ResumoO presente artigo analisa parte da produção teórica do esporte no contexto escolar e a principal política pública do esporte escolar brasileiro -as Olimpíadas Escolares. Com um propósito crítico, o texto destaca a política do esporte escolar no Brasil e expõe as tensões entre esporte escolar e esporte de rendimento. Por meio de entrevistas estruturadas com professores com ampla experiência em jogos escolares e documentos que orientam a organização destes, reflete as ações contraditórias do evento. Na sequência, problematiza algumas possibilidades de reestruturação da política de esporte escolar no país.Palavras-chaves: Esporte Escolar. Educação física. Jogos escolares.
INTRODUÇÃOO pensamento científico em educação física, especificamente sobre a temática escolar, avançou bastante nas décadas de 1980 e 1990. No que se refere à reforma do pensamento em educação física nessas décadas, coube ao esporte ser o mote e o referencial imperativo de boa parte das produções científicas da área, e foram, as influências das teorias críticas da educação que nortearam como o esporte devia ser tratado enquanto conteúdo hegemônico da educação física. Portanto, foi a crítica ao fenômeno esportivo na educação física a mola propulsora de grande parte da construção de um pensamento pedagógico renovado da área. De todo modo, o avanço do debate da educação física escolar e sua relação com o esporte, visto em importante autores como Oliveira (1983), Castellani Filho (1988) e Kunz (1994, não foi suficiente para arrefecer a lógica esportivista tão presente nas aulas de educação física e, mais ainda, nos espaços dos jogos escolares.