São descritos a taxa de resposta e o preenchimento de questionários auto-administrados num inquérito postal sobre o perfil de utilização de medicamentos por aposentados e pensionistas do INSS, de 60 anos ou mais de idade no Município de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, em 2003. Os questionários foram enviados duas vezes para os endereços de 800 indivíduos sorteados por amostragem aleatória simples, com base no banco de dados do INSS. A taxa de resposta ao inquérito postal foi de 47,8% e não houve diferença significativa tanto entre participantes e não participantes quanto entre respondentes iniciais e tardios em relação às características selecionadas. Para a maioria das variáveis sócio-demográficas e de saúde, os percentuais de omissão de respostas não ultrapassaram 5%, tanto no total da amostra, quanto em cada um dos subgrupos de respondentes. As informações mais omitidas ocorreram para as variáveis relativas ao uso de medicamentos, com destaque para a não-utilização de medicamentos que deveriam ser usados, a dose e laboratório fabricante do medicamento. Nossos resultados indicam que o detalhamento de aspectos relacionados ao uso de medicamentos deve ser reconsiderado em questionários de autopreenchimento.