria da perfusão e proteção miocárdicas, as técnicas mais apropriadas e definitivas.Especificamente, no campo do cateterismo intervencionista, este progresso ocorreu em pouco tempo, se considerarmos que o início dessa mudança substancial tenha ocorrido com a atriosseptostomia de Rashkind em 1966, na transposição das grandes artérias 1 . A feitura da comunicação interatrial, pela mesma técnica, estende-se hoje a outras anomalias como à atresia pulmonar com septo ventricular íntegro, à atresia tricúspide, à atresia da valva atrioventricular esquerda, à estenose mitral, dentre outras. Ainda mais, o método ampliou seus horizontes e com efetividade, tanto no alívio de defeitos obstrutivos, tipo estenoses aórtica e pulmonar, e na coartação da aorta, quanto no fechamento de defeitos septais, tipo comunicação interatrial e ventricular, canal arterial e em tantas outras situações, até então inimagináveis.A década de 1980 foi batizada como a era dos balões para a feitura de atriosseptostomia e de valvuloplastias, e a década de 1990, por sua vez, a era das endopróteses para fechamento de defeitos com umbrelas e coils e também para dilatar estruturas através do stent.Nesta ampla aplicação, obteve o cateterismo intervencionista suficiente credibilidade, principalmente pela efetividade do procedimento e a um custo aceitável a ponto de em muitas anomalias poder ser aplicado à população mais carente em verdadeiro favorecimento social, o que consolida o método como opção terapêutica eficaz. Na prática, quando da preferência pelo cateterismo intervencionista, observa-se em pacientes submetidos ao método a nítida eliminação de distúrbios psicológicos que obrigatoriamente acometem aqueles operados, o que certamente se estende aos familiares, tornando assim menos traumática a conduta. Por esse prisma, sente-se que a correção cirúrgica pode ser seguramente substituída, além do que o grau da credibilidade excedeu as expecta...